XXX

554 25 1
                                    

3 meses depois

Já faz 3 semanas que a Kelli tem tido consultas com a Lucy e, pelos vistos, as consultas tem feito efeito, uma vez que ela nunca mais teve pesadelos. Às vezes, ela fica manhosa e quer dormir no nosso meio, eu e a Camila nunca a proibimos pois gostamos de dormir com as crianças. Nós até gostávamos de dormir com todos mas eles são tantos que não caberíamos todos na cama.

Hoje, a Camila ficou em casa com a Megan que estava doente. Depois de eu deixar todos na escola fui para o meu trabalho. O dia passou muito lento e quase na hora de eu sair, o meu telemóvel tocou e vi que era a Lucy, eu rapidamente atendi com medo que fosse algo com a Kelli, nos últimos dias, as consultas tem sido na casa da Lucy.

Eu: Aconteceu alguma coisa, Lucy?

Lucy: Era só para te avisar que a Kelli não apareceu à consulta.

Eu: Como assim não apareceu. A Camila falou com ela de manhã e ela disse que ia à consulta.

Lucy: Lauren, tenta saber o que aconteceu, eu estranhei porque ela sempre vem às consultas.

Eu: Eu vou ligar-lhe para saber onde ela está.

Lucy: Ok, depois diz alguma coisa.

Eu: Não te preocupes, até logo.

Lucy: Até logo.

Desliguei a chamada à Lucy e liguei logo para a minha filha, mas ia direto para a caixa postal. Decidi então ligar ao namorado dela que logo me atendeu.

Brad: Aconteceu alguma coisa, Senhora Jauregui?

Eu: Já disse para me tratares por Lauren. Mas pronto, estás com a Kelli?

Brad: Não, ela disse que ia para a psicóloga assim que saiu da universidade.

Eu: Mas ela não apareceu, se conseguires falar com ela avisa-me.

Brad: Ok, avise-me quando souber de alguma coisa.

A chamada foi encerrada e eu saí a correr do meu gabinete. Fui até à sala do diretor, contei-lhe o que aconteceu e ele disse que eu podia ir embora e procurar a minha filha. Eu rapidamente saí do hospital e fui até a casa da Lucy, estacionei o meu carro em frente à sua casa e fui a pé pelo caminha que a minha filha tem de fazer da universidade até à casa da Lucy, para ver se a encontrava. No caminho, encontrei a minha filha, sentada num murro. Eu fui até ela e abracei-a. Ela assustou-se e deu-me um tapa na cara.

Eu: Então, Kelli?

Kelli: Desculpa, Lauren.

Fiquei um pouco assustada quando ela me tratou pelo meu nome.

Eu: O que se passa, branquinha.

Kelli: NÃO ME VOLTES A CHAMAR ISSO.

Eu: O que se passa, filha?

Kelli: Não me chames filha,  eu não sou tua filha.

Eu: Kelli, o que se passa?

Kelli: Não se passa nada, eu não quero falar contigo.

Eu: Queres falar com quem?

Kelli: Com ninguém.

Eu: CHEGA, VAMOS PARA CASA.

Eu segurei o seu braço com força e puxei-a até ao carro. No caminho até lá, ela ia pedindo para que eu a soltasse porque a estava a magoar, mas o que ela fez e disse à minutos atrás deixou-me fora de mim. Assim que chegamos ao carro, eu abri a porta do passageiro e fi-la sentar no banco com alguma força. Dei a volta ao carro e sentei-me no lugar do condutor, liguei o carro e comecei a conduzir com uma velocidade acima do normal. Olhei de relance para a Kelli e ela chorava silenciosamente. Nos 11 anos que ela está comigo , nunca ela me tratou assim, e não vou ser eu a pedir-lhe desculpa.

Eu: Quando chegarmos a casa quero o teu computador e o teu telemóvel.

Kelli: O-ok, podes a-andar m-mais devagar.

Eu sei que ela tem medo de andar em carros a alta velocidade, então reduzi a velocidade. Quando chegamos a casa, eu rapidamente saí do carro e ela saiu logo depois de mim. Entramos em case e ela subiu para o quarto e minutos depois voltou a descer com o computador e o telemóvel.

Kelli: Posso ir para o quarto?

Eu: Podes e só voltas quando te forem chamar para jantar.

Ela assentiu e subiu as escadas. Como a Camila não estava na sala, eu subi atrás dela e fui até ao meu quarto onde encontrei a Camila deitada na cama com a Megan adormecida no seu peito. Ela viu-me a entrar com as cisas da Kelli e franziu o senho.

Camila: O que se passou?

Eu: Nada com que te tenhas de preocupar. Como está a Megan?

Camila: Melhor, mas daqui a pouco tempo os meninos também estão doentes.

Eu fui guardar as coisas da minha filha e depois deitei-me ao lado das duas mulheres que estavam deitadas na cama. A Megan acabou por acordar.

Megan: Mama.

Ela veio para cima de mim e abraçou-me. Ficamos um bocado a brincar com a nossa princesa quando a porta do nosso quarto abre e uma Kelli uma pálida aparece.

Eu e a Camila levantámo-nos e fomos até ela, deixando a Megan na cama muito assustada.

Camila: O que se passa, Kelli?

Kelli: Desculpa, mama.

Foram as últimas palavras da Kelli até cair inanimada nos meus braços.


My Sweet Family Onde histórias criam vida. Descubra agora