Capítulo 5

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Helena

- Vamos rápido vovó!- exclamei de felicidade, puxando a mão dela.

- Ora, mas que pressa é essa Leninha? - me perguntou carinhosamente.

- Nada, só quero chegar logo na pracinha... Será que vai estar cheio hoje? - olhei para ela.

- Não sei querida. - deu de ombros. - O seu amiguinho vai vir?

- Que amigo? Eu não tenho nenhum. - falei amarrando a cara e batendo o pé.

Minha avó riu divertidamente, o que me fez querer rir também.

- O que ele fez de tão ruim para você estar irritar com ele? - seus olhos cheios de curiosidade.

- Não estou irritada... apenas chateada. - fui sincera.

Minha avó fico em silêncio, esperando uma explicação para minha chateação. Suspirei fundo e abri o jogo.

- Ele não quer ir lá pra casa...O convidei para ver meus livros mas ele disse que não pode. - respondi baixinho olhando pro chão.

- Ah, entendi...Não fique chateada minha pequena.- me reconfortou fazendo carinho em minha cabeça.

Havíamos chegado no parquinho da praça e, ao ver que meu amigo não tinha chegado ainda, resolvi me sentar no balanço.

Enquanto me balançava devagar, fiquei observando o céu e brincando com as formas das nuvens, imaginando o que elas eram. Em poucos instantes, percebi que as nuvens estavam mais perto de mim.

Ouvi uma risada conhecida e me dei conta de que meu amigo não havia só chegado, como estava impulsionando meu assento.

- Oi Lena! - ele me cumprimentou assim que parei de balançar. - Tudo bem?

- Tudo! - respondi sorrindo. - Quero dizer... não. - falei virando o rosto.

- Por quê? Você se machucou? - me virou rápido com os olhos preocupados.

- Não..- falei me soltando gentilmente. - Deixa pra lá.- desviei o olhar.

- Olha, se for o lance de ir na sua casa, me desculpa...- ele disse se abaixando e me encarando. - Eu quero ir...Mas não posso...- falou chateado e pude ver que ele estava falando a verdade.

- Tudo bem...Não tem problema.- menti dando um sorriso nada convincente.

- Quer um sorvete? - ele perguntou tentando me animar. Assenti a cabeça um pouco mais alegre.

Depois que ele pagou os sorvetes nos sentamos em um dos bancos.

- Lena, preciso te falar uma coisa. - ele me olhou sério.

- O que é? - lambi uma gota do sorvete que corria para minha mão.

- Eu vou viajar por uns dias...- disse limpando o melado da minha mão com um guardanapo.

- Ah...- foi só o que pude dizer, criando um silêncio perturbador.

- Tenho um presente para você. Espere um minuto. - me informou e saiu correndo em direção ao carro que sempre o trazia.

Voltou com uma sacola nas mãos, retirando de dentro uma caixinha com um laço azul e entregando à mim.

Ao pegar o presente, desfiz devagar o laço para não estragá-lo e abri a tampa, encontrando uma caixinha aveludada dentro dela.

Minha Querida Jane - My Dear Jane Onde histórias criam vida. Descubra agora