Bônus:Eve
O som irritante do toque do celular me acordou uma hora antes do que de costume.
Tateei o lado esquerdo da minha cama até que finalmente encontrei a cabeceira pegando meu celular que não parava de tocar. maldito!
- alô- atendi ainda com a voz sonolenta.
- Pandacornio de sardas?
- panda o que?- me sentei na cama bocejando e tentei manter meus olhos abertos.- quem é?
- sou o Loiro mais sexy que você já viu.
Fiz uma careta tentando pensar no loiro mais sexy que já vi e realmente não faço idéia de quem poderia ser:
- é o Matt Damon?- perguntei mesmo sabendo a resposta.
- não.
- é o Paul Wesley?
- não.
- Chris Hemsworth? Se não for você, não sei quem pode ser.
- é o Diniz, o Diniz o Loiro sexy, como pode não lembrar de mim?
- hã... Você quer dizer Diniz? Tipo o Diniz o amigo do Dexter? Diniz, Diniz?
- é, o Diniz, Diniz. O gostoso que você viu algumas semanas atrás, o gostoso seduzente...
- como conseguiu meu número?- Perguntei
- um amigo de um amigo meu que tem um amigo que é amigo de um amigo seu.
- amigo de um amigo de quem?
- um amigo de um amigo meu que tem um amigo que é amigo de um amigo seu.
- Foi minha mãe?- perguntei sem hesitar ignorando o fato de eu não ter nenhum amigo.
- é, exatamente. O viado do Dexter não tinha o seu número então tive que dar um jeito pra falar com você e...
Escutei um barulho estranho na linha. Diniz parou de falar e pareceu entrar numa discussão com alguém do outro lado da linha, tentei me concentrar na conversa do ser do outro lado mas eu estava ocupada demais lutando contra o meu sono.
Me levantei e comecei a andar pelo quarto tentando me manter acordada mas tudo o que consegui foi ficar mais cansada:
- Pandacornio?- Diniz falou e eu sorri.
- o que é um Pandacornio?- perguntei analisando meu reflexo no espelho. Que horror!
- Pandacornio é um panda metade unicórnio, é um ser muito fofo.
- só o nome já me parece algo assustador- fiz uma careta pro espelho e passei a mão na minha cabeça não tão careca. Fazia um tempo desde a minha última radioterapia e pelo milagre divino meu cabelo já estava começando a crescer, mas, a minha cara continuava uma merda.
- Pandacornios não são assustadores, são adoráveis.
- se são adoráveis por que está me chamando assim?
- é um apelido carinhoso. Estou tentando te conquistar com a meu charme, sou ótimo em ser gentil.
- me conquistar é? E por que isso agora?
- porque você é uma garotinha linda e tem peitos, adoro seu peitos e isso já é motivo o bastante.
- hã... OK então.- sai de frente do espelho e fui até a varanda abrindo a cortina.
- você está em casa?- ele perguntou.
- sim, eu estava dormindo na verdade.
- isso quer dizer que você não vai dormir mais?
- provavelmente não.
- e você não quer dar uma saidinha?
- o Dexter vai?- perguntei parando o que quer que eu estava fazendo.
- você quer que o Dexter vá?
- não sei, quer dizer, pra mim tanto faz.
- mas você vai vim?
- depende de onde é.
- a gente podia ir dar uma volta no parque.
- OK, a gente se encontra lá?
- pode ser.
- tudo bem.
- tudo bem.
- OK...
- OK, então daqui a uma hora?
- ta legal. Te vejo lá.
- OK, até logo Pandacornio.
- até.
Desliguei o celular e o deixei na cama antes de ir pro banheiro.
Depois de fazer minhas necessidades tomei um banho, me arrumei e mais uma vez parei em frente ao espelho encarando o meu rosto pálido, meu corpo mais ou menos jeitoso e meu problema com blusas de frio.
Da varanda do meu quarto eu podia ver perfeitamente o Sol brilhando bem forte como se quisesse explodir no céu, mas aqui estava eu usando um moletom preto com calça jeans rasgada nas pernas e meu velho all star preto de cano alto.
Tudo em mim parecia errado hoje, na verdade tudo em mim sempre parecia errado mas hoje parecia dez vezes pior.
Nunca fui de me importar com a minha aparência, sempre gostei de roupas mais largas e masculinas, nada cor de rosa e nem tão colorido. Vendo agora eu parecia estar muito diferente, havia algo de errado com o meu corpo que não estava tão legal.
