Coração Dividido

Capítulo 11

Mansão San Roman.

O jantar já rolava como o esperado. Porém, Estevão fazia de tudo para disfarçar a sua insatisfação, já que todos estavam presentes, menos os seus filhos. Luíza, em sinal de protesto contra essa história de casamento do pai, não quis descer para o jantar; Pedro, como sempre, saiu sem dizer uma palavra com ninguém; e Henrique, para a surpresa de Estevão ainda não chegara em casa.

- Quem esses meninos pensam que são pra me afrontarem desse jeito! - disse Estevão. - Muito me admira que o Henrique também tenha embarcado na rebeldia dos irmãos!

- Calma, filho. Lembre-se que você tem convidados. Se exaltar não é uma boa ideia. - disse Helena. - E o Henrique é muito responsável. Ele deve ter tido um motivo muito forte pra ainda não ter chegado.

- Sua mãe tem razão, filho. Matenha a pose. Deixe que Helena e eu daremos uma desculpa qualquer sobre a falta dos meninos.

Em outro canto da casa, Alice bancava a anfitriã dos convidados, quando Tereza se aproxima.

- Pelo que vejo, já está se comportando como dona da casa, não é? - disse ela discretamente.

- Naturalmente, querida! Pois é o que brevemente serei. - disse Alice com um sorriso de triunfo.

- Veremos! - disse Tereza saindo.

No quarto de Luíza, sua tia Carolina tentava, em vão, convencê-la a descer.

- Querida, por favor! - pedia Carolina. - Pelo seu pai!

- Não, tia! Eu já disse que não vou participar daquele circo lá embaixo! - disse Luíza mais que decidida.

- Você está se comportando como uma menina mimada, Luíza!

- Não, tia Carol. Eu estou exercendo o meu direito de expor a minha opinião sobre esse casamento. E a minha opinião é: LOUCURA!

- Luíza, entenda, nós também não vamos com a cara da Alice. Mas ela é a mulher que seu pai escolheu. Precisamos respeitar a vontade dele. - disse Carolina.

- Ela é a mulher que ele escolheu pra ficar no lugar da minha mãe, você quer dizer! - disse Luíza.

- Não. Ela é a mulher que seu pai escolheu pra passar o resto da vida com ele. O lugar da sua mãe é só da sua mãe. Ninguém vai tirá-lo. Jamais.

***

Na sala, Carolina vem descendo as escadas, sozinha.

- Não conseguiu convencê-la, Carol? - pergunta Helena.

- Infelizmente, não, tia. Luíza está irredutível. - disse Carolina.

- Isso é o que o Estevão ganha por fazer todas as vontades dessa menina! - disse Tereza. - Ela devia estar aqui, ao menos pra ficar de olho nessa golpista com quem o Estevão pretende se casar!

- Tereza, já disse pra não se meter na vida do Estevão. - disse Helena.

- A tia Helena tem razão, Tereza. - disse Carolina. - Por mais que sejamos contra, o Estevão fez a escolha dele. Temos que respeitar.

Do outro lado, Estevão e seu pai comversavam com alguns amigos. Foi então que Emiliano notou a falta de uma pessoa.

- Onde está o Afonso, filho? Ele não vem?

- Vem sim, pai. Ele ligou mais cedo, disse que se atrasaria um pouco, pois iria trazer companhia. - disse Estevão.

Mal Estevão terminara de falar e seu amigo chega de braços dados... Com Maria.