Capítulo 17

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Quando voltei, as empregadas já acabaram de decorar a arvore. Agora só faltava por as guirlandas em todas as portas. Eu fiquei responsável pelo andar de cima. Meu Deus. Deve ter umas...mil portas lá. Eu estava com uma caixa cheia delas. Depois de muitas horas eu finalmente acabei...acabei não, eu ainda estava no final do corredor. Eu levantei munhas mãos para colocar a guirlanda e a porta abriu. Alguém me segurou para eu não cair dentro do quarto. Eu olhei para cima e era ele. 

-Nicholas !!! -Disse nervosa.

-O que eu fiz? Eu devia ter te deixado cair?

-O que você esta fazendo aqui?

-Caso não saiba, esse castelo é meu.

-Pare de ser idiota e diga.

-Esta mandona agora hein ? Eu vim ver umas coisas aqui.

-Que quarto é esse? -Eu perguntei olhando para lá dentro, mas ele ficou na frente impedindo minha visão. -O que é?

-Segredo. Não seja tão curiosa.

-Nicholas!!! - Disse frustrada, odeio quando não me contam as coisas. -Eu sou sua esposa, você não pode me esconder nada.

-Quem lhe disse isso? È claro que posso.

-Ah não. Você vai me contar? -Ele segurou meu rosto com as duas mãos, nosso rostos quase colados.

-Eu adoro ver você nervosa. -Eu me soltei.

-Já viu, agora me conta. -Ele se virou e trancou a porta. Se virou de volta para mim e balançou a chave na frente do meu rosto. - Me da isso logo. - Eu pulei para alcança-la porque ele era um poste de tão alto. Ele pegou a chave com os punhos fechados.

-Você quer? -Ele a colocou no bolso da frente. - Um dia eu te conto o que tem ali.

-Ai que...

-Olha a boca.

-Eu não disse nada.

- È a sua ultima chance...você escolhe seu vestido ou eu?

-Realmente não me importo com que o escolher.

-O que foi ? Esta tão desanimada assim para se casar comigo?

-Não. Me desculpa...é que eu nunca tive muito...bom gosto para roupas...acho que não vou escolher a coisa certa.

-Não importa se não tiver na moda ou sei lá o que. Vai ser o seu casamento. Você pode usar qualquer coisa que você quiser. Se quiser casar de toalha também pode. Eu nem ligo, fica mais fácil para tirar depois. -Eu corei e deu um tapa em seu braço.

-Pare com isso.

-Eu só estou dizendo que você vai ficar linda com qualquer coisa. 

-Obrigada. Eu acho que...eu quero escolher sim.

-Ótimo. Eu vou dormir um pouco. Quer vir? -Eu o olhei chocada.

-O que você disse?

-Eu vou dormir. -Disse e saiu. 

Não acho que foi só isso que eu escutei. Eu desci lá em baixo e as empregadas já tinham terminado tudo. Eu perguntei para um loirinha que estava mais perto de mim.

-Você trabalha aqui há muito tempo ? 

-Um ano e meio senhorita.

-E por acaso você sabe o que tem no ultimo quarto no final do corredor ? -Ela arregalou os olhos quando a perguntei e começou a negar freneticamente.

-N-Não, não senhorita. Eu não...faço ideia.

-Tem certeza ? -A forcei um pouco mais.

-Olha, eu não gosto de mentir mas...também não posso desobedecer as ordens do príncipe.

-O que ele te disse ?

-Disse que não era para falar o que tem lá dentro.

-E o que tem lá dentro ?

-Ah senhorita. Olha, eu não posso falar, mas eu posso mostrar.

-Voce tem a chave ?

-As chaves estão na cozinha. 

-Ótimo vamos.

Nós fomos ate a cozinha, e lá vimos o molho de chaves. Nós íamos pega-lo, mais o cozinheiro chefe foi mais rápido, ele o pegou e saiu da cozinha em direção a sua moto.

-Oh não. Agora já era.

-Porque?

-Ele foi na padaria.

-Bom, ele não deve demorar certo?

-Errado. Ele trabalha lá. Provavelmente ele vai ficar a tarde toda lá.

-Mas e se alguém precisar de alguma chave?

-As portas do castelo estão todas abertas. Me desculpe senhorita.

-Espera. Ainda resta uma chave. O príncipe tem uma. E você vai me ajudar a pega-la. Vamos.

Nós fomos lá em cima e ele realmente estava dormindo. Mas na cadeira de seu estritório.

-Senhorita, se ele me ver, serei despedida.

-Eu não vou deixar ele despedir você.

-Eu estava esperando ouvir um ''ele não vai despedir você'' mas tudo bem.

-Ok. Você pega.

-Eu não, a senhorita que quer a chave. Eu vigio a porta. 

 Ela foi diretamente para a porta. Ele estava tão lindinho dormindo. Eu enfiei minha mão no seu bolso...mas não encontrei nada lá. Enfiei a mão no outro mas também não tinha nada. Ele escondeu. Não acredito que ele desconfiou que eu iria vir pegar a chave. Ele me conhece bem.

-Ei, ela não esta aqui.

-A senhorita disse que sabia onde estava.

-Sim, mas...ele deve ter guardado em outro lugar.

Eu comecei a abrir as gavetas, ou tinham papeis, ou mais papeis. Com certeza ela não estava ali. Eu comecei a procurar em todos os armários. Eu realmente não achei nada. Nada mesmo. Eu já estava desistindo, eu abri a porta e acabei derrubando o casaco dele, eu o peguei e depois que me levantei eu ouvi um barulho de alguma coisa caindo no chão. Como eu não pensei em procurar no casaco antes. 

Eu peguei a chave e disse para a empregada, que já estava no final do corredor.

-Achei.

-Ah, que bom senhorita mas...tem certeza que quer entrar ? -Ela perguntou, seria. -Se ele não deixou-la entrar, tem um bom motivo não ?

-O que tem la dentro ?

-Você não vai gostar de sabe senhora. Eu vou estar lá em baixo se precisar.

Ela disse e desceu. Por um segundo eu pensei em desistir e não abrir aquela porta, mas logo depois eu a destranquei. O que eu encontrei lá me deu vontade de desistir de tudo.  Porque ele tinha aquilo ?

Continua...

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