Vovó chorava e era consolada por meus pais. George também a consolou. Em seguida, abriu um cofre que tinha atrás de sua mesa gigante e tirou todos os documentos do banco de John para nós. Eu já tinha uma conta no mesmo banco do vovô e não sabia. Detetive Banks pediu a cópia do testamento e dos documentos, ela nos deixou a sós e chamou o advogado para uma conversa.
Abracei meus pais e vovó. Papai estava nervoso. E quem não ficaria? Saber que de um dia pro outro você seria líder de uma das maiores produtoras e exportadoras de tecidos na Europa.
E eu? Aos 18 anos de idade milionária e proprietária de uma casa em Manchester... Minha vida é uma montanha russa.
Detetive apareceu na sala após dez minutos.
-Precisamos ir ao banco do senhor Bell. Os gerentes já foram acionados para receberem os documentos e regulamentar tudo o que for preciso. Podemos ir agora? – Seus olhos enormes brilhavam por buscas.
- Só preciso ir ao banheiro. – falou vovó limpando as lágrimas. – Preciso me recompor.
-Eu vou com a senhora. – Anna disse levantando da poltrona e acompanhando Amelia.
- O banheiro é no final do corredor. Fiquem à vontade. – George apontou para o corredor e sorriu. – Vocês desejam alguns bolinhos? Café?
- Não, Sr. Hamilton. Estamos bem. – papai limpava as lágrimas com o dorso da mão e fungava. Sentei ao seu lado passando meus braços em seus ombros e cheirando sua camisa. Ele segurou minhas mãos e as beijou. Seus olhos inchados encaravam os meus e em seguida, ficou de pé.
Senti a mão de Rosie pairar em meu ombro.
-Você está bem? – ela me falou suavemente.
- Sim... Estou. – Rosie me encarou e sorriu para mim. Decidi levantar e espreguiçar sendo seguida pelos olhos de Banks.
O Sr. Hamilton separava todos os documentos em quatro pastas diferentes. Ele colocava nossos nomes na frente para facilitar a identificação. Minhas mãos suavam a cada momento que eu lembrava que daqui a poucos minutos estarei com a Bailarina. Eu não fazia ideia do que seria, mas podia sentir que a Bailarina seria meu divisor de águas.
- Já podemos ir. – disse mamãe. Amelia se aproximou do advogado.
- Hamilton, somos gratos por seus serviços. Sempre foi um excelente advogado para John... – George pegou nas mãos de vovó.
- Sempre foi uma honra ajudar John. E agora a senhora... Novamente, meus sinceros sentimentos sobre a morte dele. Tenho acompanhado pela televisão o andamento do caso. – ele olhou para Rosie – Espero que encontrem logo o responsável por essa atrocidade.
- Estamos fazendo buscas consideráveis, mas é um caso complicado. – Rosie disse firme e George assentiu.
Meu pai o cumprimentou acompanhado de mamãe.
- Querida, seu avô se orgulhava muito de você. Ele sempre dizia que era uma menina muito inteligente e bonita. – Sorri segurando minhas emoções que borbulhavam dentro de mim.
- Muito obrigada. – Ele assentiu e se dirigiu até Rosie apertando sua mão.
Saímos do edifício com câmeras e repórteres disparavam suas perguntas e flashes violentos e desrespeitosos sobre nossos rostos. Papai entrou bufando de raiva no carro e minha avó tentava acalmá-lo, mas suas tentativas estavam falhando.
- Senhor Bell, terá que se acostumar com a mídia até resolvermos o caso. Eu lembro na época que eu comecei a trabalhar no departamento de investigação em Londres. Meus olhos chegavam a ficar vermelhos por conta do flash dos cinegrafistas. Já são seis anos e acabei me acostumando.
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Odisseia (EM PAUSA)
Mystery / Thriller" Não espere uma princesa, uma garota rica e maravilhosa ou a filha do presidente dos Estados Unidos. Se estiver esperando uma história com esse tipo de garota, existem outras por aí, sou somente uma garota normal que descobriu uma parte de sua vida...