3. Oceans

94 5 1
                                    

O dia estava lindo, radiante e cheio de cor. Meu quarto ficou iluminado e senti algo tão bom dentro de mim, como naqueles dias onde há sol e frio ao mesmo tempo. Hoje iriamos a uma festa na piscina dos amigos da minha família. Até que não estava tão desanimada como nas edições anteriores. Coloquei um biquíni rosa que dava contraste com minha pele branca, um óculos preto, uma sandália rasteirinha e uma saída de praia branca. Peguei Nárnia para ler e meu celular com as melhores músicas.

Mamãe e papai já estavam arrumados e colocando as cadeiras no porta-malas do carro.

-Filha, não esquece de pegar o protetor solar – papai gritava da sala, enquanto eu descia as escadas.

-Já está na minha bolsa. Pegou tudo? - Já me dirigia a porta.

-Sim, está tudo aqui. - Papai já saía da sala e ia ao carro. Olho para trás e vejo algo na mesa da cozinha.

-Tem certeza? Porque a sua carteira está bem ali na mesa. - Papai verifica os bolsos da bermuda e faz uma cara muito engraçada.

-Pode deixar que eu pego. - Vou até a mesa e sigo para a saída. Fecho todas as portas e entro no carro.

-Vamos lá, então. - mamãe já coloca seus óculos e liga o rádio.

Chegamos depois de 30 minutos ao nosso destino. A música já ecoava por todo lugar e o cheiro de churrasco subia pelos ares. O típico âmbito do brasileiro. Os amigos de meus pais são Maria e Rodolfo, ele era gerente da empresa do meu pai. Nos abraçamos e nos separamos: Anna foi com as amigas comer, William foi falar com os funcionários e eu, como sempre, sobrando no meio de várias crianças.

Sentei na cadeira de praia e abri o livro Nárnia. Era meu livro favorito de fantasia.

Enquanto entrava no mundo da literatura, senti minha cabeça pegar fogo por conta de um garoto que estava na piscina. Moreno, estatura mediana, cabelos tipicamente brasileiros, olhos curiosos e lábios carnudos. Diria que era até "bonitinho", mas pela cara que ele apresentava, dava mais medo do que curiosidade.

Ele cochichava com alguns meninos e me olhava como uma criança estúpida que fala mal de você. Isso me irrita. Bastante.

Decidi sair dali e procurar minha mãe. Ele me lançava ainda um olhar malicioso. Nojo.

Mamãe se encontrava com um grupo de mulheres, estavam discutindo sobre relações...

-Filha! Meninas, essa aqui é a Alice.

-Oi Alice – falaram em coro.

-Olá - abri um sorriso simpático.

-Cansou da piscina? - Maria falou

-Um pouco. - mamãe puxou uma cadeira e sentei ao seu lado.

-Vou trazer algumas batidas pra nós. - Todas se animaram logo. Eu me dirigi até a mesa para almoçar. A carne estava muito boa.

Ficamos até às sete horas no clube e depois partimos para casa. Estava com tanto sono que nem peguei no notebook para escrever, fui direto para o banheiro e dormi.

-Alice, vem logo! - Ju me puxava para uma pista de dança. As luzes piscavam freneticamente enquanto a música inundava o lugar. Todos dançavam de uma forma alucinante.

-Calma, Juliana. Esse lugar está muito cheio. Eu quero ir embora.

-Fica quieta, Lice. Vamos nos divertir! - Ela ainda segurava meu pulso enquanto passávamos pela multidão que estava naquele lugar. Logo aquelas pessoas que se encontravam ali viraram fumaça, literalmente. Cada um evaporava formando uma fumaça branca. Eu não conseguia ver nada.

Odisseia (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora