Capítulo 7

76 4 6
                                    


- Você tem que ir ao médico! - falou se levantando.

- Ah não! Não vou voltar pra  lá! - protestei - Acabei de sair dele.

Eu estava me coçando até a alma. Braços, rosto, tudo estava tomado pela coceira.

Rodrigo puxou meu braço por cima da mesa.

- Olha isso Helena! - apontou para as manchinhas vermelhas - Você está tendo uma reação alérgica!

- Caramba...- soltei meu braço para coçar o outro - Eu só posso ter feito muita merda na vida passada para vir tão fodida assim.- reclamei - Deus só pode estar me castigando por isso.

- Relaxa! Vou comprar um anti-alérgico bem forte para você e vai ficar tudo bem. - disse num jato para me acalmar.

Acabou que foi Rodrigo quem pagou nossa conta. Ele aproveitou a oportunidade ao me ver coçando,  incessavelmente, para fazer isto. Nem reclamei pois só conseguia pensar em diferentes maneiras de me coçar utilizando a textura da parede mais próxima.

"Que vergonha! Tô me sentindo um gato cheio de pulgas" 

Saímos do restaurante e fomos até uma drogaria. Rodrigo comprou o remédio e uma água, nos sentamos em um banco perto de uma praça que tinha por ali.

- Espero que faça efeito logo. - reclamei impaciente.

- Você tem que ter calma! - me advertiu.

- Está aí uma coisa que não tenho...Calma. 

- Aprenda e passe a ter. - ele riu.

- Fácil pra você falar.- sorri - Não está com a cara vermelha e inchada igual à um balão de festa.

- Olhe pelo lado bom. Se colocarmos alguns paetês aqui, - disse tocando com o indicador vários pontos do meu rosto - jogarmos purpurina e uma lanterna, já podemos fazer uma festa ao estilo anos 70.

- Tá mais para uma festa ao estilo Halloween. - resmunguei. 

- Viu? Dois em um! 

O encarei feio e dei um beliscão nele.

- Ai! Por quê fez isso? - falou esfregando a área beliscada.

- Você não tem que concordar. Pensei que eu fosse uma dama como disse.- levei uma mão à cintura.

- E você é...às vezes.

- Argh! O que eu faço contigo, hein? - bufei.

- Você podia aceitar sair comigo.

Ao ouvir essas palavras entrei em transe. "Como assim? Acho que ouvi errado. Só pode ser mais uma das piadas dele."  A brincadeira está indo longe demais. E sinceramente, estou começando a ficar farta disto.

- Como é? - disparei meu olhar a ele. 

- Vai ter uma festa importante, e extremamente tediosa pra falar a verdade, que terei de levar uma acompanhante.- explicou com certo cuidado.

- Hum...Tá mas, onde me encaixo nisso? - me fiz de boba, assentindo atentamente.

- É que eu pensei em levar você. 

- Por quê logo eu? - indaguei. - Você não tem uma namorada ou coisa do tipo que possa te acompanhar? - perguntei com um fundo de curiosidade a qual não entendi possuir.

- Não, não tenho.- sorriu de lado - E o motivo de eu te convidar é que você é a única mulher que conheço a qual me sinto à vontade e bem. - falou olhando em meus olhos. 

Minha Querida Jane - My Dear Jane Onde histórias criam vida. Descubra agora