SEM REVISÃO
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Carol
Eu acordei, mas achei que estava sonhando. O Heitor dormia abraçado comigo e nós dois estávamos nus. Eu me virei para ficar de frente para ele e sorri. O Heitor ficava lindo enquanto dormia, a tranquilidade no rosto dele era uma coisa que acalmava. Eu passei o dedo indicador sobre os traços masculinos do seu rosto e me lembrei daquela boca pelo meu corpo, da sua barba curta roçando na minha pele, do seu nariz cheirando o meu pescoço, dos seus olhos me encarando enquanto me penetrava... a sensação de ter o Heitor foi infinitamente melhor do que eu sonhava. Eu me senti tão desejada enquanto estava nos braços dele.
Eu me levantei da cama com cuidado, peguei minhas roupas pelo chão e antes de sair do quarto observei o Heitor mais uma vez. Eu tinha consciência que aquilo não voltaria a acontecer, mas só de ter passado aqueles momentos com ele eu já me sentia feliz.
Me troquei rapidamente e sai do quarto em silencio, não queria estar no apartamento quando o Heitor acordasse. Não queria escutar ele me pedindo desculpas e dizendo que foi um erro, era isso que ele sempre dizia e das outras vezes tinha rolado apenas beijo. Não queria ficar para ver o arrependimento dele. Quando terminei de me vestir já era quase 23h00, eu peguei minha bolsa na sala e desci pelo elevador.
Eu não conhecia o bairro muito bem e demorei um pouco para achar um ponto de ônibus. Estava esperando uma condução passar quando o Luiz ligou. Eu rejeitei a ligação e a culpa começou a tomar lugar no meu peito. Eu havia traído o meu namorado. Nem mesmo com o Luiz eu havia transado, e tinha ido para a cama com o Heitor. Eu não sei o que deu em mim para ceder tão fácil assim, ma eu não consegui segurar a meu desejo, e foi tão natural estar com o Heitor que eu me esqueci de todas as convenções e cometi algo que nunca havia pensado em cometer. Eu havia traído.
O Luiz ligou novamente e eu desliguei o celular. Alguns minutos depois meu ônibus passou e eu entrei. Meu peito estava uma confusão: ao mesmo tempo que eu me sentia culpada eu me sentia realizada. Seria mentira dizer que eu não tinha fantasiado como seria transar com o Heitor, e agora que minha fantasia tinha se concretizado eu tive certeza que meus pensamento deixaram a desejar, e muito, diante da sensação real de ter o Heitor me tocando, de ter o se corpo junto ao meu, de ouvir ele gemendo perto do meu ouvido... Tentei não pensar naquilo. Eu me sentia mal por não achar tão errado como deveria achar, na verdade enquanto estava nos braços do Heitor me pareceu certo, tão certo que em nenhum momento eu pensei em recusar ou me desvencilhar dele.
Depois de ficar no ônibus por uma hora e meia eu finalmente cheguei em casa, a Sabrina estava com o tal DG na sala e eles pararam de conversar assim que eu cheguei.
-Boa noite.- eu desejei.
Eles não responderam e ficaram observando desconfiados enquanto eu ia na cozinha pegar um copo com água. Eu estranhei a Sabrina não ter feito nenhum comentário, e percebi que o namorado dela estava com um pacote nas mãos, foi então que eu entendi o clima estranho. Eles estavam com drogas. Eu imediatamente fui para o quarto e fechei a porta, o Cauã dormia na minha cama e para não acordar nem ele nem minha tia, eu me deitei com o uniforme do serviço mesmo, nem troquei de roupa para não fazer barulho.
Não consegui pregar o olho naquela noite. Minha cabeça e meu peito estavam entrando em parafuso, e o cheiro do Heitor, que ainda estava impregnado em mim, não ajudava em nada na situação. Meus pensamentos iam do Heitor ao Luiz, meus sentimentos iam de felicidade passavam pela culpa e iam para a vergonha. Comecei a pensar no que Heitor estaria pensando de mim, ele sabia que eu namorava e justamente eu, que sempre batia no peito dizendo que nunca perdoaria uma traição, tinha traído o meu namorado com o meu melhor amigo. No minimo o Heitor deveria estar me achando uma hipócrita. Fiquei pensando isso a noite inteira e quando dei por mim já estava na hora de me arrumar para o serviço. Me levantei da cama e fui tomar um banho. Quando terminei de me arrumar a Luna já me esperava no portão.
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Carol - Ao seu lado encontrei o amor. #Wattys2018
RomanceLIVRO REGISTRADO- PLÁGIO É CRIME. Carol perdeu a família em um acidente de carro aos dez anos de idade e desde então mora com a sua tia em um conjunto habitacional. Na sua vida existiam dois amores: o pequeno Cauã (Fruto da traição da sua prima com...