Eu não tenho muitas curvas, nem muita bunda, acho que a única coisa que dá uma valorizada é nos meus seios que pareciam ter ganhado forma sem eu perceber.
- malditos- murmurei olhando para eles.
Pelo que parecia nada do que estava errado em mim eu poderia mudar, meu corpo ia continuar essa meia droga e eu definitivamente teria que aguentar o Diniz falando dos meios peitos.
Suspirei, me afastei do espelho e saí do meu quarto.
Assim que cheguei na cozinha senti o cheiro maravilhoso do bolo de laranja da minha mãe que havia acabado de sair do forno. Delícia!
- Bom dia querida.
Fui até minha mãe Louise que estava lavando a louça e dei um beijo em seu rosto:
- bom dia mãe.
- passou a dor de cabeça?
- sim, eu acordei bem hoje- fui até a mesa e puxei a cadeira me sentando- onde está a mamãe?
- ela foi buscar sua tia na rodoviária. Se esqueceu que ela é o Robin vai passar uns dias aqui com a gente?
Bati com a mão na testa e fiz uma careta com a dorzinha que senti logo em seguida. Eu havia me esquecido disso, realmente esqueci, não fazia ideia de que teríamos visitas logo agora que eu estava na minha fase de adolescente com câncer com sérios problemas sentimentais:
- você esqueceu não foi?
Olhei pra minha mãe e assenti:
- eu posso ter me esquecido desse fato.
- pois pode ir se acostumando com a idéia. Lembra que sua tia está grávida de trigêmeos e que ela não pode se estressar.
- se ela não pode se estressar por que está vindo pra cá?
- porque a casa dela está sendo reformada e lá ela não tem como descansar.
- mas o tio Robin fica todo dramático quando me vê. Ele acha que eu tenho problemas mentais e que preciso ser tratada como uma criança doente.
Cortei um grande pedaço de bolo e dei uma mordida gemendo ao sentir aquele gosto glorioso do bolo de laranja. Há algum tempo eu comecei a comer bastante. Tipo comer pra caralho, tudo bem que eu sempre gostei de comer mas agora eu estava realmente comendo tudo o que eu tinha vontade e isso parecia assustador ao mesmo tempo que bom.
- o seu tio só fica preocupado com você filha, você sabe que pra ele a sua doença é um caso novo...
- câncer não é um caso novo. E eu não tenho problemas mentais, só tenho câncer no cérebro o que não é um problema mental, é totalmente diferente.
- pra ele não é, você precisa entender o lado dele.
- eu entendo, mas as vezes essa atenção toda me deixa irritada e quando eu fico irritada eu fico maluca...
- você não fica maluca, só fica estressada e batendo em tudo.
- eu não fico batendo em tudo.
Minha mãe me olhou com as sobrancelhas arqueadas e revirei os olhos. Ela sabia demais sobre mim, eu não podia mentir na frente dela.
- OK- falei suspirando- talvez eu bata um pouco em tudo.
- um pouco?
Suspirei novamente:
- muito. Eu bato muito nas coisas quando fico irritada.
- exatamente.
- mas isso não quer dizer nada. O fato de eu bater nas coisas não muda o fato do tio Robin me irritar com a super proteção dele.
- ah, até que não é tão ruim assim. É divertido ver ele te tratando como a filha dele.
- não é mesmo- Mordi mais um pedaço do meu bolo e olhei na direção do relógio checando as horas e conferindo quanto tempo eu ainda tinha.
- por que você está arrumada?- minha mãe perguntou.
Tomei um gole de suco e me levantei:
- eu vou ir no parque encontrar um amigo.
- um amigo é?
- é.
- e esse amigo é aquele ruivo bonito que é por acaso o culpado da sua porta da varanda estar quebrada?
- não, é o amigo dele.
Minha mãe deixou o prato em cima da pia e se virou para me encarar:
- você está dizendo que vai sair com outra pessoa que não é o seu amigo ruivo?
- sim.- Mordi mais um pedaço do meu bolo e a encarei enquanto saboreava aquele mundo de sabor.
- desde quando você passou a ter vários amigos?
Dei de ombros:
- eu não tenho vários amigos, é que o Dexter me apresentou aos amigos dele é agora eles são meus amigos também.
- interessante. E esse seu outro amigo é alguém que você está interessada ou é só um amigo mesmo.
- ele é só um amigo mãe, nada mais que isso.
- ta bom. Espero que seja pelo menos um rapaz descente.
Dei de ombros mais uma vez e fui na direção da porta:
- tô indo colocar a peruca.
Sai da cozinha e subi as escadas indo novamente pro meu quarto.
Coloquei minha peruca, analisei novamente o meu look e depois de fazer uma careta nada legal peguei meu celular e sai, voltando novamente para a cozinha:
- mãe, tô indo.
- ta bom filha. Toma cuidado OK.
- OK- dei um beijo no rosto dela e me afastei- eu volto alguma hora.
- nem pense em demorar eu vou fazer um jantar especial pra sua tia.
- vou me lembrar disso. Te amo.
- também te amo filha.
- tchau, tchau.
Saí da cozinha e passei pela anti sala destrancando a porta e saindo.
Como eu já havia notado estava sol, bem sol. Assim que coloquei o pé pra fora da varanda de entrada o sol me pegou em cheio. Eu não pretendia tirar o meu moletom e sinceramente não estava a fim de voltar novamente pra dentro de casa.
Segui pelos ladrilhos e abri o portão saindo logo em seguida.
Fui pela calçada a caminho do parque. As ruas estavam movimentadas, eram assim todos os finais de semana e como morávamos numa cidade pequena sempre tinha bastante pessoas em toda parte.
No caminho até o parque não pude evitar a onda de pensamentos que invadiram a minha cabeça.
Eu estava realmente indo encontrar com o Diniz, eu nem mesmo sabia porque estava fazendo isso.
Era estranho pensar que eu estava indo encontrar com um dos amigos do cara que eu estava gostando, muito estranho.
Na verdade essa foi uma decisão estranha. Que merda!
Entrei no parque e olhei envolta do grande gramado procurando pelo ser loiro.
Levando em conta o tamanho do parque teria sido muito inteligente eu ter marcado um ponto de encontro certo com o Diniz mas é claro, eu não fui inteligente.
Por todos os lados que eu olhava eu via árvores e Crianças correndo de um lado pro outro animadas, eu chegava a ver tudo menos quem eu queria.
Me aproximei de um dos bancos e me sentei um pouco pra descansar.
O dia estava incrível, realmente muito bonito. A vista perfeita que eu tinha daqui dava para o lago onde havia algumas Crianças brincando com os cachorros. Os pais deles estavam por perto é claro, todos pareciam se divertir mesmo sendo um pouco cedo pra isso.
Senti duas mãos frias cobrirem os meus olhos e se não fosse pelo fato de eu estar esperando alguém e de estar no meio de um parque lotado de gente eu pensaria na possibilidade de ser um assaltante. Apenas pensaria:
- adivinha quem é- Diniz tentou imitar uma voz grossa que, sinceramente pareceu muito escrota.
Sorri fingindo pensar e suspirei:
- por acaso é o lindo do Max.
- não, eu não sou o viado do Max.
- então é o Nick?
- não.
- já sei, é você Dexter.
- não!- Diniz tirou as mãos dos meus olhos e me virei para encara-lo fingindo estar surpresa.
- minha nossa, eu nunca ia adivinhar que era Você Gustavo.
- sei.- Gustavo rodeou o banco e se sentou do meu lado.- e aí, chegou a muito tempo?
- não, eu acabei de chegar.
- que bom. Eu ficaria muito mal se eu tivesse deixado a senhorita esperando.
- pois não fique.
Ele sorriu:
- você está um pouco vermelha- ele falou me analisando- isso tudo é por conta do sol?
- deve ser, você deve ter notado que pela minha pela clara eu não costumo sair muito. Pelo menos não em dias como esses.- apontei pro céu ensolarado e me senti mal por não ter tirado a merda do meu moletom que estava começando a esquentar.
- eu também não sou de sair muito, mas de vez em quando venho aqui e alí na frente...- ele apontou na direção das árvores-... Tem um lugar ótimo, podemos ficar lá.
- perfeito.
Ele se levantou e me puxou junto, caminhamos pelo gramado até que chegamos até uma árvore bem grande e pra minha felicidade com sombra.
Nos sentamos no chão e nos encostamos nela. Cruzei as pernas na minha frente e observei as garotas que brincavam um pouco a frente de nós dois.
- então Pandacornio, me conte sobre você, o que rolou na sua vida desde a última vez que nos vemos?
- hã... Não foram coisas tão... Interessantes.- Olhei pra ele e sorri- Acho melhor você contar da sua vida.
- ah, OK. O que quer saber de mim.
Dei de ombros:
- tudo.
