Capítulo 11

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Terminei de ler a mensagem com um sorriso de orelha a orelha e já salvei o número de Rodrigo, adivinhando que fosse ele e me perguntando como ele conseguiu meu número.

- Beta. - pensei em voz alta o óbvio e penso em uma resposta.

'Oi, bom dia. Tudo sim! Passei muito bem, obrigada por perguntar. ^^ Foi tranquila a volta pra casa?  E respondendo sua pergunta: sim, por quê não? ;)' , digitei e envie, pensando se não fui muito desesperada no meu tom.

'Tenho algumas coisas para fazer hoje mas te mantenho informado quando terminar.' , acrescento e bloqueio a tela do celular.

"Isso é tão infantil...Me sentir nervosa por causa de uma mísera mensagem de texto...", penso e rio da minha reação com aquilo. 

Resolvo não deixar a ansiedade de uma resposta me dominar. Coloco o celular dentro da bolsa e vou despreocupadamente para fora do meu quarto, pego minhas chaves e saio do apartamento. 

Assim que estou fora do prédio, sinto a leve brisa que passeia pela rua e o sol acariciar meu corpo e reflito que foi uma ótima opção de roupa. O tempo está do jeito que eu gosto e isso me deixa de bom humor. 

- Bom, o que temos pra hoje? - penso em voz alta. 

Faço um checklist mental e vejo que não há muito o que se fazer hoje. Tudo o que tinha de fazer eu deveria ter feito ontem, como alguns assuntos da faculdade e do trabalho.

"Ah, é! O trabalho!" , bato palma com a lembrança e chamo atenção de um transeunte. Adiciono 'tenho que parar de ser expressiva' à lista e vou rumo ao meu local de trabalho.

Chego a biblioteca pública e vou direto para Mariana, a atendente.

- Oi, Mari. Bom dia! 

- Oi Lena! - ela desvia os olhos do computador, piscando algumas vezes - Bom dia! O que você tá fazendo aqui? 

- Hoje é Domingo, lembra? - sorrio

- Ah! Verdade. - ela ri - Dia de você pagar pelos seus pecados. - brinca 

- Não diz isso. - dou um tapa leve nela - Eu faço isso por que gosto. - digo animada.

- Contar contos para pestinhas? - indaga sarcástica - Está mais para castigo divino do que para algo relacionado ao verbo gostar. - balança a cabeça e volta para o computador, eu sorrio. 

- Já te falei para ir ao oculista, mulher! - digo quando ela pisca com força os olhos - Quer ficar cega?

- Mas é que óculos são tão antiquados. - resmunga - São horríveis!

- Não são. Basta escolher um modelo que te agrade. Eu te ajudo depois com isso.

- Vai mesmo? 

- Claro. Mas só se você for realmente ao oftalmologista. Caso contrário, eu vou te arrastar até lá.

- Que violência. - riu e retribuí o riso - Hmm... sei não. Você tá de muito bom humor hoje... - ela me olha desconfiada - O que tá rolando, hein? - sorri safada.

- Nada...- rio e disfarço - É o clima que está perfeito.

- Sei. Ok. Deixemos de papo e vamos ao que interessa. Pode ir lá se prepara para seus diabinhos. Tchau. - ela acena, me enxotando de lá - Preciso trabalhar, vai. - e mais uma vez eu rio.

Ando pela biblioteca e arrumo a parte do 'Cantinho da Leitura' e olho o relógio e vejo que faltam duas horas e meia, mais ou menos, para começar. Vou até uma das estantes e escolho um conto inicial. Pego um dos volumes de Contos Grimm e folheio as páginas. 

Minha Querida Jane - My Dear Jane Onde histórias criam vida. Descubra agora