Assim que entrei na sala eu vi o homem de capuz. Ele estava de costas para mim e de frente para a Alice. Ela não me viu, pois ele estava tampando a visão dela. A porta estava aberta então eu não fiz barulho. Dei a meia volta de fininho e entrei na sala da frente. Pude ouvir os dois babacas conversando e saindo daquele quarto. Eles encostaram o ouvido perto da porta em que a Alice estava.
- Acho que ele não entrou aqui. O chefe está quieto. Vem, vamos procurá-lo lá na frente.
- Vai indo, eu vou mijar..
O outro sai andando e o mais babaca entra na sala que eu estava. Eu me escondo atrás da porta. Agora como vou sair daqui? Eu preciso tirar a Alice de lá mas vou morrer sem nenhuma proteção.
Enquanto o cara está fazedo xixi de costas para a porta eu fecho ela aos poucos. Depois disso eu caminho até ele e coloco a mão na boca dele. Ele começa a se debater. Eu lembro que o Lucas me ensinou a dar mata-leão uma vez, vou tentar usar isso com esse cara.- Você vai morrer..
Ele fala isso e desmaia. Eu não sei quanto tempo esse desmaio tem, mas não posso perder tempo. Revisto ele e acho um capuz que cobre o rosto e uma arma.
Tiro a jaqueta dele e visto em mim. Em seguida tiro a blusa dele e amarro na boca dele pra ele não gritar tão alto. Tiro as calças dele e deixo ele só de cueca e amarro as mãos e os pés dele. Se tem uma coisa que eu sou bom é em dar nó.
Deixo a arma na minha cintura. Eu não sei usar uma arma, mas se for preciso eu aprendo na hora.Saio dali com o capuz e vou vendo o que tem nas outras salas.
- O que você está fazendo, idiota? Já mijou ou está escolhendo o lugar?
O babaca deve estar pensando que sou seu parceiro. Deve ser por causa da jaqueta.
Yuri - Eu estou fazendo uma vistoria. Talvez aquele menino deve estar por aqui..
Ele estranhou a voz, droga.
- Quem é você?
Eu engulo em seco.
Yuri - O segurança.
- Então deixa eu ver sua arma.
Sorte que eu peguei a do cara. Eu coloco a jaqueta de lado e deixo a arma na cintura à mostra.
- Bom. Não era para você estar lá na frente?
Yuri - Eu vim fazer vistoria por trás e encontrei o outro cara. Ele me disse sobre o menino e eu vim vistoriar por aqui..
- Certo. Você é novo? Não lembro de você.
Yuri - Sou sim. Vou fazer o turno da tarde.
- Turno da tarde? Caralho, eu quero tirar uma folga também..
Ele fala isso e vai andando pra frente do local abandonado. Eu fico ali parado pensando no que fazer. Eu consegui enganar esse babaca, mas para enganar o chefe eu preciso de mais alguma coisa. Tenho certeza de que o cara não vai acreditar em mim.
Fico ouvindo a conversa atrás da porta.
- Como você se chama mesmo?
A Alice não responde. Eu barulho de passos e ela solta um grito de dor e depois responde.
Alice - A-Alice..
- Hum.
Ouço passos. Ele deve estar andando em volta dela. Eu preciso fazer alguma coisa.
- Mais tarde eu venho para uma visitinha.
Entro na sala que amordacei o cara e espero o chefe sumir de vista. Depois entro direto na sala que a Alice estava. Ela se assusta quando me vê. Estou de capuz.
Alice - Me dê água, por favor..
Eu pego a garrafa de água e coloco água na boca dela. Eu não sei se seria bom eu dizer a ela que sou eu agora. Eu não tenho como tirá-la daqui agora.
- Não pode dar água para a moça.
Olho para trás e me assusto com o homem caolho.(~Alice on~)
Quando aquele homem de capuz entra na sala eu pensei que ele ficaria ali me vigiando, mas parecia que ele não sabia o que estava fazendo. Ele pisava com calma para não fazer barulho.
Alice - Me dê água, por favor..
O homem não pensa duas vezes e pega a garrafa de água que estava perto da porta e me dá. Ele foi muito bom comigo, ainda bem que aqui ainda existe uma alma boa.
- Não pode dar água para a moça.
Me assustei quando vi o caolho doidinho. E pelo jeito o homem de capuz também.
- E-eu dei porque o chefe mandou. Assim ela vai morrer e se morrer não vamos provar para a mãe dela que ela está viva. Precisamos dela viva para conseguir o que queremos.
O cara fica encarando o outro de capuz e depois sai da sala. O cara de capuz de vira para mim rapidamente.
- Muito bem, vou te tirar daqui..
Ele tira o capuz e eu não acredito em que vejo.
Alice - Yuri ?
Meu suspiro de alívio sai logo em seguida. Mas o de preocupação também. E se os caras pegarem a gente?
Alice - Como vamos sair? Deve ter pelo menos cinco caras armados lá..
Yuri - Pelo mesmo jeito que eu entrei. Deixa eu tirar essa corda de você..
Ele começa a desamarrar as cordas do meu braço. Tudo o que eu queria era que o tempo parasse naquele momento. A qualquer segundo algum cara pode entrar aqui e pegar a gente e eu tenho certeza de que eles não vão ser bonzinhos com o Yuri.
Yuri - Soltei. Agora espere que eu vou ver se tem alguém vindo..
Ele coloca o capuz novamente e vai até a porta verificar. Vejo que ele tem uma arma na cintura.
Alice - Yuri, isso é uma arma..
Yuri - Calma, eu nem sei usar isso aqui. Eu peguei por segurança quando amarrei o outro cara..
Alice - A história está cada vez pior.. eu quero ir embora daqui..
Yuri - Vamos, a barra está limpa..
Saímos da sala e eu pude ver um corredor grande e fedorento. Mas que lugar é esse que estou?
Yuri - Você vai ter que pular a janela. Vem, eu te ajudo..
Eu passo pela janela que está com o vidro quebrado mas quando o Yuri vai passar os caras aparecem.
- É aquele ali. Ele está fugindo!
Os caras começaram a correr e atirar em nossa direção. Eu fiquei abaixada atrás do muro enquanto o Yuri passava pro meu lado.
Alice - Yuri, você está sangrando..
Yuri - Foi de raspão. Vamos..
Ele pega na minha mão e começamos a correr pelo mato. Eu odeio mato. Começo a me coçar inteira mas prefiro fugir pelo mato do que fugir pela rua e correr perigo de levar um tiro.
Saímos do mato e vimos uma viatra subindo. Uma não, duas. Espera, agora são três!Yuri - Seu pai chamou a polícia. Agora tudo vai ficar bem..
Ficamos parados no meio da rua e aliviados.
- A onde você pensa que vai?
Polícia - Parado, polícia !
Ouço um barulho de tiro. Meu coração vai a mil e eu rapidamente me auto examino. Estou bem. Ouço outro tiro. Agora eu vi o policial atirar no homem. Mas porque ele atirou? Olho pro Yuri e vejo ele no chão. Ele levou um tiro !
Alice - Yuri, nãããão !
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Romansa"Foi quando eu disse que não queria mais dormir se não fosse contigo. E que iria segurar na sua mão até o dia que seu cão voltasse. E se algum dia, olhando pela janela, os cotovelos apoiados, os dedos segurando um cigarro, eu me questionasse novamen...