13. She Open Her Eyes

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Vovó chorava e era consolada por meus pais. George também a consolou. Em seguida, abriu um cofre que tinha atrás de sua mesa gigante e tirou todos os documentos do banco de John para nós. Eu já tinha uma conta no mesmo banco do vovô e não sabia. Detetive Banks pediu a cópia do testamento e dos documentos, ela nos deixou a sós e chamou o advogado para uma conversa.

Abracei meus pais e vovó. Papai estava nervoso. E quem não ficaria? Saber que de um dia pro outro você seria líder de uma das maiores produtoras e exportadoras de tecidos na Europa.

E eu? Aos 18 anos de idade milionária e proprietária de uma casa em Manchester... Minha vida é uma montanha russa.

Detetive apareceu na sala após dez minutos.

-Precisamos ir ao banco do senhor Bell. Os gerentes já foram acionados para receberem os documentos e regulamentar tudo o que for preciso. Podemos ir agora? – Seus olhos enormes brilhavam por buscas.

- Só preciso ir ao banheiro. – falou vovó limpando as lágrimas. – Preciso me recompor.

-Eu vou com a senhora. – Anna disse levantando da poltrona e acompanhando Amelia.

- O banheiro é no final do corredor. Fiquem à vontade. – George apontou para o corredor e sorriu. – Vocês desejam alguns bolinhos? Café?

- Não, Sr. Hamilton. Estamos bem. – papai limpava as lágrimas com o dorso da mão e fungava. Sentei ao seu lado passando meus braços em seus ombros e cheirando sua camisa. Ele segurou minhas mãos e as beijou. Seus olhos inchados encaravam os meus e em seguida, ficou de pé.

Senti a mão de Rosie pairar em meu ombro.

-Você está bem? – ela me falou suavemente.

- Sim... Estou. – Rosie me encarou e sorriu para mim. Decidi levantar e espreguiçar sendo seguida pelos olhos de Banks.

O Sr. Hamilton separava todos os documentos em quatro pastas diferentes. Ele colocava nossos nomes na frente para facilitar a identificação. Minhas mãos suavam a cada momento que eu lembrava que daqui a poucos minutos estarei com a Bailarina. Eu não fazia ideia do que seria, mas podia sentir que a Bailarina seria meu divisor de águas.

- Já podemos ir. – disse mamãe. Amelia se aproximou do advogado.

- Hamilton, somos gratos por seus serviços. Sempre foi um excelente advogado para John... – George pegou nas mãos de vovó.

- Sempre foi uma honra ajudar John. E agora a senhora... Novamente, meus sinceros sentimentos sobre a morte dele. Tenho acompanhado pela televisão o andamento do caso. – ele olhou para Rosie – Espero que encontrem logo o responsável por essa atrocidade.

- Estamos fazendo buscas consideráveis, mas é um caso complicado. – Rosie disse firme e George assentiu.

Meu pai o cumprimentou acompanhado de mamãe.

- Querida, seu avô se orgulhava muito de você. Ele sempre dizia que era uma menina muito inteligente e bonita. – Sorri segurando minhas emoções que borbulhavam dentro de mim.

- Muito obrigada. – Ele assentiu e se dirigiu até Rosie apertando sua mão.

Saímos do edifício com câmeras e repórteres disparavam suas perguntas e flashes violentos e desrespeitosos sobre nossos rostos. Papai entrou bufando de raiva no carro e minha avó tentava acalmá-lo, mas suas tentativas estavam falhando.

- Senhor Bell, terá que se acostumar com a mídia até resolvermos o caso. Eu lembro na época que eu comecei a trabalhar no departamento de investigação em Londres. Meus olhos chegavam a ficar vermelhos por conta do flash dos cinegrafistas. Já são seis anos e acabei me acostumando.

Odisseia (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora