Recrutada

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Golden's POV  


Caminhei sem pressa pelo largo corredor. Algumas pessoas, que presumi serem agentes, circulavam preocupadas com seus trabalhos. Nem sequer olhavam pra mim. Eles pareciam bem mais interessados do que eu em tudo, apesar de ser a primeira vez em seis meses que entrava numa base da SHIELD.

Após todo o evento envolvendo a HIDRA e, consequentemente, a queda da SHIELD, tudo se dissolveu. Por ser uma das agentes que escolheu o lado do Capitão América, tive que me esconder de alguns membros da organização inimiga. A STRIKE me perseguiu por alguns dias até que me refugiei na mansão do cara mais egocêntrico da Terra. Tony Stark me deu abrigo e até que foi legal comigo. Se bem que isso só rolou por causa da Pepper.

Depois de todo esse tempo, quando minha vida já estava quase normal, já que eu nunca estaria cem por cento segura morando com um Stark, recebi uma mensagem confidencial por meio do meu velho comunicador. Deveria comparecer até o endereço que me informaram, em 24 horas.

Bem, aqui estava eu, seguindo até a sala que me indicaram. A sala do diretor. Só queria saber quem era esse novo biruta, pois só uma pessoa muito pirada teria coragem de assumir a responsabilidade de uma organização que se encontrava em migalhas. Bati uma vez na porta e esperei uma resposta, mas não ouvi nada. Revirei os olhos pela impaciência e então girei a maçaneta, abrindo-a. Estava sendo atrevida, eu sabia, mas a curiosidade me consumia.

Coloquei minha cabeça pra dentro e dei uma olhada no perímetro. Não havia ninguém. Estranho. Ainda assim entrei. Se eu ainda fosse uma agente, com toda certeza seria punida pela minha ousadia, mas agora eles não podiam fazer nada. A não ser me expulsar dali, é claro. Se bem que isso não aconteceria, pois tinha recebido uma mensagem para estar ali.

Fechei a porta e caminhei alguns passos. Foi quando avistei um mapa enorme grudado numa das paredes, a que ficava bem atrás da mesa principal. Me aproximei, desviando da mesa e caminhei até o mapa. Tinham vários marcadores vermelhos e azuis espalhados sobre ele, especialmente no território dos EUA. Curioso. Estiquei a mão para tocar um deles.

- Não me lembrava que você era tão curiosa. – de repente, ouvi atrás de mim e dei um pulo

- Santo! – levei a mão até o coração e fechei os olhos

- Que tipo de agente reage assim a um ataque surpresa? – a pessoa perguntou

- O agente que não faz ideia de quem seja o novo diretor da... – falei ao mesmo tempo em que me virava para a pessoa – SHIELD.

Completei minha frase após encará-lo estupefata. Eu só podia estar vendo fantasmas. Meus olhos estavam pregando uma peça em mim, era isso. Os semicerrei, mas ele ainda estava lá em minha frente, com um mínimo sorriso debochado. Eu só podia estar bêbada.

- Agente Coulson? – minha voz era de total espanto

- Olá, agente Potts. – ele falou

- Ah meu Deus, é... é você mesmo? – continuei paralisada – Mas, todos... todos viram você morrer.

- E eu morri. – ele caminhou em minha direção – Mas eles deram um jeito de me trazer de volta.

- Quer dizer que você, tipo assim, ressuscitou? – minha expressão se transformou de assustada para totalmente curiosa

- Depende do ponto de vista. – ele parou em frente da mesa

- Cara, isso é muito... doido! – olhei pro nada, mas então olhei desconfiada pra ele – Espera... tem certeza que você é você? Que não é um clone do mal que pretende dominar nosso mundo?

- Você continua com uma mente incrível, agente. – ele sorriu – Mas que tal pularmos as perguntas e irmos direto ao assunto?

- Claro. – balancei os ombros – Só estava esperando o diretor.

- E estou aqui. – ele abriu os braços

- Não! – abri um largo sorriso – Você é o novo diretor?

- Sim. – ele confirmou – Mas não tomo as decisões sozinho.

- Tá, vou ter tempo pra digerir tudo isso. – falei, saindo de perto do mapa – É melhor conversarmos sobre o motivo de terem me chamado ou meu cérebro vai explodir.

- Sente-se. – ele indicou a cadeira

Nos sentamos, e ao perceber que eu o encarava como quem encarava uma aparição, Coulson riu levemente e começou a falar.

- Agente Potts, tenho certeza que sabe das dificuldades que estamos passando. – ele começou – A SHIELD está se reerguendo depois de tudo e estamos procurando os agentes que sabemos estar do nosso lado. Você é uma dessas pessoas. Lutou a nosso favor mesmo correndo riscos.

- E faria tudo novamente, senhor. – fiquei séria – Apesar do que aconteceu.

- Sei disso. – ele balançou a cabeça positivamente – É por isso que quero recrutá-la mais uma vez. Quero que volte a ser uma de nossas agentes.

- Com certeza, senhor. – sorri contente – Mas, creio que não fui chamada aqui apenas pra receber o convite de voltar para a SHIELD.

- Sempre observadora. – ele falou e parecia satisfeito – Sim, agente Potts, tenho um motivo maior para tê-la chamado. Tenho uma missão para você.

- Já era tempo. – falei animada

- Quero que encontre uma pessoa. – ele disse – E que a traga para cá.

- Só isso? – franzi o cenho – Vai ser moleza.

- Talvez não. – ele apoiou os cotovelos sobre a mesa

- Senhor, o que há de mais em encontrar uma pessoa? – ri levemente – A não ser que essa pessoa seja...

- O Soldado Invernal. – ele completou e eu me calei – Como uma agente nível 7 estou designando a você a responsabilidade de encontrar e trazer Bucky Barnes para a SHIELD.

- Mas... – tentei falar

- Só um detalhe. – ele não me deixou continuar – Ele precisa vir por livre e espontânea vontade.

Arregalei meus olhos ao ouvir a última frase. Não seria tão difícil assim encontrar o Soldado Invernal e trazê-lo. Só precisava localizá-lo, apagá-lo com um tiro de tranquilizante e jogá-lo no fundo de uma van. Mas aquilo. Era algo totalmente diferente.

Mordi os lábios e xinguei todos os palavrões que conhecia mentalmente. Coulson me encarava, esperando que eu dissesse algo.

- Eu to ferrada... – falei após filtrar todas as palavras de baixo calão da minha mente

Maldita hora que peguei aquele comunicador. Maldita hora.

The Fire SoldierOnde histórias criam vida. Descubra agora