Era por volta de 15h30 da tarde e eu estava trabalhando, quando recebi outra mensagem da Heloísa. Ela estava completando três meses de gravidez, a barriga já estava começando a aparecer e ela tinha me mandava uma mensagem a cada hora me perguntando quando eu iria até a casa dela falar com seus pais.
Eu ainda estava tentando levar aquela historia em banho maria. A unica pessoa da minha casa que estava sabendo de tudo era a Agatha. É claro que meus pais estavam desconfiados, afinal de contas a Carol já não frequentava a minha casa há mais de um mês, e eles sempre me perguntavam o motivo da nossa separação, mas eu sempre inventava uma desculpa. Eu não queria contar da gravidez da Heloísa para eles, porque no meu intimo eu ainda queria acreditar que aquela história era uma mentira. No entanto não estava dando mais para esquivar, aquele filho que a Heloísa estava esperando era real e eu teria que abrir o jogo com meus pais o quanto antes. Fiquei pensando em como faria e acabei tendo uma ideia.
Eu desliguei o computador, peguei minhas coisas e desci pelo elevador até o quinto andar. Andei pelo corredor até a grande sala de vidro que ficava no final, era ali onde os projetos da engenharia eram feitos e era o setor onde minha mãe ficava. Eu entrei na sala, e procurei pela dona Camila e acabei a avistando do lado direito da sala. Ela tinha um projeto enorme na mesa e ao lado dela estava um estagiário, acho que ela estava dando alguma instrução para ele. Fui até os dois e parei em frente á eles.
-Boa tarde- eu cumprimentei.
-Boa tarde.- o estagiário que estava ao lado da minha mãe respondeu
Minha mãe levantou o rosto para mim e sorriu.
-Heitor, que surpresa te ver por aqui. - ela falou.
-Mãe, eu estou precisando falar com você. A senhora está muito ocupada agora?- eu perguntei.
-Para minha família eu nunca estou ocupada. Pode me aguardar na minha sala, eu falo com você em cinco minutos.- ela respondeu.
-Na verdade eu queria te chamar para ir comigo até aquele café que a senhora gosta. Sabe, aquele que fica perto do centro?
-Sei sim...aconteceu alguma coisa grave, Heitor?- ela perguntou.
-Não, mas o assunto que eu tenho para tratar com a senhora tem que ser em particular. E eu também quero aproveitar para dar um passeio com uma gatinha, faz muito tempo que nós não saímos juntos.- eu brinquei.
Ela riu e se levantou da cadeira.
-Eu vou pegar minha bolsa.
Minha mãe ainda deu mais algumas instruções para os funcionários, depois disso ela foi pegar a bolsa e subiu até o ultimo andar para falar com meu pai. Meu pai não controlava onde minha mãe ia ou deixava de ir, mas ela nunca saía sem comunicar ao meu pai para onde ela estava indo e com quem ela estava saindo, e isso funcionava para ele também. Só que meu pai era mais sistemático com isso do que ela, se você quer ver o Sr. Fênix tendo um infarto é só pedir para minha mãe sair sem avisar e ele ficar sem saber onde ela estava. Isso deixava o Sr. Fênix louco, uma vez isso aconteceu e ele saiu até com segurança atrás dela, isso tudo para no final descobrir que ela estava na casa da tia Karen e esqueceu de ligar para avisar.
Enquanto minha mãe foi até a sala da presidência eu desci para a garagem e fiquei a aguardando do lado de fora do meu carro. Uns dez minutos depois ela apareceu.
-Nós já podemos ir.- ela falou.
-Ótimo.
Eu abri a porta do carona para ela entrar, dei a volta e me sentei no banco do motorista. Minha mãe tinha o carro dela, mas normalmente ela e meu pai vinham juntos no caro dele. Minha mãe só dirigia quando saía sozinha, o seja, isso acontecia raramente. Durante o caminho nós conversamos amenidades, e quando nós chegamos no café o local estava vazio. Ainda era cedo, e o céu estava claro, então nós nos sentamos em uma mesa da área externa. Fizemos o nosso pedido e ficamos conversando. Eu estava sendo sincero quando disse que queria sair com a minha mãe, já ia fazer muito tempo que nós dois não fazíamos algo parecido e eu estava amando passar aquele tempo com ela. Eu até consegui relaxar, e acabei me esquecendo do motivo principal de ter levado minha mãe ali, ou pelo menos era isso que eu estava tentando fazer, mas minha mãe não deixou. Nós estávamos comendo, quando ela deixou a xícara em cima da mesa e me encarou.
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Carol - Ao seu lado encontrei o amor. #Wattys2018
RomanceLIVRO REGISTRADO- PLÁGIO É CRIME. Carol perdeu a família em um acidente de carro aos dez anos de idade e desde então mora com a sua tia em um conjunto habitacional. Na sua vida existiam dois amores: o pequeno Cauã (Fruto da traição da sua prima com...