All Star Azul

Peety

"E daí se eu não for tudo o que você queria que eu fosse?"

Quantas vezes sonhou com algo que sabia que nunca teria mas se recusava a esquecer somente pelo conforto que sentia toda vez que desejava?
Uma, duas, mais do que poderia contar?
Alguma vez valeu a pena? Por menor que fosse o desejo, perde-lo mais de uma vez valeu a pena?

Por alguma razão Peety se sentia assim e por pior que fosse a sensação que tinha sempre que pensava nisso, nada mudaria. Nunca mudaria...

Ela estava ali, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Tão simples quanto nunca esteve, tão radiante, tão única...

Eve era a única naquele pátio tão grande que brilhava sobressaindo-se diante todas as outras.

Peety não era o único a ver aquele brilho. Não seria o primeiro e muito menos o último.

Um arrepio tão forte tomava conta de seu corpo ao mesmo tempo que um ódio dominava a si. Ódio por te-la tratado tão mal, ódio por ser tão estúpido a ponto de desejar e querer destruir todos os sentimentos dentro de si a qualquer custo.

Vendo-a ali, não foi capaz de se aproximar e dizer o quanto ela estava linda, que seus cabelos ruivos não definiam quem ela era e que a falta dele não tirava dela sua beleza.

Eve caminhava de cabeça erguida pelo corredor, não deixava se afetar por nenhum dos olhares de estranhamento dos alunos que a rodeavam.
Ela estava ali. Pela primeira vez em anos ela estava ali e ninguém poderia mudar aquilo.

Um sorriso tomou os labios de Peety, ela era tudo.

Ele a viu se aproximar. Mal parecia vê-lo ali, estava confiante como jamais esteve.

Peety abriu a boca para falar mas ela passou por ele e entrou. Aquela não era à Vez dele.

O sorriso não sumiu de seus lábios. O frio em sua barriga também permanecia ali.

Ele se virou para entrar mas parou.

Dexter estava no corredor de entrada. Ela estava indo até ele.

Peety sabia dos sentimentos que Eve tinha por Dexter e sabia que mais cedo ou mais tarde acabariam juntos.

Mas porque aquilo pareceu tão ruim?

Porque aquilo parecia afeta-lo tanto quanto achou que fosse possível.

Ele deu um passo pra trás e se virou. Andou novamente até a saída e esperou até que toda sua angústia fosse embora.

Era tão errado assim pensar que teria uma chance? E se fosse errado, seria ainda pior insistir mesmo sabendo de todas as consequências?

Talvez... Ele não queria ter a resposta pra isso.
Estava pronto para encarar o que quer que a vida deixou para ele.

Já foi o cara bom, já foi o cara mal.

Infelizmente, o cara mal causou danos demais e tirou qualquer chances que um dia teve.

Era hora de aceitar.