- Segurança? É sério?
- Sim, um segurança. E amanhã mesmo vou procurar um. Fechado? – papai coçou a nuca e passou suas mãos em seus finos cabelos. Olhou para mim e olhou novamente para mamãe soltando o ar.
-Quero o melhor segurança da Europa. – ele falou firme. Mamãe deu um pulinho de alegria e o beijou passando suas mãos em sua nuca. Logo a cara séria de papai ficou mais suave.
Mamãe me encarou sorrindo e voltou para sua panela de carne cheirosa.
- Vou ver como a vovó está... – papai juntou as mãos e assentiu. Virei-me para o corredor em direção a segunda porta.
A porta estava entreaberta e uma fraca luz emana do quarto. Empurrei a porta com meus dedos encontrando Amelia semi sentada em sua cama com suas costas em sua cabeceira. Seus olhos estavam fechados e suas mãos entrelaçadas como se estivesse orando. Tive medo de chegar mais perto e estragar aquele momento tão tranquilo, mas vovó percebeu minha presença.
Ela abriu um dos seus olhos e piscou duas vezes, deu uma batidinha na cama para que eu ficasse ao seu lado. Tirei meu chinelo subindo na cama e deitando ao seu lado. Com meus braços envolvi seu corpo já fraco da idade e descansei minha cabeça em seu peito.
Senti suas mãos acariciando minhas costas e meus cabelos. Deixei meus olhos fecharem por um instante apreciando aquele momento. Seu cheiro gostoso de lavanda suave subia em minhas narinas.
- Você devia prestar prova para a Universidade de Cambridge. – falou Amelia em um tom de sussurro me dando um susto.
- Acho que não tenho cabeça pra pensar nisso, vovó. – falei no mesmo tom. Eu sabia que aquilo era meu sonho, mas como eu iria me concentrar em uma universidade enquanto o assassino de John está livre?
- Você deveria considerar. O processo seletivo irá abrir em fevereiro.
- Como a senhora ficou sabendo? – sentia suas mãos passearem em minhas costas.
- Ouvi uma das secretárias do escritório do Sr. Hamilton comentar com outra funcionária enquanto fui ao banheiro. Ela disse que a filha vai tentar pela primeira vez esse ano.
- Talvez, vovó. Talvez... – inspirei um pouco o cheiro de sua camisa e relaxei. Depois de dois minutos de silêncio, o dedo de Amelia me cutucou.
-Quando vai conhecer sua nova casa? – sua voz dava resquícios de animação.
- Em breve, se Deus quiser. – Eu ainda nem tinha procurado a rua no Google Maps. Não fazia ideia de como era a minha casa... – Isso é tão estranho pra mim.
- O que, meu amor?
- Ganhar uma casa aos 18 anos. – Falei sorrindo. Vovó suspirou.
- Na sua idade eu já estava me preparando para ser a esposa de um dos grandes empresários da nova geração britânica.
- Okay, a senhora venceu. – sorrimos e vovó beijou o topo da minha cabeça.
"JANTAAAAAAAAAAAAAAAAAAR"
Vovó levantou da cama lentamente, podendo ouvir alguns estalos de seus ossos.
- Eu estou com muita fome. – ela falou massageando sua barriga e concordei. Desligou seu abajur deixando a escuridão tomar conta do quarto. Saltei da cama caçando meus chinelos e fechando a porta.
Anna já despejava a carne nos pratos enquanto William arrumava a mesa e tirava o arranjo de flores de cima. Ele separava os talheres e as torradas em pratinhos. Vovó deu um beijo em sua cabeça recebendo um dos lindos sorrisos de papai.
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Odisseia (EM PAUSA)
Mystery / Thriller" Não espere uma princesa, uma garota rica e maravilhosa ou a filha do presidente dos Estados Unidos. Se estiver esperando uma história com esse tipo de garota, existem outras por aí, sou somente uma garota normal que descobriu uma parte de sua vida...