Capítulo Trinta e Dois

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"You So Magnetic..."

O céu ainda continuava cinzento...
Nuvens carregadas ameaçavam com talvez, a mais forte das chuvas.
Estava certa em ficar tão exposta? Eve não sabia.
No final, melhor que uma boa xícara de chá, seria tomar o mais longo banho de chuva.
A música que tocava ainda era a mesma.
"Blue, Blue sky", um pouco de ironia pra transformar aquele dia de merda, num dia de merda animado.
Não havia mudado nada.
Sentada em frente a sua sorveteria favorita, tomando seu Milk shake favorito.
Porque não poderia ficar bem com aquilo?
"Porque você está morrendo, o cara que você gosta com outra, o cara que você gostava está mais puro que você um dia foi"
Eve revirou os olhos, por um momento havia esquecido que até em seus últimos dias ainda tinha a "sorte" de receber de bandeija, uma séries de problemas adolescentes.
O que mais a vida lhe reservava?
Só havia se passado dois malditos dias, talvez os piores de sua vida. Tudo era recente demais para parar de chorar, mas depois de dois potes grandes de sorvete, de sua dignidade ter ido embora para umas férias eternas, ela simplesmente cansou de esperar por um amor que não seria correspondido.
Em vez de chorar por todos eles, iria guardar suas lágrimas e guardar para seus últimos dias, ela temia que já estivessem próximos.
Sua vontade era largar tudo, roubar um carro, dançar pelada na chuva. Gritar até não ter mais voz.
"Porque não viver enquanto ainda há tempo, não é mesmo?"
Um sorriso tomou seus lábios.
Ela olhou envolta da rua, as casas estavam silenciosas. Ali não havia uma alma viva.
Num passo ela se levantou e ajeitou a mochila nos ombros. Pela segunda vez havia deixado o colégio no meio da aula.
A sensação era incrível.
Quem diria que a garota que um dia teve tanto medo de existir, agora estaria se revoltando a ponto de escrever um bilhete para a própria vida com a esperança de que um dia ela fosse responder.
"Quem sabe depois da morte", ela pensou.
Ela deu alguns passos indo rua parte mas parou enquanto pensava no que exatamente pretendia fazer.
Não estava muito a fim de voltar pra casa, colégio era sua última opção, e a casa do Dexter já não era mais um lugar onde se sentiria confortável.
Antes mesmo que tomasse uma decisão, seus pés à guiaram sozinhos.
Caminhar sem rumo sempre foi algo bom de se fazer já que ajudava a pensar e a decidir coisas como "Qual a melhor forma de acabar com um ruivo vacilão".
É, sua revolta com tudo aquilo estava deixando seus pensamentos puros, mais impuros que a mente maldita do Peety.
Havia se cansado de ficar calada, havia se cansado de nunca agir como queria, estava cansada de ser a única ali que ainda se importava com a opinião fodida dos outros.
o tempo havia parado.
Para todos aqueles que sujou esquecer, e para aqueles que ainda sentia amar.
Olhando mais a frente, ela avistou uma alma conhecida, o branquelo mais normal que tinha conhecido numa tarde qualquer.
Qual era o nome dele?, ela se perguntou.
Não lembrava, ou nem mesmo tinha perguntado qual era.
Ele olhou para trás, na direção dela. Um sorriso simpático tomou seus lábios.
O famoso irmão do diniz.
Ela sorriu de volta, o poderia ter de mal numa conversa com ele?
Talvez nada, talvez aquilo fosse realmente o certo a se fazer.

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