Capítulo 9

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No capítulo anterior...

Empresas San Roman.

Alguém também invadia a sala de Estevão nesse exato momento.


- Senhora, não pode entrar desse jeito... - dizia Lupita.

- Vamos ver se eu não posso entrar!


Ela abre a porta com tudo.


- Que história é essa de você me proibir de conhecer os meus sobrinhos, Estevão San Roman?! - disse Maria.


Estevão fica um pouco desconcertado.


- Mas o que está fazendo aqui?! - disse Estevão.


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Continuação...


Lupita tenta se explicar.


- Desculpe, Sr. San Roman. Ela foi entrando e...

- Está tudo bem, Lupita. - disse Estevão. - Pode ir.


Lupita sai deixando Maria e Estevão a sós.


- Pensei que os anos que passara fora do país tivessem servido pra deixá-la, ao menos, um pouco mais educada. - disse Estevão. - Com que direito entra assim na minha sala?

- Eu é que pergunto, que direito você acha que tem pra me proibir de me aproximar dos meus sobrinhos?! - disse Maria.

- O direito que me cabe por ser pai!

- Sabe, muito bem, que não pode fazer isso.

- O que eu não posso é deixar a cabeça dos meus filhos confusa, por causa de uma mulher, da qual ninguém sabe coisa alguma! - disse Estevão.

- Eu sou tia deles!

- Mas nunca se importou com eles, ou com a mãe deles!


Maria se enfurece e desfere um tabefe no rosto de Estevão.


- Nunca mais repita isso, Estevão San Roman! Minha irmã era tudo o que eu tinha, tudo o que já fiz nessa vida, eu fiz por ela! Se não estive com ela todos esses anos é porque eu tinha um motivo muito forte! Mas você não tem ideia da falta que ela me fez! - disse Maria.

- Ela também sentiu sua falta. E onde você estava? Viajando por aí!

- Pior foi você! Que estava ao lado dela e foi um canalha a traindo do jeito que traiu! - disse Maria.


Estevão segura Maria pelos braços.


- Quantas vezes vou ter que repetir essa história?! Eu não traí a Marcela! Jamais! - disse Estevão segurando Maria bem perto de si.

- Eu já disse que não acredito em você! E me solte!

- Você chega de uma hora pra outra, cobrando coisas como se tivesse algum direito, mas não tem!

- Já disse pra me soltar! - diz Maria.

- Não, eu não vou te soltar!... Agora você vai me ouvir! Se pensa que vai bagunçar a vida da minha família, dos meus filhos, ou a minha, você está muito enganada!

- Eu já lhe disse, Estevão, quais são os meus objetivos! E eu não vou abrir mão de nenhum! - disse Maria.


Aquele brilho nos olhos de Maria deixava Estevão ainda mais hipnotizado.


- Tão diferentes e tão iguais! - disse Estevão puxando Maria para perto de si e beijando-a de surpresa.


Maria tentou resistir de todas as formas, mas seu corpo não respondia. Ela acabou por corresponder ao beijo. Um beijo voraz, exigente. Suas línguas exploravam a boca um do outro. Seus braços se movimentavam como se estivessem em sincronia. Maria sentiu seu coração acelerar como jamais sentira antes. E Estevão não entendia bem o porquê, mas não queria soltar Maria.
Maria faz mais uma tentativa e consegue se afastar de Estevão e lhe dá outro tabefe.


- Isso é o que você merece por me beijar a força! - disse Maria.

- A força?! Que eu saiba, você correspondeu ao beijo também! Vai tirar o corpo fora agora?! - disse Estevão.

- Você está avisado, Estevão! - disse Maria. - Você não vai conseguir me afastar da minha família! - disse ela saindo.

- Maria, espera!... Maria.


Maria pega o elevador e vai embora. Estevão volta para a sua sala e fica pensando.


"Mas o diabos deu na minha cabeça pra eu beijar a Maria?!"


Dentro do elevador, Maria estava bufando de ódio.


"Desgraçado! Como pôde se atrever a me beijar?!... E por que eu o correspondi?! Maria, sua idiota!"


Quando estava saindo do prédio, Maria escuta uma voz a chamar.


- Maria!

- Sim, sou eu. Quem é você? - ela pergunta.

- Meu nome é Afonso. Afonso Quinteros.


***

De volta ao apartamento de Alice.


- Henrique, calma. Vamos conversar... - disse Alice.

- Conversar?! Não temos nada pra conversar! - exclama Henrique. - Não te deu nenhum pingo de dor na consciência quando aceitou esse pedido de casamento, não?!

- Já lhe disse que não quero magoar o seu pai. - disse Alice. - Eu também gosto dele!

- Gosta nada! Você não gosta de ninguém! Só de você mesma!

- Isso não é verdade! Eu também gosto muito de você. Sabe disso.

- Então prove. Cancele esse casamento com o meu pai, e fique comigo. - disse ele seguando suas mãos.

- Eu não posso, Henrique. - ela se solta.

- Então eu vou contar a ele sobre nós! - disse Henrique.

- Não faça isso! Quer partir o coração do seu pai?!


Alice era ardilosa. Sabia como pegar no ponto fraco de Henrique. Ele amava seu pai demais para querer vê-lo magoado.


- Muito bem, Alice. Mas quero que saiba que acabou, entendeu? Não vou mais fazer isso com o meu pai. Se você quer mesmo se casar com ele, ótimo. Case e o faça muito feliz. Mas não chegue mais perto de mim! - disse ele saindo e batendo a porta.


"Sinto muito, Henrique. Mas você é peça chave nesse plano! Não posso de deixar em paz, pelo menos ainda não!" pensava Alice.


***

Enquanto isso, em uma cafetería na cidade.

Maria e Afonso conversavam.


- Quer dizer que você é amigo da família San Roman? - pergunta Maria.

- De longa data. - responde Afonso. - Na verdade, eu conheci a Marcela primeiro, e depois apresentei ela ao Estevão.

- Sério? - disse Maria. - Afonso, como era o casamento deles?

- Eles eram muito apaixonados. Mas...

- Mas o quê?

- Maria, não sei se deveria estar lhe contar isso, Estevão é meu amigo.

- Assim como a Marcela também era. Você também acobertava as traições do Estevão, não é? - disse Maria se alterando um pouco.

- Não! Claro que não. Eu sempre fui contra. - mentiu Afonso. - Me doía muito ver ele enganando a Marcela. Até me senti culpado, já que, como eu já disse, fui eu que os apresentei.

- Foi você que contou a ela que sobre as traições dele? - pergunta Maria.

- Não. Apesar de achar errado, eu nunca me meti na vida dos dois, você entende. - disse Afonso.

- Eu compreendo.

- Mas Marcela desabafava muito comigo. Eu tive vontade de contar a ela, muitas vezes. Mas eu sei que ela não acreditaria.... Mas e os seus sobrinhos? Já os conhece? - pergunta Afonso.

- Só de longe. Estevão não quer que eu me aproxime deles. - disse Maria.

- Mas isso é um absurdo! - disse Afonso.

- Também acho. Mas eu não vou desistir.

- Você está certa. Se quiser, posso te ajudar nisso.

- Me ajudar? Como?


***

Mansão San Roman.

Helena e Carolina estavam organizando algumas coisas para o jantar de noivado de Estevão.


- Tia, a senhora sabe se o Estevão convidou muita gente pra esse jantar?

- Só uns amigos mais íntimos, por quê?

- Porque temos que contar as taças. Tenho a impressão de que algumas estão quebradas. - disse Carolina.

- Quebradas?... Eu vou dar uma olhada na dispensa.


Quando Helena sai, aparece Tereza.


- Carolina, a priminha prestativa e abnegada! - ela diz com ironia.

- Qual a razão dessa sua ironia, Tereza?

- Carol, você pensa que engana quem? - disse Tereza.

- Não sei a que se refere. - disse Carolina.

- Você pensa que não percebo as suas verdadeiras intenções, priminha?... Tudo o que Estevão te pede, você faz, procura sempre estar de bem com os filhos dele, quando ele está aqui, você sempre está por perto.

- Tereza, do que é que você está falando?

- Estou falando das suas tentativas frustradas de fazer o Estevão se interessar por você!

- Você ficou maluca?! - exclamou Carolina. - Estevão é como um irmão pra mim, sabe disso!

- O que eu sei é que você sempre foi apaixonada pelo Estevão, e ele nunca te correpondeu! - disse Tereza.

- Não acha que está me confundindo com você? - disse Carolina.

- Ora, sua...!


Quando Tereza ia dar um tabefe em Carolina, Helena aparece.


- Mas o que é que está acontecendo aqui?!

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