- tudo, tudo?- ele fez uma careta pensando- Bom, a minha cadela teve filhotes e são fofos pra caralho, minha mãe inventou de fazer outro filho então, tecnicamente eu vou ter mais um irmão. Eu comprei um baixo novo que é tipo foda e o meu irmão está bravo comigo porque eu e os caras colocamos laxante na bebida dele, aquilo foi assustadoramente mega foda e incrível.
- você disse laxante?- perguntei só pra conferir se ouvi certo.
- é, laxante. O viado cago até não aguentar mais e apesar de ter sido uma puta mancada eu me senti tão bem- ele sorriu suspirando.- acho que nunca me senti tão bem na minha vida.
- isso foi cruel.
- quando se tem um irmão mais novo nada é tão cruel do que vê-lo fingir estar chorando só pra mãe bater em você com a cinta de couro, acredite. Aquele mini espécie de mim é uma peste.
- ele me pareceu bem quieto quando eu vi ele. Bem quieto mesmo, não era nada do tipo... Uma peste, como você disse.
- é porque você não convive com a peça 24 horas por dia. Se vivesse entenderia o meu lado.
- mas laxante? Isso muito cruel, é horrível e totalmente desnecessário.
Diniz deu de ombros:
- acho que eu peguei um pouco pesado mas a idéia foi metade do Max e outra metade do Dexter.
- Dexter ajudou nisso?
- sim, ele é um puta de um ruivo malvado. Se você soubesse metade das coisas que ele já aprontou ficaria realmente impressionada.
- coisas de que tipo?
- de vários tipos. Esse lance só laxante na bebida do meu irmão passa longe da lista de piores coisas que ele já fez. Ele apronta com todo mundo não deixa passar ninguém.
- ele aprontou com você?
- sim, muitas vezes. Ele já me fez andar na rua pelado, já pintou meu cabelo de rosa com tinta permanente, já fez eu quase dormir com uma travesti...
- uma travesti?- cai na gargalhada só de pensar na possibilidade de ver o Diniz com uma travesti.
- é mano, a garota era mó gostosa cheia dos peitões, o Dexter me deu mó apoio mas quando eu fui ver o pão de mel era canhão, sí é que me entende. Depois que eu fugi do quarto novamente pelado eu encontrei o Dexter né filmando e depois ele confessou que pagou a garota pra me dá bola e me levar pra cama. Fiquei com a puta de uma raiva dele depois disso.
- não duvido.- falei rindo.
- não é pra rir, isso foi cruel. Sabe como foi pra mim correr pelado no meio da rua atrás do viado do Ruivo?
- não mas posso imaginar.
- foi sinistro, eu nunca passei tanta vergonha na minha vida, pera, calma. Eu passei sim, teve outra vez que o Dexter colocou minha cama no lado e eu durmo pelado. Acordei com todo o pessoal do acampamento me filmando e tirando foto da minha bunda, aquilo sim foi um mico global, fiquei um ano inteiro sendo zoado no colégio, até em casa.
- uau, você e o Dexter são bem... Adoráveis, eu não me imagino tendo um amigo melhor.
- é...- Diniz assentiu pensativo-... Aquele viado fudeu com a minha vida várias vezes mas ainda assim é um bom amigo.
- imagina se não fosse- limpei as lágrimas que caíram de tanto que eu ri e sorri pro loiro que me encarava.
- você deve gostar muito dele não é?- ele perguntou- do Dexter quero dizer.
- gostar como?
- gostar pra valer. Tipo... Tipo gostar pra namorar, apertar, rolar uma trelele, coisas desse tipo.
- hã... Não sei, acho que sim.
- eu não entendi uma coisa- Diniz se afastou da árvore e se sentou de frente pra mim.
- porque vocês dois ainda não estão juntos? O problema é com você ou é o frouxo do Dexter.
- ele não gosta de mim, esse é o problema.
- não gosta?- ele franziu a testa- como assim não gosta?
- não gostando uai.
- não, não sei disso não. Pelo menos não é o que ele disse.
- e o que ele disse?
- ah, tipo assim... Ele não foi muito claro, na verdade ele não sabe expressar bem o que ele sente ta ligada? Ele meio que não soube explicar bem usando uma lasanha e um pudim de exemplo.
- uma lasanha e um pudim? Ele quis explicar os sentimentos dele usando uma lasanha e um pudim como exemplo?
- como eu disse. Ele não soube explicar muito bem.
- não duvido.
- foi meio sinistro aquela parada que ele fez. Precisei de uma hora pra minha paixão por lasanha e pudim voltar.
