O Príncipe

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Eu estava esperando Liz no meu quarto, ela tinha me enviado uma mensagem mais cedo dizendo que ela e Theodore queriam falar comigo. Um tempo depois Robert me avisou que ela havia chegado, mas Theodore não estava com lá. Saímos para conversar, ela sempre pensava melhor andando.

- E ai como você está?

- Muito bem, obrigado, e você?

- Muito bem também.

- Você tem algo para me dizer e se estou certo, Theo deveria estar aqui conosco.

- Sim ele deveria, mas teve um contratempo e nos encontrará em breve, o que tenho para tratar com você é necessário que ele esteja presente, se não se importar em esperar.

- Não, certamente que não me importo de esperar. Já acabei minhas tarefas hoje.

- Você está realmente bem Harry, do jeito que está falando comigo nem parece que somos melhores amigos.

- Eu estou muito preocupado. Eu sei que você não sabe, mas já começaram a atacar nosso país e em breve eles chegaram a capital e ao palácio.

- Nossa, eu não sabia mesmo, agora eu também estou preocupada.

- Foi mal, eu não queria te preocupar, você logo ficaria sabendo de qualquer forma, logo todos saberão – Soltei um suspiro pesado, eu estava me sentindo péssimo e estressado demais.

Theo chega e dá um abraço carinhoso em Liz e me cumprimenta com um aceno de cabeça.

- Theodore.

- Harold.

- Por favor não se cumprimentem como se vocês fossem atacar o pescoço um do outro a qualquer momento – Liz revira os olhos.

De repente ouvimos um estrondo e muita gritaria no andar de baixo e um guarda entrou correndo no local onde estávamos.

- Alteza, graças a Deus eu te encontrei. Nós estamos sendo atacados e precisamos levá-lo ao abrigo de emergência – anui e todos começamos a correr para o abrigo. Entramos num corredor lotado de rebeldes. 

O guarda foi na frente abrindo caminho entre os inimigos, sua espada não parava de golpear nem por um segundo, Liz ia atrás dele golpeando mais homens. Theo vinha atrás de mim protegendo a retaguarda, todos com espadas na mão e lutando furiosamente, mas eles eram muitos e nós fomos cercados por três homens extremamente irritados que nos devoravam com o olhar, eles tinham o fedor da morte. O mais alto dos três tentou me golpear mas sem sucesso, Liz partiu pra cima dele, o acertando nos joelhos obrigando-o a se prostrar. Ela virou-se para ver como eu estava e o homem a sua frente atravessou a espada em sua barriga, ela desfaleceu e eu a segurei antes que caísse no chão.  Ela me abraçou e senti minha blusa ficar molhada e Elizabeth desfaleceu. Theo matou o homem com um golpe na artéria femural e os outros dois já haviam sido abatidos sem que eu tivesse me dado conta. 

- Aguenta firme, estamos quase chegamos, só mais um pouquinho.

- Parabéns idiota, a culpa é toda sua.

- Você sabe muito bem que ninguém, a não ser aquele maldito homem, não tente achar culpados só porque está com medo Theo.

- Parem de brigar, por favor, por mim. – Elizabeth pediu num sussurro e ficamos calados.

Nós chegamos ao abrigo, Sarah viu Liz desfalecida em meus braços e veio até nós desesperada.

- O que aconteceu?

- Um idiota a acertou pelas costas – respondi com raiva.

- Covarde maldito. Rápido, precisamos estancar o sangramento. Theo me dê seu cinto, Harry coloque-a na maca e vá pegar o kit de primeiro socorros no depósito.

Minha mãe entrou no abrigo, ao ver Liz naquele estado ela começou a chorar. Sarah olhou nos olhos dela e disse:

- Eu sei que ela é como uma filha pra você majestade, mas ela está morrendo e eu vou precisar de sua ajuda.

- Tudo bem, eu ajudarei no que precisar.

- Vocês dois saiam, majestade precisaremos despi-la para tratar do ferimento, espero que não seja tão fundo quanto parece.

Eu e Theo fomos obrigados a sair de perto da maca onde Liz estava.

- Se você não tivesse ficado parado naquela hora nada disso teria acontecido.

- Eu sei que fui imprudente e eu também estou com medo. Ela é como uma irmã pra mim, eu estou desesperado, mas sei que não adianta nada ficar culpando as outras pessoas. – Ele me olhou confuso e eu quase ri.

- Você não é apaixonado por ela?

- Não, que besteira garoto, ela é como minha irmãzinha caçula. Minha primeira e única opção sempre foi Sarah.

Eu olhei pra ela com todo o amor que eu sentia e continuei:

- Eu sempre a amei e espero que você ame Liz como eu a amo.

- Pode apostar que sim. E você tem razão, a culpa não é sua, eu sempre senti muito ciúmes do relacionamento que vocês tinham, eu pensei que fossem apaixonados.

- Eu não vou negar que a amo, ela é como uma minha caçulinha, a irmã que eu nunca tive.

- Eu sempre tive inveja de você, tem coisas que você tem, ou eu pelo menos achava que tinha que eu sempre quis. O coração dela que eu achava que era seu, mas sempre foi meu e eu não sabia. Eu a pedi em casamento hoje, assim que a guerra se acalmar um pouco nós nos casaremos.

- Eu espero que isso aconteça bem rápido.

- Eu também.

- Só mais uma coisa, se magoá-la eu juro que te castro.

- Jamais pensaria nisso – ele tentou sorrir, mas não conseguiu.

- Ótimo. 

O REINO DAS ESPADASOnde histórias criam vida. Descubra agora