Hellen

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Bucky's POV


(17 de Novembro, 1996)

Fazia nove meses que Hellen havia nascido. Durante esse tempo, ela permaneceu com a mãe numa base da HIDRA, localizada numa região não navegável do Mar Negro. A garota recebeu tratamento especial. A inumana, chamada Amélia, foi treinada e aprendeu a usar os poderes melhor do que antes. Tudo estava saindo como planejaram.

Entretanto, havia algo errado. Eu havia sido alertado de que Hellen corria perigo e segui imediatamente para a ala onde ela ficava. Já havia me acostumado a tê-la como prioridade. Quando cheguei lá, tentei abrir a porta, mas estava trancada, o que me deixou mais atento. Arrombei a porta e entrei, analisando o perímetro, mas não havia ninguém.

- Elas não estão aqui. – eu disse pelo comunicador

- Vá até a pista de decolagem, um helicóptero não identificado acabou de pousar. – recebi a ordem – Leve o inibidor.

Saí apressado e após passar na sala de armas, corri com mais dois agentes para a pista de decolagem. Uma mulher loira e um homem de cabelos castanhos. Assim que saímos ao ar livre, ouvi o som das hélices e, sem hesitar, atirei contra o motor, fazendo-o faiscar. Quando tive certeza de que eles não poderiam mais fugir, fui até o helicóptero e arranquei sua porta. Amélia abraçava sua filha com força. Havia também um homem. O pai de Hellen. Ele havia ficado na outra base e as visitava apenas quando recebia permissão.

Antes que eles pudessem reagir, os acertei com o inibidor, que incapacitaria seus poderes por alguns minutos. O suficiente para resgatar o bebê. Tirei o homem de dentro e o lancei no chão, depois olhei para Amélia.

- Saia agora. – falei de forma intimidadora

- Não pode parar o futuro. – ela disse

- Apenas saia. – ignorei sua fala

Por saber que não poderia lutar sem seus poderes, ela fez o que eu disse. Hellen estava abraçada ao seu pescoço. Me aproximei para pegá-la, mas fui surpreendido com um chute. Ele não me machucou, mas fez com que eu me afastasse. Olhei para trás encontrando o inumano e, sem cerimônias, o agarrei pelo pescoço e o lancei com força contra o helicóptero.

- Harry! – Amélia berrou

Ela correu até ele e se ajoelhou ao seu lado. Ele disse algo que não consegui ouvir e vi a mulher beijar o rosto da menina. Franzi o cenho, mas antes que reagisse, recebi uma nova ordem.

- Soldado, mate-os e traga a criança. – a voz masculina de algum dos agentes chegou em meus ouvidos – Eles são traidores!

Hesitei por um segundo, assimilando minhas novas instruções. Matar os pais de Hellen? Eles eram os únicos que a tratavam como algo mais do que um simples experimento. Como ela cresceria sem eles por perto?

Levei a mão até o coldre e tirei uma pistola de lá. O que seria de Hellen daqui para frente não me dizia respeito. Minha missão era protegê-la e eu deveria fazê-lo a qualquer custo. Mirei para o homem e, ante o rosto horrorizado de sua esposa, atirei. Não esperei que ela protestasse e desviei o cano da arma para ela, acertando-a com um disparo na cabeça, evitando machucar o bebê.

Em instantes, os dois estavam mortos. Guardei a pistola e caminhei até os corpos. Me abaixei ao lado de Amélia e peguei Hellen com cuidado. Apesar de um ser abominável, eu ainda conseguia tratá-la como o que ela era. Uma criança. Frágil e inocente.

The Fire SoldierOnde histórias criam vida. Descubra agora