Na manhã seguinte os Kwata Lunda levaram Zawe a praça Pública como tinha ordenado o Imperador e o apresentaram ao povo para ser decapitado. No momento da decapitação o general Lessa questionou a Zawe como descrevia as normas ancestrais se tinha as últimas palavras para dizer, Zawe todo desnutrido e ensanguentado olhou primeiro para o general Lessa e depois para o povo e disse pausadamente:
- Só conhecemos o sol porque existe a lua e só conhecemos a verdade porque também podemos mentir, antes que as flores cresçam e perfumem o Império, eu espero que a esperança seja como o processo de crescimento dessas flores que vos falo, pois um dia poderão cheira-las sem mim. Eu hoje testifico a semente nesse chão que pisamos e espero que aproveitem por mim quando as flores perfumarem todos os Tchokwes.
- Mas o que está ele a dizer? – disse Kofachi.
- Pelos deuses, ele depois da barbaridade que cometeu ainda prega a esperança ao povo? Como pode ser assim tão petulante? – disse Mali.
- O que estamos nós a fazer com esse pobre homem? – disse Unyanki.
- Morre seu criminoso, não mereces viver e que os deuses te castiguem por tudo que fizestes ao Império, dependendo de nós morrerias duas vezes nesta e na outra vida. – disse Liangana, o servo estrangeiro do Imperador em meio ao povo.
Depois das últimas palavras de Zawe o general Lessa mandou decapitar a cabeça dele antes que ele deixasse escorrer as lágrimas pelo rosto.
Aylee estava a chorar e não conseguia se conter, ao mesmo tempo via que a vida de Zawe tinha que ser honrada, pois nunca tinha conhecido alguém com tamanha coragem de poder se entregar pela maioria e principalmente quando essa mesma maioria te critica, de todo o povo não tinha culpa porque eles não sabiam da real estória.
- Nós hoje matamos a sorrir um homem inocente, pois no curso das investigações se tornou culpado sem provas concretas de acusação mesmo ele tendo uma testemunha, onde chegamos meus nobres irmãos, onde chegamos. - disse Unyanki.
- Homem inocente? Mas ele mesmo assumiu a culpa da morte dos descendentes da família Imperial e ainda assumiu que matou o Príncipe Lunda e atirou o corpo dele no rio Mwangueje. – disse Kofachi.
- Eu não entendo porquê o defendes nobre irmão. – disse Mali.
- Nem eu mesmo sei porquê, basta! Acho melhor irmos para fazermos as nossas responsabilidades! – disse Unyanki.
O caso tinha sido encerrado dentro do Império a mando do Imperador, mas os seus servos continuaram com as buscas do corpo do Príncipe fora do Império e passadas 3 lohas e o corpo do Príncipe não aparecia, então o Imperador mandou terminar as buscas. O que o Imperador não contava é que o Príncipe Lunda estava vivo no Kémet e a organizar o seu próprio exército para poder regressar inesperadamente a Lunda-Tchokwe e tomar o trono pela força.
Enquanto isso no Império o Imperador esforçou a Imperatriz Yemuna a casar-se com ele. O povo estava a passar por muitas necessidades devido a corrupção e bajulação compulsiva entre os nobre e a classe que trabalhava com as mãos, infelizmente o Imperador Kuleba tinha criado uma elite corrupta com a corte e somente eles tinham poder, a miséria passou a ser realidade, o povo tinha se prostituído para outros deuses e cidades, passou a surgir piratas dentro dos grupos pequenos e grandes de nativos e por último a imigração excessiva para outros reinos e impérios com a procura de melhores condições para sobreviverem.
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O IMPERADOR KIABAMBA V
Ficção Histórica"Após a morte do Imperador Sonhi Kiabamba IV, o Império passou a conhecer inúmeros desafios, um deles o facto de ser empossado um Imperador em plena mocidade, por outro lado o Imperador terá que medir forças com o seu tio, o Príncipe Imperador Kuleb...