T1.Cap1. A última mensagem do Imperador

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Em plena manhã com o sol a nascer das mãos da deusa Luamba Tchijika, se conseguia ver os jardins esverdeados com flores perfumadas e com os pássaros a cantarolar, era um dia que supostamente se julgava normal, depois de passado um instante acabou por houver um alvoroço no Império, pela enchente provocada com a chegada de sua majestade o Imperador Sonhi Kiabamba IV e os seus súbditos da corte imperial, dentre eles Kwambas(historiadores), escribas, generais do Kwata Lunda tidos como oficiais que formavam o exército Lunda, administradores de todas as cidades do Império, com eles também estava a Imperatriz Yemuna Ngulenhi Mukumbi e os sacerdotes espíritas, entretanto, houve murmurações de todo lado do alto Império em Saulimbo, enquanto a corte Imperial procurava manter-se acomodada no centro da cidade, ou seja, no púlpito informativo da cidade, onde eram dados os comícios e boas novas após conversações discutidas e concluídas pela corte imperial. O povo ajuntou-se a beira do púlpito para melhor ouvir o que estava a ser informado, após ter atulhado um número significativo de pessoas, então pediu atenção o sacerdote chefe Satchifunga Fupa Mahamba.

- O quê será !?- questionou o povo que contestava murmurando entre si.

- Temos notícias da corte imperial!- disse o sacerdote chefe Satchifunga Fupa Mahamba.

- Salve sua majestade o Imperador Sonhi Kiabamba IV!- exaltou o povo, regozijado e expectante por boas novas vindas da corte Imperial.

- Vivemos momentos de bastante fartura devido a produção agrícola, vossa majestade o Imperador Sonhi Kiabamba IV, felicita os camponeses por todo o esforço em nossas terras, presentes aqui hoje em Saulimbo, dos ferreiros do norte do Luavur aos exploradores de minérios no alto Kandembe.- introduziu o sacerdote chefe Satchifunga Fupa Mahamba.

- Amados irmãos, a corte imperial tem uma importante notícia, um tanto delicada que de certo modo atendendo a realidade da mesma, poderá abalar o nosso Império.- disse o sacerdote chefe em meio a muita agitação.

- Que pode abalar o império? - questionaram os que lá estavam, admirados com tamanha notícia e preocupados com sua majestade o Imperador.

- Sacerdote chefe, o quê se passa? Porquê nos falais estas coisas?- questionou duas vezes seguidas dentre o povo um simples comerciante com um saco de Yze (denominação da moeda em todo território Lunda-Tchokwe, que por sua vez era o nome do primeiro Imperador, chamado Imperador Yze Kiabamba I), curioso e ansioso colocou a mão direita à boca procurando eco para que fosse ouvido pelo sacerdote chefe e os demais presentes.

- Acalmem-se! não vos inquieteis queridos irmãos, o nosso Imperador encontrasse cada vez mais enfermo e teimamos que isso se agrave, continuaremos a pedir aos deuses que poupem a sua saúde.- disse de forma sucinta o sacerdote chefe, descrevendo o estado de saúde do Imperador.

- Enfermo, pelos deuses?- vozeou o povo de uma única vez à um tom indagado e preocupado.

- O quê será do Império? como iremos viver daqui pra frente?Quem irá substituí-lo? - murmurava o povo entre si, fazendo uma feijoada de questões, surpresos e puramente entristecidos, uma vez que o Império encontrava-se numa fase próspera nunca antes vista, após as lideranças cessantes.

O Imperador Sonhi Kiabamba IV, olhava seriamente e nada falava, pois não deixava de ser um lindo dia como tantos outros, numa época de colheita, onde os camponeses entravam na grande Saulimbo para fazer trocas comerciais, com imigrantes de todos os lugares da enorme Akwafrika, portanto eram feitas trocas comerciais importantes, haviam homens sábios em matéria de venda que se deslocavam viajando de longas distancias por cima das suas carruagens para poder chegar à Saulimbo, devido a sua variedade comercial, uma vez que tinham uma boa referência quanto ao preço e qualidade.

- Meus irmãos, acalmais-vos, num momento como esse precisamos estar calmos e sensatos para podermos adquirir sabedoria orientada pelos deuses, o Imperador tem suas palavras resguardadas para nos dizer.- disse o sacerdote chefe, tentando aquietar a situação, porque já se conseguia ver uma confusão em função do comunicado.

O IMPERADOR KIABAMBA VOnde histórias criam vida. Descubra agora