Capítulo Trinta

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Estar fora do colégio depois do pequeno acontecimento com Dexter era tão bom quanto seria ficando numa sala cheia de gente que não gostava dela.
Apesar de tudo, Eve achava que estava levando bem tudo aquilo.
Depois de dizer a sí mesma que nada valia a pena esquecer estava sendo fácil. Tão fácil quanto derramar lágrimas por alguém que estava óbvio que não merecia.
- acho que o próximo passo é você ir embora, não é?
Eve olhou para Peety que estava encostado nas grades que rodeavam toda a área envolta do colégio. Ele havia acendido um cigarro enquanto a observava se perder em pensamentos e estava tão sexy daquele jeito bad boy cansado e magoado que Eve quase pensou na possibilidade de parar para apenas observar ele, quase.
- se sair era o que queria não é bom ficar por aqui na vista do diretor ou, de qualquer um que se importe.
- você também está na vista deles- Eve falou- não devia estar seguindo caminho de volta pro prédio?
- ah não, eu não vou ficar aqui- Peety saiu de perto das grades e jogou o resto do cigarro no chão antes de voltar a encarar Eve- Se não notou o que eu acho provável, eu já tinha a intenção de ir embora então...
Peety deu de ombros:
-... Tchau- ele disse antes de sorrir e passar por ela seguindo calçada a frente.
Eve se virou para Vê-lo ir embora mas uma pulguinha em sua cabeça lhe dizia para segui-lo.
É, algo ali estava definitivamente errado.
- Ei Peety- Eve correu até ele- espera!
Peety se virou e a encarou confuso. Uma hora ela diz que não queria ficar perto dele e outra o mandava esperar, qual era o sentido de tudo aquilo?!
- o que foi?- ele perguntou mais calmo do que aparentemente estava.
- a Nina- Eve falou- Por que terminou com ela?
Peety arqueou ambas as sobrancelhas no mesmo momento em que um curto sorriso surgiu em seus lábios. Mas o que ele estava pensando? Será que o fim do namoro era tudo uma mentira?
- como soube disso?- ele perguntou ainda sorrindo.
Eve abriu a boca mas a fechou pois achou que não seria certo dizer que a Kara havia contado isso pra ela. Se ele estava perguntando talvez fosse porque queria tirar satisfações com a pessoa que estava falando da vida dele pelos corredores do colégio.
- eu... Eu posso ter escutado por aí- ela falou um pouco atrapalhada com as palavras.
- por aí é?- ele deu um passo na direção dela sem tirar aquele sorriso dos lábios- e por acaso nesse seu "Por aí" não te contaram o motivo?
- se tivessem me contado eu não estaria perguntando, não acha?- Eve forçou um sorriso o encarando de igual para igual.
- por quê será que eu não acredito nisso.
Eve piscou confusa:
- por quê não acredita?
- porque tenho certeza de que quem quer que te falou isso também te contou o motivo então a menos que eu acredite que você não saiba, não vou dizer nada.
Peety se virou e seguiu a passos pequenos rua a frente.
- você não tem cara de que se arrepende de todas as merdas que fez- Eve gritou e o viu parar.
Peety não ousou se virar mas continuou parado talvez pensando numa resposta que o salvasse do que ela disse:
- em todos esses anos- Eve continou falando- em todos esses malditos anos você fez da minha vida um inferno. Destruiu todas as minhas ilusões e acabou com a única felicidade que eu tinha na minha vida. Eu nunca, nunca ouvi sair da sua boca um único pedido de desculpas e agora todos estão dizendo que você está arrependido, eu não posso acreditar que isso seja  verdade.
Peety permaneceu parado, suas punhos estavam cerrados, sua cabeça estava baixa mas ele não se virou.
Depois de um minuto Eve não precisou que ele dissesse algo para que tivesse a resposta. Estava claro que ele era um covarde, que tudo o que ele fez pesou em sua cabeça e que agora, só agora ele estava arrependido.
Eve de virou para ir embora mas antes que conseguisse algo a parou.
A voz de Peety ecoou pelo espaço e quando ela voltou a se virar viu que agora ele a olhava também.
- eu sei que não tenho o direito de te pedir desculpas agora.- ele falou, sua expressão era séria. Parecia que cada palavra pesava em sua mente e que aquilo realmente era verdadeiro.- sei que fui o pior filho da puta que pôde entrar na sua vida mas agora eu realmente não aguento mais isso. Você acha que tudo o que eu fiz foi por que eu não me importava com ninguém, mas eu não sou o monstro que você pensa. Não sou o mesmo cara de semanas atrás e não sou o mesmo cara que te causou todo aquele sofrimento. Quando perguntei se estava bem semanas atrás eu realmente me importava e quando te vi naquele bar, com aqueles caras...
Peety parou de falar. Eve o encarou confusa:
-... Eu não...- ele balançou a cabeça. Passou a mão nos cabelos e deu um passo para trás-... Não vou implorar pelo seu perdão Eve, não acredito na estúpida possibilidade de um dia você me perdoar, apenas saiba Q sinto muito, eu não....
- está ficando louco.- Eve o impediu de continuar falando- você está louco. Não está falando sério...
- Eve...
- Você não está falando sério!- a voz dela ecoou pelo espaço vazio da rua, seus olhos lacrimejavam- não pense Que vai me enganar com essa...
- não estou te enganando.
- está sim.
- não estou.
- está sim!...Está sim...- ela fez uma pausa- você não é capaz de aceitar o que fez, mal deve estar falando sério quando pede desculpas, não vou cair nessa, não dessa vez...
Eve deu as costas e caminhou rápido, Peety a viu se afastar mas não fez nada para impedi-la:
- desculpa...- ele sussurrou.
***

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