Capitulo Vinte e Três

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Bônus.

Era por volta de uma da tarde quando o sol começou a diminuir deixando um clima gostoso em todo o parque.
Me deitei no gramado e fechei os olhos sentindo a brisa fresca bater em meu rosto e escutando o som agradável dos pássaros que cantavam envolta da área grande onde eu estava cercada de árvores.
Não me lembro quando foi a última vez que estive num lugar em que me senti tão bem.
É claro, ultimamente eu não tenho muito o que reclamar da minha vida quase que perfeita, mas nada se comparava a isso aqui. Esse lugar é perfeito e não sei se alguma coisa no mundo poderia estragar esse clima bom.
Suspirei lentamente e parei de sorrir assim que algo tapou o meu Sol.
Uma sombra cobriu o meu rosto e pelo arrepio repentino que senti achei melhor não abrir os olhos. Não, eu não ia abrir meus olhos.
Abri meus olhos e gritei ao ver olhos verdes tão perto dos meus. Me levantei com tudo e bati minha cabeça na do ser que estava na minha frente.
Gemi de dor e esfreguei a parte dolorida da minha cabeça olhando para Dexter que estava parado do meu lado fazendo o mesmo:
- Você ficou maluco?!
- como assim, eu fiquei maluco? Foi você que me bateu com a sua cabeça!
- é o que...?- me sentei em posição de borboleta e o encarei enquanto listava os motivos pra mim não bater nele.
Fechei meus olhos por um minuto e suspirei tentando me acalmar.
OK.
Eu não vou me expressar.
Eu não vou bater no ruivo sedução, eu não vou bater no ruivo sedu...
Abri meu olhos e o peguei me encarando. Ele sentado na minha frente me encarando com um sorrisinho divertido nos labios.
É, definitivamente eu vou bater nesse ruivo sedução!
- no que está pensando?- ele perguntou.
- O que você está fazendo aqui?- perguntei rápido e direto.
- humm... Eu vim te ver.
- me ver?
- é, te ver. E...
- e?
- bom, eu também vim conquistar território. O puto do Diniz tá tentando te roubar de mim e eu não podia permitir isso de jeito nenhum.
- me roubar? Me roubar de você? Desde quando eu passei a ser sua?
- desde que... Desde sempre Ué.
Arqueei minhas sobrancelhas e cruzei os braços:
- desde sempre não é uma resposta muito boa. Isso não explica nada.
- pra mim explica muita coisa.
- não, não explica coisa nenhuma.
Ele me encarou por um longo minuto e suspirou passando a mão no cabelo:
- Olha, mesmo que eu tenha uma explicação melhor que essa você realmente não ia querer ouvir.
- por que não tenta me dizer. Tenho certeza de que vou entender perfeitamente- falei.
- hã...- ele piscou me encarando um pouco pensativo e depois de um minuto parado balançou a cabeça-... Não dá.
- não dá o que?
- não dá pra nada. Você me deixa maluco Olhos Verdes, eu não consigo me concentrar quando estou falando com você.
- e você quer que eu faça o que?- perguntei indignada.
Que merda eu havia feito pra deixar ele assim?
- primeiro para de me olhar assim.
- te olhar assim, como?
- assim.
O encarei super confusa e tive que me afastar assim que ele veio de joelhos pra mais perto de mim.
O cheio gostoso e intoxicante do perfume dele me atingiu em cheio e juro que se não fosse pelo meu alto controle eu estaria caída no chão rolando de um lado pro outro.
- por que você está sempre correndo de mim?- ele perguntou parando onde estava e me encarando com aquele maldito sorriso.
- correndo? Eu? De você? Que nada, eu não fico correndo de você- me ajeitei tentando sentar de uma maneira que eu não ficasse colada nele e não, eu não tive sucesso.
Ele veio mais um pouco na minha direção e senti sua perna encostar nos meus joelhos.
Droga!!
Parei de olhar para ele e tentei encarar um ponto que não tivesse olhos verdes nem tivesse um sorriso de tirar o fôlego.
- por quê não olha pra mim pequena?
- eu não estou a fim.
- não está a fim ou, não quer que eu te pegue na mentira?
Olhei pra ele e forcei o sorriso:
- eu não estou mentindo.
- não está?- ele se inclinou na minha direção e instintivamente fui pra trás me afastando mais uma vez dele.
Droga dupla!
- você continua fugindo...
- eu não estou fugindo.
- está sim e sabe disso. A essa altura eu não acho que você tenha medo de mim mas, pensando em todos os motivos possíveis Não consigo achar um que explique essa sua insistência em fugir de mim.
- eu não fujo de você- o empurrei de leve e me sentei reta desviando novamente meu olhar do dele- é que...
- é, o quê? Qual o problema Olhos Verdes?
