7. Somewhere Only We Know

73 8 3
                                    

Vovô nos levou nos pontos turísticos, mas não consegui entrar na Universidade de Cambridge. Aproveitei o passeio para conhecer Natalie. Ela tinha a mesma idade do que eu, porém estava no terceiro ano. Ela queria cursar jornalismo. Digamos que ela é um pouco tímida, porém se soltou e compartilhamos várias histórias das nossas vidas. Contei sobre o concurso no momento que vovô nos trouxe um prato de peixe frito com batata frita (um prato típico inglês):

-Cara, que sortuda.

- Eu realmente achei que não ia ganhar, mas Deus me presenteou com essa viagem. Estou feliz de estar aqui e respirar um ar que não é do Rio. Aquela cidade estava me matando.

-Entendo, sinto o mesmo. – Ela olhava o Rio Cam que estava atrás de nós.

- Quero conhecer mais sobre a cidade, você mais que nunca deve saber de cada Pub e atrações legais por aqui. – Natalie riu baixo e me olhou.

-Acho que dá pra perceber que eu não sou muito de Pubs ou festas descoladas? Não combina comigo.

-Entendo, sinto o mesmo. – Sorrimos – Mas deve saber de algum lugar legal pra visitar à noite...

- Bom, eu tenho um amigo que toca em uma banda de Rock. Eles tocam amanhã em um Pub aqui por perto. Eu nunca o vi tocar, mas você pode ir. O som deles é muito bom.

- Legal. – John apareceu e fomos para o carro. Eram 19h30.

Natalie me deu seu número e podemos conversar pelo Whatsapp. Quando cheguei em casa, recebi uma chamada de vídeo de mamãe e papai. Meus avós puderam matar a saudade por vídeo. O engraçado era que meu pai não sabia ainda como mexer no Skype e sempre encerrava a chamada sem querer. É engraçado também que até agora Nathan não mandou nenhum mensagem me zoando, não que eu esperasse algo.

A chuva cai fracamente enquanto observava a rua pela janela. Estava com meu pijama do Batman e beliscando um cupcake que vovô tinha comprado pra mim. Resolvi ouvir alguma música e relaxar. Esse foi meu primeiro dia em um país totalmente diferente e a ficha finalmente caiu. É incrível essa sensação, como tomar algo bem gelado em um dia de extremo calor ou ouvir o som da chuva debaixo do edredom. Era libertador e confortante.

Adormeci ouvindo Os Arrais

                                                                                  ►►►

Acordei bem cedo, cedo mesmo pra mim. Meus avós ainda não tinham acordado, então decidi fazer uma surpresa. Abri todos os armários da cozinha caçando os ingredientes que precisava. Eles foram tão fofos comigo, que eu precisava de uma forma de agradecer pelo dia tão bom que me proporcionaram.

Peguei uma bandeja, arrumei tudo e bati na porta. Ela estava aberta.

- BOM DIA QUERIDOS! - Vovô acordou em um pulo e olhou pra mim confuso.

- Se você estiver querendo nos matar é só avisar. – pulei na cama e o beijei. Vovó se virou e dei um beijo em sua testa.

- O que aconteceu pra você acordar cedo assim? – Amelia falava lentamente enquanto abafava um bocejo.

- Café da manhã! – peguei a bandeja e coloquei no centro da mesa.

- Alice, não precisava disso. – vovó senta na cama e vovô pega a xícara de café.

- Eu precisava fazer isso. Um agradecimento pelo dia que tive. – os dois sorriam para mim e pegavam algumas fatias de torrada com geleia.

A manhã estava bonita. O vento frio tinha parado e estava calmo. Decidi tomar um banho e conhecer sozinha a rua. Vesti um sobretudo e uma bota e fui para as ruas. Andei em direção da casa de Natalie.

Odisseia (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora