Está bem mãe, mas...

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Fechei a carta e nem queria acreditar no que tinha acabado de ler, aquilo era surreal, mas eu tinha de aceitar, amanha teria de embarcar.

D. Idalina:- Então menina, era alguma coisa muito importante?

Marta:- Mais ou menos, quando a minha mãe chegar, pode dizer para ela ir diretamente ao meu quarto?

D. Idalina:- Sim menina, eu digo.

Subi as escadas e fui para o quarto continuar a preparar as malas, pois alguma roupa já estava dentro da mala á alguns dias , até que alguém bate á porta.

Xxx:-Posso?

Marta:-Claro mãe.

Mãe:- Então, já a arrumar as ultimas roupas na mala? Não é cedo?

Marta:- Não mãe.

Peguei na carta que estava em cima da mesa de cabeceira, sentei-me na cama e entreguei-a á minha mãe.

Mãe:- Que é isto?

Marta:- Lê.

Ela abriu e começou a ler. Quando acabou, começou a chorar, embora não quisesse, pois não queria que eu tivesse pena dela.

Mãe:- Tem de ser filha, não é? E o que tem de ser tem muita força.

Marta:- Infelizmente, tenho de embarcar já amanha.

Mãe:- Isso é muito repentino, e o bilhete de avião para embarcar estão para o dia 1, que vamos fazer?

Marta:- O bilhete está como estudante, portanto, havia lá uma indicação que se tivesse de haver alterações era só ligar que eles mudavam a data

Mãe:- Eu não queria que tu tivesses pena de me deixar aqui sozinha, mas isto é muito triste e eu não resisto.

Ela abraçou-se a mim, um abraço que ela não queria largar, um abraço tão forte, tão triste, devido às varias lágrimas que escorriam pela sua cara e molhavam o meu fato, mas isso não fazia mal, eu sei que ela ia sentir muito a minha falta, e claro que eu também ia sentir a dela, e muito, por isso aquilo era necessário. Também eu comecei a chorar e ela largou logo o abraço e começou a limpar as suas lágrimas.

Mãe:- Não filha, eu não quero que tu chores.

Marta:- Mãe isso é impossível, se não fosse agora era daqui a bocado, eu não suporto isto, é muito triste, mas como a avó me ensinou, eu tenho sempre de seguir os meus sonhos.

Mãe:- A avó era uma grande mulher, mas nunca conseguiu concretizar todos os seus sonhos antes de morrer, mas mesmo assim o seu maior sonho concretizou-se.

Marta:- Ela sempre me contou tudo sobre os sonhos dela, mas nunca me disse qual era o seu maior sonho. Qual era?

Mãe:- O seu maior sonho era ter uma neta, uma neta como tu és. E conseguiu isso e fez-te sempre acreditar que deves seguir os teus sonhos, mesmo que para isso implique destruir o mundo, ela fez sempre tudo por ti, até morrer, ela queria que tu não fosses o espelho dela, nem o espelho de ninguém, queria que fosses tu e só tu, mas que fosses uma rapariga aventureira e que concretiza-se todos os sonhos que tinha, e agora, assim vai ser, vais concretizar um dos teus sonhos, por mais que isso possa abalar toda a gente, mas eu não quero que tu desistas, nem ninguém, toda a gente quer que tu sejas feliz, tal como eu.

Marta:- Obrigado mãe por todo o apoio, melhor mãe eu não podia ter, de certeza.

Mãe:- Vá agora avisa as tuas amigas e os teus amigos, eu aviso a tua irmã e vamos fazer um jantar de despedida com todos, cá em casa, sim?

Marta:- Está bem mãe, mas...

Mãe:- (interrompendo) Mas nada, vamos a isso.

Ela saiu do meu quarto sem eu ter dito o que ia para dizer, mas pronto, mais logo ela saberá.
Sentei-me na cama, peguei no telemóvel e comecei a arrastar com o dedo a lista de contactos, liguei para as minhas melhores amigas e para os namorados delas, pois eles também eram muito meus amigos. Continuava a arrastar para ver se me tinha esquecido de alguém quando vejo o contacto do Guilherme, quando ia para clicar no ligar, desisti, pois o mais provável é ele não quer saber de mim, depois do que se passou de manhã.

O porquê do nascer do dia (Post and Repost)Onde histórias criam vida. Descubra agora