Trinta e nove

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"You're dark, Baby..."

- Alguma vez já sentiu que estava cometendo o maior erro da sua vida? Tipo, literalmente o maior erro? Bom, já me senti assim diversas vezes, hoje tô me sentindo assim, amigão.

Dexter encarou os olhos grandes e brilhantes do projeto de cachorro que segurava em seus braços. Até ele parecia achar aquela uma má idéia.

O Ruivo voltou a olhar para a casa de Eve, havia tanto tempo que não parava naquela mesma varanda, foram poucos os momentos, mas as lembranças eram tantas...

Seria errado aparecer depois de tanto tempo, sem explicações, sem mensagens de desculpas, somente ele e um filhote de raça desconhecida que ele encontrou sozinho, olhando pela vitrine da casa de ração que havia perto de sua casa.

A idéia era simples: implorar pelo perdão de alguém que jamais o veria da mesma forma.
É... O dia está ótimo para levar um tapa na cara, ele pensou

- eu não sei em que momento da minha vida errei pra chegar aqui- ele respirou fundo- Talvez começou quando fui um filho da puta babaca.

Ele estendeu a mão e tocou a campainha.

- Vamos na sorte, amigão. É hoje que eu tomo no cu.

Um minuto se passou... Talvez, dois.
O silêncio tomou conta da varanda, aquela espera era terrível demais.
Ele tocou a campainha novamente, não iria embora até que dissesse tudo a pequena olhos verdes, ou pelo menos uma parte de tudo o que queria dizer.

- Essa vida tá de palhaçada...- ele novamente apertou a campainha, quanto tempo ainda teria antes de entrar em surto.-... vamo lá, nunca te pedi nada bom god...

Ele se inclinou para tocar a campainha novamente mas a porta se abriu antes que pudesse.
Deu um passo automático para trás e encarou o rosto pálido e fodido de Diniz, o que porra ele tava fazendo ali?

- mais que porra você tá fazendo aqui???- Dexter falou alto, seus olhos ganharam um brilho furioso.

- se adivinhar te dou um beijo- um sorriso safado tomou os labios de Diniz, ele cruzou os braços e se encostou na parede, encarando o Ruivo.

- você é um filho da puta de merda. Que caralho é esse? Tá me chifrando porra?!

- eu nunca faria isso com você, meu bem. Só não ia esperar você tomar vergonha no seu cu peludo pra vim falar com a pequena Eve. Sabia que ela tava no hospital? Se não fosse pelo viado do meu irmão, eu não saberia de nada até ela estar a palavra com M.

- eu não sabia de nada, pelo menos não até pouco tempo. Mas isso é traição porra, eu que devia vim primeiro...

Diniz riu, meneando a cabeça:

- tu chegou tarde, mozão. A galera toda tá aqui.

- o que?- Dexter piscou seguidas vezes rapidamente- quem? O que? Como assim?

Diniz abriu a porta e deu um passo pro lado para que Dexter pudesse entrar:

- é melhor subir e ver você mesmo. Cuidado onde coloca o cachorro, quero ele cagando aqui não....

....||-//....

- QUEM PEIDAR MAIS FEDIDO GANHA MEU CU!! SÓ LEMBREM QUE SE EU GANHAR O PRÊMIO NÃO VALE.- Max rebolou na frente do grupo que caíram na gargalhada enquanto tentavam desviar a atenção do patrimônio que o rapaz carregava atrás de si.

Eve, deitada na cama com uma bandeija de cupcakes em seu colo, ria a ponto de sentir as lágrimas encherem seus olhos.

O quarto tinha um ar tão gostoso. Por todos os lados via um homem bonito o suficiente para fazê-la parar somente para observa-lo.

De uma hora para outra todo o silêncio havia sido tomado de si e jogado para bem longe, onde não pudesse incomodar.
Diniz, Nick, Eric, Max e o pequeno fora da lei cujo nome ela não sabia, mas o irmão muito bem conhecia, invadiram sua vida, trazendo doces e bebidas. A única tarde que ela poderia chamar de memorável.

Quem diria que depois de tantas lágrimas ela ainda teria tempo para alguns pequenos momentos sorrindo.

Tudo era tão surreal, as piadas que contavam não tinha sentido algum, as conversas iam de um mundo para outro. Ela podia sentir cada fio de vida que ainda restava nela e se agarrava a eles com todas as suas forças:

- Por favor, por favor, nada de brincadeiras de homem na frente da princesa aqui- Nick tomou a frente se aproximando de Max- O ESQUEMA É COMER O CU DO MAX DE GRAÇAAAAAA. QUEM É QUE TOPA?

- não é por nada não, mas essa bundinha ae até eu comeria- Eric falou baixo. Eve estava tão feliz que ele havia conseguido se encaixar com os rapazes.

- Ei, ei, ei, ei.- Max deu um passo para trás levantando as mãos- vem com essa putaria pra cima de mim não, sou macho porra!

Todos caíram na gargalhada:
- Porra, caralho, Sou macho sim!- ele bateu o pé e abriu um sorrisinho- mas caso queiram pagar pela minha virgindade anal, tô aceitando.

- eu ganho desconto por ter câncer?- Eve perguntou, rindo.

- oh, minha princesa, pra você eu do de graça- Max foi até a cama e se sentou do lado dela, roubando o cupcake- Você pode me comer em que posição quiser, só arrumar um lubrificante que tá valendo.

- vocês são tão sujos- irmão de Diniz falou, todos olharam pra ele.

- é só eu ou todos também estão escutando a voz dele pela primeira vez?- nick perguntou.

Max deu de ombro concordando, Eric assentiu também concordando e Eve sorriu, balançando a cabeça negativamente:

- Eu e ele já tivemos nosso momento juntos - ela disse, o garoto se encolheu no canto envergonhado- Ele tem um ótimo papo.

- espero que não seja tapado igual o irmão- Max falou com a boca cheia- ninguém ia suportar um segundo diniz.

- Cadê ele por falar nisso? - nick perguntou.

Todos olharam para a porta. Por alguma razão acreditaram que ele apareceria na porta, com alguma piada idiota e um sorriso idiota nos lábios.

Nada.

Encararam a porta por mais um minuto, quanto ainda teriam que esperar?

- e então?- Max perguntou- ninguém vai lá ver se ele caiu no vaso ou algo do tipo?

- tava a fim de ir, mas né...

- eu vou!- Eric deu um passo largo na direção da porta. Porque sentia que havia algo errado? Havia alguma coisa cheirando mal ali, e ele tinha certeza que não era as bufas fedorentas de Max depois de beber duas garrafas de cerveja.

Do corredor, dava-se para ouvir os passos. Diniz provavelmente era um deles, mas quem seria a segunda alma a caminho. Algo lhe dizia que não iria gostar da resposta.

- AE FODIDOS, OLHA QUEM EU ACHEI LÁ EM BAIXO- diniz entrou no quarto segunda não um filhote peludo nos braços, as atenções se voltaram para ele mas não durou muito até os sorrisos sumissem dos lábios de todos e os olhos se voltassem para o Ruivo. O filho da puta do ruiva

- Eh caralho- Max falou alto- fudeu.

All Star AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora