- Você tem que ir ao médico! - falou se levantando.
- Ah não! Não vou voltar pra lá! - protestei - Acabei de sair dele.
Eu estava me coçando até a alma. Braços, rosto, tudo estava tomado pela coceira.
Rodrigo puxou meu braço por cima da mesa.
- Olha isso Helena! - apontou para as manchinhas vermelhas - Você está tendo uma reação alérgica!
- Caramba...- soltei meu braço para coçar o outro - Eu só posso ter feito muita merda na vida passada para vir tão fodida assim.- reclamei - Deus só pode estar me castigando por isso.
- Relaxa! Vou comprar um anti-alérgico bem forte para você e vai ficar tudo bem. - disse num jato para me acalmar.
Acabou que foi Rodrigo quem pagou nossa conta. Ele aproveitou a oportunidade ao me ver coçando, incessavelmente, para fazer isto. Nem reclamei pois só conseguia pensar em diferentes maneiras de me coçar utilizando a textura da parede mais próxima.
"Que vergonha! Tô me sentindo um gato cheio de pulgas"
Saímos do restaurante e fomos até uma drogaria. Rodrigo comprou o remédio e uma água, nos sentamos em um banco perto de uma praça que tinha por ali.
- Espero que faça efeito logo. - reclamei impaciente.
- Você tem que ter calma! - me advertiu.
- Está aí uma coisa que não tenho...Calma.
- Aprenda e passe a ter. - ele riu.
- Fácil pra você falar.- sorri - Não está com a cara vermelha e inchada igual à um balão de festa.
- Olhe pelo lado bom. Se colocarmos alguns paetês aqui, - disse tocando com o indicador vários pontos do meu rosto - jogarmos purpurina e uma lanterna, já podemos fazer uma festa ao estilo anos 70.
- Tá mais para uma festa ao estilo Halloween. - resmunguei.
- Viu? Dois em um!
O encarei feio e dei um beliscão nele.
- Ai! Por quê fez isso? - falou esfregando a área beliscada.
- Você não tem que concordar. Pensei que eu fosse uma dama como disse.- levei uma mão à cintura.
- E você é...às vezes.
- Argh! O que eu faço contigo, hein? - bufei.
- Você podia aceitar sair comigo.
Ao ouvir essas palavras entrei em transe. "Como assim? Acho que ouvi errado. Só pode ser mais uma das piadas dele." A brincadeira está indo longe demais. E sinceramente, estou começando a ficar farta disto.
- Como é? - disparei meu olhar a ele.
- Vai ter uma festa importante, e extremamente tediosa pra falar a verdade, que terei de levar uma acompanhante.- explicou com certo cuidado.
- Hum...Tá mas, onde me encaixo nisso? - me fiz de boba, assentindo atentamente.
- É que eu pensei em levar você.
- Por quê logo eu? - indaguei. - Você não tem uma namorada ou coisa do tipo que possa te acompanhar? - perguntei com um fundo de curiosidade a qual não entendi possuir.
- Não, não tenho.- sorriu de lado - E o motivo de eu te convidar é que você é a única mulher que conheço a qual me sinto à vontade e bem. - falou olhando em meus olhos.
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Minha Querida Jane - My Dear Jane
RomanceHelena é uma mulher apaixonada por livros, em especial por clássicos. Conduzida pelo amor à leitura, ela resolve fazer faculdade de Literatura, indo contra todos os planos que sua mãe a havia reservado. Sua admiração pela escritora Jane Austen...