Eu sei que essa luta
logo vai passar 😥♥❤❤❤
Acordo assustada, pois não havia ninguém no quarto. Levanto correndo e logo encontro Lucy e Taylor, tomando café. Ambos me encaram com a expressão de dúvida.
— Bom dia, querida. — sorri. — Sente-se conosco.
— Vem no banheiro comigo? — peço envergonhada.
— Por que? — franze o cenho.
— Estou com medo. — digo.
Meu olhar ficou perdido pela casa. O medo de encontrar aquelas sombras se expandia pelo meu cérebro. Eu preciso controlar meu pânico, antes que faça alguma besteira.
👔💭
Taylor
Meu Deus, que tristeza! Vê-la desta maneira me aflige tanto. Por que esses traumas?
Ontem foi uma das cenas mais horrorosas da minha vida. Consegui ouvi ruídos, sombras negras percorrendo o ambiente.Lucy me contou um pouco das conversas que as duas tinham. Ela resumiu o máximo que pôde. Só teve um assunto que preferiu não entrar:
Melissa tem muitos traumas de infância. Primeiro, que seu pai é muito agressivo, batia nela por nada. Absurdo! Hoje, ele costuma ser mais calmo, porém ainda pronuncia alguns termos que a machuca.
Sua mãe é totalmente diferente. Uma mulher doce e guerreira. Faz de tudo para proteger a filha.Mãe é mãe.
(...) 🌼
— Preciso resolver uns assuntos. -— diz Lucy.
— Vai me deixar aqui? — pergunta Melissa, preocupada.
— Taylor vai cuidar de você meu bem. — alisa seu rosto. — Beijos. — pega a bolsa e sai.
Melissa senta em minha frente. Dá aquele sorriso de leve e prepara seu café.
— Tem algo de errado comigo? — pergunta.
— Negativo.
— Parece. Está me olhando profundamente. — comenta intrigada.
— Me desculpa, apenas estou procurando entender algumas coisas, mas...hum...você está bem?
-— É...hum... — tenta dizer algo. — Sim. Espero que o que aconteceu ontem não se repita e as pessoas não se afastem de mim por esse motivo.
A cura para esse tipo de comportamento é Jesus. Ela precisa conhecê-lo.
— Quer dar uma volta?
Minha tia conversou comigo que a garota não conhece o mundo lá fora. Nunca teve a oportunidade de sair e conhecer lugares novos e pessoas. Então, sugeri a ideia de levá-la para se distrair um pouco e fugir do mundo real.
— Não sei se seria uma boa ideia, vai que aqueles monstros me persegue e entro em pânico no meio da rua...
— Eu estarei ao seu lado, não se preocupe. Ninguém irá te machucar.
(...) ✍
Depois de longos minutos, Melissa estava pronta; colocou um vestido floral e uma sapatilha nude.
Novamente pedi o carro de Lucy emprestado. Eu preciso tirar minha carteira de habilitação, mas tem um porém: não sei por quanto tempo ficarei aqui, meus pais ainda não se decidiram em que cidade morar. Então, não posso me apegar a nada por aqui.Estacionei em uma vaga distante, para que não pudesse ver onde estávamos.
— Agora tenho que vendar seus olhos, moça. — sorrio e fito em seus olhos escuros.
— Sério isso? — pergunta curvando a cabeça. Ela é bem tímida.
— Sim. — abro o porta-luvas e pego uma pedaço de pano. — Permita-me... — faço um sinal para que vire de costas.
Vou saindo com ela do carro e guio pelo caminho. Estamos na praia. Lucy me informou que a mesma nunca tinha pisado sequer na areia. E eu, claro, vou conceder esse desejo.
— Nossa, que brisa! — diz Alegre. — Esse cheiro não me é estranho. — parei ela antes de pisarmos na areia.
— Já sabe onde estamos?
— Se tem barulho de ondas... estamos na praia!
Ela fica tão bonita quando está contente. Tiro o pano de seus olhos e a mesma abre um sorrisão largo.
— Eu nunca tinha pisado na areia da praia! — sorriu.
— Realize seu desejo. — lhe dou a direção com os olhos.
— Você não vem? — me olha confusa.
— Ficarei por aqui te observando. Divirta-se e não vá muito longe.
Melissa estava super contente. Parecia uma criança que conhece o mundo pela primeira vez. Ela precisa sair um pouco de casa. Ir pra lugares que distraiam sua mente, porque aí a depressão não a persegue.
Não pode nem sonhar que sei sobre sua doença psicológica. Ficaria triste. Talvez.🌸
Melissa
A alegria. Posso senti-la.
Quando Taylor me vendou e me direcionou até um determinado ponto, senti cheiro da água salgada. Por mais que nunca tive a oportunidade de conhecer o mar cara-a-cara, já conhecia o seu cheiro, sua dimensão, a brisa que ele traz.
Quando tirou a venda, tive a plena certeza que era mesmo aquilo.
Pareço uma criança vendo o mundo pela primeira vez, estou aqui e não sinto a maldade, a escuridão, me sinto livre dos meus míseros pensamentos.Taylor soube muito bem como me deixar feliz. Pode ser que a depressão não me pegue aqui agora, mas a bipolaridade sim.
Será que consigo controlar?
— Já bebeu Água de coco?
— Nunca.
— E você, meu jovem? — pergunta o vendedor.
— Duas, por favor. — responde.
Livre, livre, livre!
— Primeiro para namorada. — me entrega. Taylor me fitou sem entender e acabamos rindo da situação.
♥♥♥
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Herdeira I
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