Isso Não é Um Adeus

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Golden's POV  


Soltei um longo suspiro e fitei a luz de led no teto. Eu não sabia a quanto tempo estava ali, mas o chão não era um lugar muito confortável para se deitar. Minhas costas podiam sentir o quanto aquele piso branco de banheiro era duro.

- Mas que droga! – eu resmunguei

Sem mais paciência para meditar, ou seja lá o que eu estava fazendo, me sentei e olhei em volta. Meu banheiro continuava do mesmo jeito. A única diferença é que metade de meus pertences não estava mais lá e sim numa de minhas malas no meu quarto. Pra mim, a parte mais chata de uma viagem era essa. Arrumar as bagagens e levar apenas o essencial.

Se eu pudesse, teria levado tudo. Todas as minhas roupas, meus sapatos, minhas meias, maquiagens e xampus. Quem sabe eu até levasse meu pote de balas coloridas que ficava sobre minha escrivaninha. E não poderia esquecer minhas armas. Mas, é claro, Kane fez questão de ser um estraga prazeres e disse que eu levasse o mínimo possível, pois eu teria tudo o que precisasse lá na Romênia.

Em resposta, o expulsei do meu quarto, assim como todos os outros e fiz tudo eu mesma. Não precisava de pitacos, eu poderia fazer aquilo sozinha. Soltando um novo suspiro, me levantei a muito custo e segui para o quarto. Assim que passei pela porta do banheiro, parei subitamente. Encarei a pessoa sentada em minha cama.

- Bucky! – fiz uma careta – Como entrou aqui?

- Você só trancou a porta. – ele disse apenas

- Então você arrombou minha fechadura? – arregalei os olhos – O Tony vai te matar, querido!

- Eu não arrombei nada. – ele disse e ergueu um pequeno grampo dourado – Essas coisinhas serviram pra alguma coisa.

- Onde encontrou meus grampos? – me aproximei dele

- Você jogou todos os seus pertences desse tipo sobre a cama e, antes que nos chutasse daqui, eu e peguei esse. – ele jogou o objeto no lençol azulado

- Você é terrível! – eu ri abafado e parei em sua frente – Eu deveria colocar uma coleira em seu pescoço.

- Gostaria de vê-la tentar. – ele ergueu as sobrancelhas e segurou minha cintura com as mãos

- Quem sabe mais tarde. – mordi meus lábios e olhei para cima com cara de inocente

- Eu iria adorar... – ele sussurrou e eu o fitei

Com um sorriso pequeno, me inclinei em sua direção e depositei um selinho em seus lábios. Em seguida, me sentei em seu colo e o abracei pelo pescoço. Ele me encarava com seus olhos incrivelmente serenos. Tão diferentes do quando o encontrei.

- Você não precisa de uma coleira. – apesar de citar nossa brincadeira, minha voz saiu séria – Precisa redescobrir sua vida. Você merece liberdade, Bucky.

- Eu preciso de algumas coisas. – ele disse e passou uma mão em minha cintura – Mas, com certeza, preciso ainda mais de você.

- Desde quando você é um galanteador, Barnes? – desviei meus olhos um pouco encabulada

- Acho que... desde sempre. – ele se esforçou para lembrar e eu ri

- Eu também preciso de você, querido. Muito. – segurei seu rosto – Mas agora temos objetivos diferentes e precisamos alcançá-los. Eu vou voltar pra você, eu prometo!

- Eu sei que vai. – ele segurou minha mão direita – E eu estarei aqui, esperando.

Sorri outra vez e acariciei sua nuca com minha mão que antes estava apoiada em seu ombro. Bucky olhava em meus olhos e nunca havia visto tanta pureza neles. Mesmo sem senti-lo, eu podia perceber que tudo o que ele dizia vinha de seu coração. Sem conseguir mais me segurar, selei nossos lábios num beijo apaixonado. Imediatamente, ele me abraçou com mais intensidade.

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