Capítulo 4

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Igreja Nossa Senhora de Guadalupe.

Sacristia.

Padre Manoel estava contando a Maria o que acontecera com sua irmã.

- E, aparentemente, foi isso que aconteceu, filha.

- Como assim, Padre? Aparentemente?

- Eu digo isso, Maria, porque Marcela sempre foi uma motorista muito responsável, e me surpreendeu muito ela ter se envolvido num acidente.... Mas também no estado emocional em que se encontrava, dá até pra entender.

- Não entendo, Padre? Como ela estava? - pergunta Maria.

- Ao que tudo indica, e ao que o próprio Estevão me contou depois, eles tiveram uma briga terrível. Ela saiu com o carro desnorteada e o acidente aconteceu.

- E essa Estevão? Quem é?

- É o marido de sua irmã. Melhor dizendo, era. - disse o Padre.

- E por que brigaram?

- Maria, sua irmã vivia atormentada por suspeitas de que Estevão lhe era infiel, mas tudo não passava de suspeitas.

- Mas parece que no dia do seu acidente as suspeitas se confirmaram, não foi? - deduziu Maria.

- Maria, Estevão amava Marcela demais. Eu não acredito que ele possa ter sido capaz de fazer uma coisa dessa. - disse o Padre.

- Me perdoe, Padre, mas um homem pra trair uma mulher não precisa de muita coisa, só de outra mulher. - disse Maria.


***

Sala de Estevão.

Henrique tentou disfarçar e sair dali, mas os dois já o tinham visto.

- Filho! - disse Estevão se levantando um pouco sem jeito.

- Desculpe, pai. Eu devia ter batido. É que pensei que o senhor estivesse sozinho. Como vai, Alice? - Henrique a cumprimenta.

- Muito bem, Henrique. - ela sorri.

- Que bom. Pai, eu trouxe aqueles contratos para o senhor revisar. Aqui estão. - disse Henrique colocando os papéis na mesa.

- Obrigado, filho. - disse Estevão.

- Se me dão licença... - disse Henrique saindo.

- Eu também já vou, meu amor. Te espero à noite. - disse ela lhe dando um selinho e também saindo.

- Está bem. Até mais.

Quando Alice estava indo em direção ao elevador, ela sente aquela mão a puxando com força. Era Henrique.

- Vem aqui!

- Ai! Tá machucando! - disse Alice.

Henrique a leva até uma das salas sem uso da empresa.

- Entra! - disse ele a empurrando.

- Puxa! Quanta agressividade! - disse Alice.

- Quero saber por quanto tempo você vai continuar com isso?! - disse ele.

- Isso o quê, Henrique? - ela se faz de desintendida.

- Por quanto tempo vai ficar enganando o meu pai desse jeito?!

- Mas eu não estou enganando o seu pai. Eu gosto dele!

- E nós dois?? Como fica??... Ou já esqueceu de tudo que já houve entre nós?! - perguntou Henrique.

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