Sorri e balancei a cabeça:
- seja o que for não acho que ele goste de mim como eu gosto dele. Acho que ele me vê mais como amiga.
- tenho quase certeza que não é assim que ele te vê. Eu conheço o Dexter e quando ele gosta de alguém como amiga ele costuma tratar a pessoa de um jeito diferente de como ele te trata.
- não, não acho que seja possível ele gostar de mim. Eu não sou muito interessante, sou uma Geek estranha e não tenho muita coisa pra oferecer.
- você tem peitos lindos. Peitos incríveis, acredite, você tem muito a oferecer.
Olhei para meus seios e balancei a cabeça:
- eu não acho que o Dexter ligue muito pra isso.
- Há! Aquele ruivo safado? Sabe qual a primeira coisa que ele disse sobre você antes de começar a falar igual a um apaixonado idiota? Ele disse bem assim “Eu conheci uma garota, ela parece bem legal, é bonita e tem os peitos mais gloriosos que eu já vi. É sério eu poderia coloca-los num altar se eu podesse”.
Diniz me encarou assim que terminou a frase é balançou a cabeça sorrindo:
- você pode achar ele um santo Pandacornio, mas aquele ruivo não passa de um viado safado e...
O celular dele tocou. Diniz parou de falar e soltou um palavrão ao pegar o celular do bolso da calça.
Ele atendeu e em seguida fez uma careta enquanto dava respostas rápidas e nada legais:
- é você Ruivo... Não, não, eu não estava falando de você... É claro que não seu ruivo idiota... Eu não tenho culpa que a sua orelha ta vermelha... Vai se fude, eu nunca falaria mal de você... Não, não eu tô falando viado, eu não falei mal de você!... E como é que você pode saber disso? Por acaso o seu texto sentido de Ruivo te falou é?... Não, não eu não vou transar com um macaco, isso é nojento... Dexter eu não vou fazer isso também. Olha eu não posso ficar discutindo agora, eu tô com a Pandacornio aqui... Não, é a sua namorada.... O QUE?! É claro que não, eu não tô contando a ela os seus podres e também não tô conquistando ela com a minha dança da pélvis... Claro que não, Dexter, Dexter eu tô no parque e não quero mais escutar você... Beijo no rabo, tchau, eu disse Tchau!!
Diniz desligou o celular e sorriu me olhando como se nada tivesse acontecido:
- e então, onde estávamos?
- hã.... Acho que você ia dizer alguma coisa sobre o Dexter ser um ruivo viado e safado.
- ah, sim. Lembrei. O Dexter é um ruivo viado e safado que na primeira oportunidade vai apertar os seus peitos e afundar a cara neles porque ele não é burro.
- a- afundar a cara nos meus... Peitos?- arregalei os olhos só de imaginar- Isso é... Isso me parece estranho e... Sei lá, estranho. Quem faz isso?
- homens fazem isso, homens adoram peitos.
- e as mulheres deixam? Tipo, não se importam?
- até onde eu lembro não- ele sorriu maliciosamente.- acho que elas adoram.
- sério? Eu nunca pensei que isso fosse legal, ou sei lá... Divertido.
- é muito divertido. Você tem que fazer qualquer dia desses, vai por mim você vai alegrar o dia do Dexter fazendo isso.
- não acho que isso seja possível mas tudo bem.- forcei um sorriso e estremeci ao imaginar Dexter com a cara nos meus peitos, não era algo que eu poderia achar ruim mas só de pensar na ideia...
Diniz olhou pra tela de seu celular e suspirou balançando a cabeça:
- Pandacornio eu vou ter que ir alí fazer uma ligação pra minha mãe e já volto. Eu até faria isso aqui mas que seria melhor você evitar ficar ouvindo eu discutindo com ela, não é nada legal.
- tudo bem, eu te espero aqui.
- OK.- ele se levantou e me mandou uma piscadela antes de se afastar.
Depois de um minuto que ele havia ido pra longe eu me arrependi amargamente de não ter pedido pra ele ficar, pelo menos ouvir ele discutindo com a mãe dele ia me distrair dos pensamentos obscenos que eu estava tendo com o Dexter com a cara nos meus peitos.
Droga!
Droga dupla!
Droga tripla!
Simplesmente Droga!
...
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All Star Azul
RomanceTalvez ela não nasceu pra viver num conto de fadas, nem perderia seu sapatinho de cristal pra seu príncipe finalmente a encontrar. Eve nunca acreditou que teria um final feliz e depois da descoberta de um tumor no cérebro acreditou mesmo que sua his...