- não é exatamente um problema, eu só...- dei de ombros-... Eu só não consigo ficar muito perto de você.
- por quê?
- porque não.
- porque não, não é uma resposta muito boa.
- que bom que você sabe.
Me levantei e me virei ficando de costas para ele. Olhando mais a frente eu via absolutamente tudo menos o Diniz.
Eu já não sabia mais quanto tempo fazia desde que ele havia ido fazer a tal ligação pra mãe dele.
Tenho quase certeza de que já havia se passado tempo o suficiente pra esgotar todo o crédito dele mas prefiro ignorar essa possibilidade e acreditar que ele ainda está falando com a mãe dele.
Ele não me abandonou aqui, ou abandonou?
Um arrepio forte me puxou pra longe dos meus pensamentos. Fiquei grogue no momento em que senti as mãos fortes de Dexter passarem envolta da minha cintura e me puxar com tudo pra trás, Bati contra o corpo dele e não consegui raciocinar direto nem impedir que ele parasse de fazer o que quer que ele estava fazendo comigo.
Droga tripla, quádrupla, quíntupla, tudo pla!!!
- você definitivamente não sabe o que está fazendo comigo- ele falou, sua boca estava à poucos centímetros da minha orelha.
- eu só sei o que está fazendo comigo.
Fechei os olhos ao sentir os labios dele tocarem o meu pescoço num beijo curto e fiquei aliviada quando ele deu um passo pra trás e me soltou.
- perfeito!- ele pegou minha mão e me virou na direção dele.- vamos conversar sobre isso.
- não quero... Na verdade não posso... Talvez não devo...- soltei a mão dele e dei um passo pra trás, seguido de outro.
- não fuja.- ele deu um passo na minha direção - Por favor, não faz a gente voltar pra essa fase de novo.
- eu não vou fugir...
Eu acho, pensei.
- eu não quero que você pense que eu estou fugindo porquê eu quero...
Não está ajudando Eve.
Parei de falar pensei um minuto antes de falar:
- eu só... Não vou fugir, OK.
Dexter assentiu parecendo aliviado e sorriu:
- OK, sem fugas.
- sem fugas- sorri aliviada por não ter estragado tudo.
- acho que posso esperar até você se sentir à vontade pra me contar o motivo de tudo isso.
- é- assenti- um dia juro que Conto.
- que não demore muito.
Sorri assentindo mais uma vez:
- não vai demorar.
Ele sorriu e por um minuto eu não mudado aquele momento por nada no mundo. Apenas por um minuto!
- EI SEU PUTO!
Eu e Dexter nos olhamos na direção de onde o grito veio e vimos o Diniz vindo na nossa direção.
- Gustavo.
- Dexter.
Os dois se encararam cara a cara, olho no olhos e me sinto minúscula perto deles.
- como diabos chegou aqui tão rápido?!- Diniz perguntou.
- eu não cheguei rápido, foi você que deixou ela sozinha por tempo demais- Dexter me puxou pra perto dele.
- eu tava falando com a minha mãe, acontece que a velha tava brava hoje.
- ah é?- Dexter sorriu, mesmo parecendo não se importar- que pena.
Diniz arqueou as sobrancelhas e desviou o olhar de Dexter passando a me encarar:
- ele tentou alguma coisa Pandacornio?
- é...
- Pandacornio?!- Dexter quase gritou do meu lado- Mas que porra é essa Diniz? Aí você passou dos limites, que porra é um Pandacornio?
- é um panda metade unicórnio.
- é sério isso? Você está mesmo chamando a Eva disso? Eu achei que estava perdendo ela pra você mas vendo agora eu posso te vencer de olhos fechados.
- não duvide dos meus apelidos fofos Dexter as garotas adoram.
Dexter riu ao mesmo tempo que Diniz revirou os olhos. Eu dei um passo pro lado querendo sair daquele meio antes que sobrasse lra mim mas Dexter novamente me puxou pra perto dele, passando o braço envolta do meu pescoço.
- ta legal, ta legal já chega OK!- Diniz falou irritado.
- OK- Dexter parou de rir e suspirou- acho que eu posso fingir não ter ouvido isso.
- é, é bom que finja mesmo.
Os dois encararam por mais um minuto até que o celular do Dexter tocou.
Ele me soltou e pegou o atendendo rapidamente.
Depois de trocar palavras rápidas com a pessoa do outro lado ele desligou o celular e sorriu:
- encontro no Sam agora- ele falou olhando para Diniz e depois pra mim- Bora encontrar os Viados?
- é... Sim.- sorri.
- perfeito.
Ele pegou minha mão e olhou para Diniz:
- vamos lá?- ele perguntou.
Diniz assentiu e sorriu:
- bora viado.
Seguimos os três lado a lado na direção da saída do parque.
Não sei se posso dizer que foi estranho, até porque eu tinha sérias dúvidas se havia um clima ruim ou não entre Dexter e Diniz.
Os dois eram tão difíceis de entender quanto qualquer um no mundo.
É...
Talvez não seja só as mulheres que são difíceis...

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