Capítulo X - O que está acontecendo comigo?

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"pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não me esquecerei de ti

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"pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, Eu, todavia, não me esquecerei de ti."

(Isaías 49.15)

São Paulo, 28 de janeiro de 2011.

No dia em que finalmente chegou o casamento de Júlio, Teresa estava mais indisposta do que nunca. Não conseguiu sair da cama o dia todo, sentia fortes dores no peito, mas não disse nada a sua mãe, não queria que ela ficasse preocupada. A jovem até se forçou a comer, mas era em vão, pois, qualquer coisa que engolia, no mesmo instante colocava para fora.

Já eram oito horas da noite, logo sua mãe e sua irmã chegariam da cerimônia e nem banho Teresa havia tomado, o tempo havia passado e nem a luz do dia ela viu. Obrigou-se a sair da cama e foi ao banheiro. Suas pernas reclamavam em cansaço e imploravam para voltar para a cama, nem o próprio peso, Teresa parecia capaz de aguentar, olhou para uma cadeira que ficava próxima ao chuveiro e por mais que estivesse tentada a leva-la para o banheiro, concordou consigo mesma que não estava tão mal assim.

Enquanto tomava banho, resolveu lavar o cabelo também, queria se sentir melhor, mas o que aconteceu em seguida a deixou pior. Enquanto lavava os cabelos, vários tufos saíram em suas mãos. E não eram poucos como o normal de todo o cabelo, caiam enormes quantidades que a deixou sem reação.

O que estava acontecendo com o seu corpo?

Primeiro não sentia mais fome alguma. Depois foi a insônia, ela não fazia ideia de quanto tempo fazia que ela não dormia direito, por mais que estivesse cansada, quando deitava em sua cama não conseguia relaxar. Fora o nervosismo que sentia em situações que não tinha o porquê de ficar nervosa. As tonturas já haviam virado rotina...

E agora aquilo, eram sinais claros de como ela estava por dentro, mas Teresa não conseguia enxergar que aquilo não era algo ocasionado de fora e que atingiu seu interior, mas de dentro que atingiu seu exterior.

Ela desligou o chuveiro e se sentou no chão. Ficou ali, tremendo de frio olhando para os fios de seus dedos e que estavam espalhados pelo chão, sem se dar conta que o tempo passava, ela poderia ter ficado ali por horas que não perceberia.

-Tessa? -A voz da sua mãe veio até ela após algum tempo. -Cadê você?

A garota respirou fundo e esfregou os olhos. Por quanto tempo havia ficado ali?

-Estou no banheiro. -Sua voz saiu como cacos de vidro que arranhavam sua garganta, mas como estava dentro do banheiro, sua mãe não pode perceber como ela estava abalada.

-Quando terminar, desça. Nós não ficamos até a festa acabar porque amanhã nós vamos para a igreja cedo, mas o Júlio fez questão de mandar uma lembrancinha para você.

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