Pediu então o sacerdote chefe que todos se levantassem e em seguida pediu ao Príncipe Kuleba que respondesse as questões que iria lhe colocar com os olhos fechados, após ter fechado Kuleba os olhos o sacerdote chefe começou a fazer a leitura sagrada sobre o empossamento, dizendo:
- Príncipe Kuleba Nyossih Kiabamba, sangue descendente Imperial dos Kiabamba, te comprometes a aceitar a indicação responsável de levar o Império lunda-Tchokwe nos teus ombros?
- Sim, eu aceito a indicação responsável. – respondeu Kuleba.
- Príncipe Kuleba Nyossih Kiabamba, sangue Imperial dos Kiabamba, farás de Lunda-Tchokwe um Império próspero e seguro?
- Sim, eu farei deste Império próspero e seguro. - respondeu Kuleba.
- Príncipe Kuleba Nyossih Kiabamba, aceitas todos os deuses como seus pontos de indicação de noite e de dia?
- Sim, eu aceito todos os deuses como pontos de indicação de noite e de dia. – respondeu Kuleba.
- Príncipe Kuleba Nyossih Kiabamba, te comprometes a fazer de todos os Tchokwes a sua morada de responsabilidade?
- Sim, eu me comprometo a fazer de todos os Tchokwes a minha morada. – respondeu Kuleba.
- Então declaro que com a aprovação dos deuses, Lunda-Tchokwe a partir de agora um Imperador aceite pelas normas ancestrais.
A fraude de Kuleba trouxera resultados aos quais ele tinha aguardado, pois o Império se tornara todo seu, o homem mais importante de toda área azul dentro de Akwáfrika.
O Príncipe Lunda e a Imperatriz estavam insatisfeitos e era notável a forma como olhavam a Kuleba, mas eles não sabiam que Kuleba só estava a começar e que mais surpresas os aguardava.
O Povo teria que servir apenas a Kuleba enquanto deus vivo, ele era a lei entre os homens e tudo passaria a ser normativo por ele perante aos homens. Os planos de Kuleba se estendiam na mudança dos membros da corte, no casamento com a mulher do seu Irmão e a morte de todos os filhos do Imperador Sonhi como promessa que tinha feito a si mesmo quando tinha sido expulso do Império, Kuleba sabia que expulsar Lunda do Império aconteceria uma futura revolta, então matar o Príncipe seria apagar quem possivelmente poderia substitui-lo, uma vez que segundo ele o sangue do seu irmão não poderia mais liderar por lohas futuras.
O que podia ser um dia de felicidade para todos tornou-se em um dia que o silêncio tinha vencido as vozes das ruas de Saulimbo, uma cidade agitada de estrangeiros e com um costume comercial.
Kuleba vendo a insatisfação de muitos decidiu dar um tchissela "(tradução livre: festa)" para animar os ânimos e convencer os Tchokwes sobre todas as promessas da sua campanha, um tchissela sem que o povo pagasse nada seria uma ideia válida. No entanto todos eram convidados até os estrangeiros residentes ou visitantes no Império.
Assim que Kuleba se instalou no trono dentro do palácio Imperial, ordenou que fizessem mudanças imediatas antes do tchissela, reuniu-se com todos os membros da corte e disse:
- Bom vê-los novamente, desde já podem considerar essa a primeira reunião do Imperador e a corte Imperial.
- Nobres membros da corte, chamei-vos aqui para informar a todos aqui que algumas coisas terão de ser alteradas, creio fortemente que tenho legitimidade para fazê-lo começando pela reforma da corte, para ser específico com os membros da corte.
- Unyanki a quantas lohas trabalhas para o Império?
- 75 lohas meu Imperador. – respondeu Unyanki.
- Exato! Muitas lohas para quem muito fez para este Império, por isso penso que deve ceder lugar a outrem. – disse o Imperador Kuleba.
- Que disparate!! Isso está a margem das normas, nenhum membro da corte pode ser substituído por outrem sem kufa.- disse sacerdote chefe espantando com a atitude do Imperador Kuleba.
- Disparate? Disparate é eu querer que ele substitua outrem ou que ele nunca mais sirva o Império? – perguntou o Imperador Kuleba.
- Pelos deuses, que mudanças repentinas são essas? – respondeu o sacerdote chefe.
- Primeiro trata-me como deve ser antes de prosseguir com as tuas falas. – disse o Imperador Kuleba.
- Sim Imperador, meu Imperador peço as minhas sinceras desculpas, quis dize que ações como essas na qual nos falas podem trazer graves consequências a estrutura administrativa do Império, o Imperador sabe que a corte é uma célula de decisões e as normas ancestrais defendem isso. – disse o sacerdote chefe.
- Eu disse que seria vosso Imperador, muitos de vocês duvidaram, não é uma vingança a tomar a minha cabeça, eu Kuleba jamais faria isso meu nobres irmãos.- disse o Imperador Kuleba.
- Desculpa meu Imperador, mas parece estar a ser porque o Unyanki foi um dos nobres membros que não concordava com o empossamento do Imperador aquando Príncipe devido tudo que bem sabemos nós. - disse o sacerdote chefe de cabeça para baixo.
- Não tem nada haver com vinganças, isso são apenas opiniões subjetivas marginalizadas por vaidades da mentira. – disse o Imperador Kuleba.
- Já agora anotem a segunda mudança que terá de ser feita prioritariamente, será a eliminação da cadeira da Imperatriz na mesa da corte, ela já não pode ter decisões sobre os rumos do Império junto a corte. – disse o Imperador Kuleba.
- Imperador ela é a única representante da família Imperial na corte, as normas não defendem a exclusão dela e mais ela não deixa de ser rainha. As normas defendem que as rainhas façam parte da nobreza da corte, o mesmo acontecerá com a sua futura Imperatriz. – disse o sacerdote chefe.
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O IMPERADOR KIABAMBA V
Narrativa Storica"Após a morte do Imperador Sonhi Kiabamba IV, o Império passou a conhecer inúmeros desafios, um deles o facto de ser empossado um Imperador em plena mocidade, por outro lado o Imperador terá que medir forças com o seu tio, o Príncipe Imperador Kuleb...