Capítulo XV - Cadê o seu brilho?

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"Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens

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"Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens."

(Mateus 5.13)

São Paulo, 11 de setembro de 2011.

-Então, peguei alguns nomes com alguns membros da igreja de pessoas que eles conhecem, mas que não vem mais. -Mateus mostrou uma lista enorme de nomes e endereços. -Eu não sabia que existia tantos afastados assim da igreja.

Teresa concordou com o obreiro. Mateus era o novo líder do grupo de evangelização, e ela ainda como auxiliar. Tânia havia mudado de igreja e supostamente Teresa achou que finalmente ia conseguir voltar para o seu posto, mas não. Mesmo que houvesse trocado de pastor, e mesmo que ela estivesse se preparando para se casar com um, ninguém a achava capaz.

Ela já deveria estar acostumada com aquilo, nada do que fazia era o bastante. Talvez nem para ser esposa de pastor ela iria servir.

-Você está bem? -Ele a olhou preocupado quando percebeu que ela escutava por um ouvido e saia pelo outro.

-É claro que eu estou! -Mentira. Ela não estava tomando os remédios corretamente e já estava sentindo fraqueza novamente.

-Não falo fisicamente, obreira, falo espiritualmente.

Teresa tentou suavizar sua expressão: -Sim, estou. Por quê?

-É que a senhora parece que perdeu o brilho que tinha antigamente. –Foi uma afirmação inocente, em nenhum momento a garota sentiu julgamento na voz de Mateus e acabou que sentiu vontade de chorar. Queria falar tudo o que estava acontecendo. Ela não aguentava mais sustentar aquele teatro cheio de emoções, era exaustivo e não sabia até quando conseguiria enganar alguém, mas antes que fosse obrigada a responder, Jennifer apareceu na frente dos dois.

-Obreiro, o pastor está te chamando.

Mateus concordou, deu um último olhar de solidariedade para Teresa e saiu.

A jovem sentia-se incomodada pela presença de Jennifer, pegou o celular da bolsa e fingiu mexer nele para não ser obrigada a dar atenção para a moça. Era tão estranho imaginar que um dia as duas haviam sido amigas inseparáveis e agora uma não conseguia olhar no rosto da outra. Como duas obreiras que diziam ter o mesmo Espírito Santo poderiam viver daquela forma?

-Então quer dizer que você e o pastor Patrick estão namorando...

Estava demorando muito para que Jennifer viesse até ela perguntar ou falar qualquer coisa em relação a ambos.

-Sim, por quê? -A ignorância na voz de Teresa era notável.

-Não, por nada! -A obreira levantou as palmas das mãos para cima em um ato de demonstrar inocência. -Achei realmente que você ia ficar com o obrei... quer dizer pastor Rafael...

-Pois é, muitas pessoas acharam. -Por dentro a garota revirou os olhos.

-Bem, eu só vim aqui para te pedir desculpas, Teresa.

-O quê?! -A voz da garota soou incrédula.

-Eu vim aqui te pedir desculpas! -Jennifer a olhou duramente.

-Por? -Teresa sabia o motivo, mas estava se divertindo com aquela situação.

-Por ter falado qualquer coisa que te magoasse. -Ela abriu um sorriso que a jovem não pode decifra-lo. -Eu quero muito que vocês dois sejam felizes. -E estendeu a mão para Teresa.

Jennifer parecia saber de alguma coisa que a moça não sabia, mas ainda assim Teresa não recusou o aperto de mão, quem sabe as duas não poderiam um dia se acertarem e voltar a ser amigas?

Jennifer parecia saber de alguma coisa que a moça não sabia, mas ainda assim Teresa não recusou o aperto de mão, quem sabe as duas não poderiam um dia se acertarem e voltar a ser amigas?

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-Oi, Patrick! -Teresa entrou no escritório depois que voltou junto com Mateus das visitas que haviam realizado. Já que ia para casa depois, resolveu ir ver seu namorado antes de ir.

Patrick mexia no celular e deu um mínimo olhar para ela, ele estava se tornando frio a cada dia que se passava.

-Ah, oi. Eu estava querendo mesmo falar com você. -Ele soou ríspido e se levantou. Seus olhos azuis estavam escuros. -Quem é Rafael, Teresa? -Ele perguntou sem rodeios.

A jovem hesitou: -O pastor auxiliar da sede...

Ele pegou o pulso dela e apertou.

-Eu escutei outras coisas.

-Patrick, me solta, você está me machucando. -Ela disse tentando puxar o braço para si e sussurrando com medo de que alguém entrasse e presenciasse aquela cena.

-Responda.

-Ele é só um pastor auxiliar! -Seu tom de voz aumentou e Mateus entrou no escritório. Rapidamente Patrick soltou o pulso de Teresa e se virou para o rapaz que olhava desconfiado para os dois.

-O que está acontecendo aqui?

-Olá, obreiro! -Ele falou mansamente, mas seus ombros tencionados demonstravam a adrenalina que ainda percorria em seu corpo. -Não está acontecendo nada, Teresa olhou para o pulso que estava vermelho e deslizou a mão para encobrir o local.

-Está tudo bem, Tessa? –Mateus ignorou o pastor e olhou fixamente para a garota.

Patrick apenas a olhou de canto. Se naquele momento, Teresa houvesse falado a verdade! Mas o olhar de Patrick era afiado.

-Está. -Ela respondeu obedientemente sem olhar para Mateus.

Patrick sorriu maldosamente, mas somente Teresa percebeu.

Mateus hesitante saiu do escritório. Teresa queria gritar para ele por ajuda, queria gritar que seu príncipe estava demonstrando ser um monstro fantasiado...

Patrick chegou bem perto da moça, enrolou uma mecha de cabelo entre os dedos e sussurrou, seu hálito era quente contra o rosto de Teresa:

-Não quero vê-la novamente perto daquele rapaz, nem dele, muito menos de qualquer outro. Você é somente minha. Entendeu?

A jovem concordou e sua vida poderia apenas ser resumida em vontades incontroláveis de chorar.

A jovem concordou e sua vida poderia apenas ser resumida em vontades incontroláveis de chorar

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