Eve parou em frente ao espelho e Analisou pela milésima vez sua roupa, seu rosto e gemeu realmente triste:
- eu não quero mais ir- ela se virou para encarar suas mães de plantão que pareciam cansadas de tanto ouvir Eve dizer a mesma coisa a cada cinco minutos.
- o que foi dessa vez?- Pegg perguntou suspirando.
- eu estou horrível, pareço estar indo de encontro com o caixão com essa cara de morta- Eve apontou para seu rosto.
- essa é a sua cara de sempre querida- Louise falou.
- não mãe, essa é a cara de uma quase defunta. Hoje eu acordei mais pálida do que sempre acordo e não venha me dizer que isso é normal porque até onde eu sei as pessoas costumam ficar mais morenas, não mais branquelas.
-você está exagerando.
- mãe!- Eve encarou Pegg com cara brava- Eu acabei de superar o Edward Cullen que com tanto pó na cara parecia um pedaço de papel de sulfite, se duvidar é capaz que eu brilhe igual a um diamante se ficar exposta ao sol.
- você vai bater o recorde de filha dramática se continuar assim.
- não é drama mãe, estou sendo realista. Não posso ir a escola assim.
- você não vai faltar mais um dia. Você ficou sem ir a escola durante duas semanas...
- ótimo- Eve foi até sua cama e se sentou- então não há problema algum se eu faltar mais uma semana.
- nem pensar! Você não vai faltar mais uma semana- Pegg falou séria.
- mãe! Isso é injustiça, eu estou doente. Os meus remédios estão me deixando enjoada e meu coração dói só de pensar que eu vou ter que enfrentar aqueles malditos da escola...
Pegg olhou para Louise que deu de ombros suspirando:
- eu não vou falar mais nada. Dê um jeito nisso- Pegg falou a Louise e saiu do quarto.
Louise se aproximou da cama e se sentou ao lado da filha:
- Eve, você não pode simplesmente parar de cumprir com suas responsabilidades. Você mesma disse que não queria deixar de ir a escola, não pode desistir agora.
- eu sei, mas eu não tenho mais aquela vontade de antes. Cada dia eu acordo mais desanimada e... E eu ainda tenho que pensar na escola e na Nina e no Peety me humilhando...
- você não é obrigada a ficar escutando eles. Você sabe que se quisesse poderia muito bem bater neles, eu não ia me importar de ir na sua escola e levar bronca do seu diretor por isso.
Eve sorriu:
- mãe eu não posso resolver tudo com violência.
- e porque não? Você não disse que o seu amigo ruivo espancou o Tal do Peety? Ele soube aproveitar muito bem a oportunidade que teve.
- ele quase foi expulso.
- mas bateu no Peety não bateu?
- é, bateu- Eve assentiu sorrindo.
- você tem que aproveitar sua juventude e as possibilidades que a vida te dá. É igual aquele ditado, se a vida te dá um limão faça uma limonada, e se a vida te dá um Peety quebre a cara dele.
Eve riu e olhou para sua mãe que não parecia nem um pouco preocupada com que estava dizendo para ela. Desde que era criança Eve sempre foi influenciada pelas suas mães a sempre dar o troco e nunca abaixar a cabeça pra ninguém que se dissesse melhor do que ela.
É claro que Eve cresceu fazendo totalmente o contrário mas ainda sim, sua mãe sempre a apoiava em suas decisões e isso queria dizer que se Eve decidisse socar o Peety até faze-lo sangrar ela apoiaria sem pestanejar.
- vamos lá- Louise se levantou- que tal passar um pouquinho de maquiagem nesse seu rostinho pálido?
- não- Eve balançou a cabeça e se levantou- não precisa mãe, eu vou assim mesmo.
- tem certeza?
- tenho sim, não importa o que os outros vão pensar. Eles já não gostam de mim mesmo.
Louise sorriu e se inclinou dando um beijo na testa da filha:
- eu sempre me orgulho muito de você querida.
- eu sei.
- lembre-se, se quiser chutar o rabo do Peety ou arrancar os fios loiros da Nina eu apoio totalmente.
Eve sorriu e assentiu:
- tudo bem.
- isso aí- Louise ajeitou a peruca de Eve e a abraçou a apertando forte contra sí- te amo querida.
- também de amo mãe.
..............................................
Assim que entrou na sala de aula Eve suspirou aliviada ao encontra-la vazia.
Como de costume, ela seguiu até sua carteira no fundo da sala e se sentou deixando sua mochila em cima da mesa.
Ela pegou seu celular no bolso da jaqueta azul escuro que usava e trocou de música diminuindo um pouco o volume. Sua cabeça doía um pouco mais que o normal mas ela achou que não era nada mais que um mal estar que logo passaria.
Nas últimas duas semanas, as dores em sua cabeça parecia crescer cada vez mais. A dor pareceu piorar logo depois que ela voltou pra casa depois que passou o dia com Dexter e os amigos dele, talvez por ter ficado menos tempo de repouso do que deveria mas depois daquilo a dor foi crescendo e crescendo e só parava quando ela tomava os remédios mas logo voltava novamente.
Eve desligou o celular e o deixou em cima da bolsa tirando os fones.
Veio três batidas na porta, Eve olhou naquela direção e estremeceu ao ver Peety entrar vindo diretamente até ela:
- Formiguinha.
Ele se aproximou e ajeitou a cadeira se sentando do lado oposto pra ele encarando ela com um curto sorriso nos labios:
- como é que você está?- ele perguntou.
- o que?
- fiquei sabendo que você andou doente. Quando você desmaiou aqui na escola foi um caos, ficamos preocupados, bem preocupados.
Eve encarou Peety sem entender o que ele estava falando. Peety nunca se preocupou com ela, ele nunca fingiu se preocupar com ela e agora que ele estava fingindo ou se preocupando de verdade era meio que assustador:
- não precisa ficar assim querida. Eu estou falando sério, realmente me preocupo com você- ele estendeu a mão e tocou no rosto dela.
Eve arregalou os olhos e empurrou a cadeira um pouco para trás se livrando do toque dele:
- não precisa fugir de mim, eu sei que te tratei mal nesses últimos anos mas eu me arrependo...
- eu não acredito- ela falou até um pouco impressionada consigo mesma por ter conseguido falar e por ter sido bem rude com ele- por favor saía de perto de mim.
- Ei, calma.- Peety sorriu- Eu não vou machucar você, só quero conversar.
- está mentindo, eu não... Eu não acredito em você...
- Eu entendo, eu te dei motivos pra você não gostar de mim...
- vai embora. Só, só fique longe de mim por favor...
- Eve...
- Eu acho que ela deixou claro que não quer você perto dela- Uma voz ecoou pela sala vinda da porta.
Peety olhou naquela direção e se levantou ao ver Dexter:
- Eu não quero problemas Dexter.
- se não quisesse problemas não estaria perto dela.
- Dexter...- Eve se levantou, Dexter olhou para ela e ficou um pouco mais calmo.
- Dê o fora Peety- ele falou ao olhar para Peety.
- eu ainda...
- dê o fora antes que eu quebre sua cara novamente, e antes que eu me esqueça fique longe dela. A Eve é minha e se tentar qualquer coisa contra ela vai ter que se ver comigo.
Peety encarou Dexter por um longo minuto mas não disse nada apenas andou na direção da porta e passou pelo ruivo saindo da sala.
Dexter suspirou e passou a mão no cabelo olhando para Eve e indo até ela:
- está tudo bem?- ele perguntou.
- está sim- ela assentiu e abriu um curto sorriso.
- o que ele queria?
Ela deu de ombros:
- nada, foi estranho ele... Ele disse que estava preocupado comigo...
Dexter franziu a testa:
- esse cara é um babaca. Está fazendo isso pra provocar você.
- eu sei, eu sei.
- não caia nas provocações dele OK?- ele a puxou para sí- enquanto eu estiver com você não vou deixar que ele faça nada de mal.
Eve sorriu e sentiu um alívio quando ele a abraçou. Dexter conseguia sozinho faze-la se sentir bem, só com um abraço ele confortava e a fazia se esquecer de todos os seus problemas e de todas as suas dores.
Ela não entendia como, mas ele havia chegado na hora certa na vida dela e ela sabia que se ele partisse iria destrui-la por completo.

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All Star Azul
RomanceTalvez ela não nasceu pra viver num conto de fadas, nem perderia seu sapatinho de cristal pra seu príncipe finalmente a encontrar. Eve nunca acreditou que teria um final feliz e depois da descoberta de um tumor no cérebro acreditou mesmo que sua his...