Capítulo 15

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Helena

- Calma Rodrigo! - eu tento afastá-lo com mais força - Vamos lá para fora. Você não está muito são, anda. - o puxo para fora da cafeteria e dou uma olhada breve por cimo do ombro, Otávio estava com um sorriso irônico no rosto, me observando sair.

- Babaca, filho da puta! - Rodrigo grita com uma raiva que não consigo compreender. - Eu tinha que ter apagado ele.

- Para! Já chega! - esbravejo - Dá pra parar com esse ciúme infantil, por favor?

- Ciúme infantil? - ele desvia os olhos de Otávio, que ainda estava na cafeteria nos olhando, e dirige a atenção para mim.

- Sim! - rebato - Não há razão para você estar fazendo esse rebuliço todo!

- Você não sabe da missa a metade do que esse cara é capaz de fazer. - ele bufa.

- Realmente, não sei. Mas tudo o que fizemos até agora foi conversar como duas pessoas civilizadas. - explico - Até você chegar e fazer esse escândalo desnecessário.

- Como é? - agora ele está mesmo irritado - Ah! Desculpa então se eu estou atrapalhando a conversa de vocês. - começa.

- Não foi isso o que eu quis dizer! Não distorça as minhas palavras, Rodrigo.

- Olha só, Helena... - ele diz meu nome e sinto minha espinha se arrepiar como isso soa estranho - Eu vou te explicar quem ele é. Esse babaca é um cafajeste que adora me irritar. Conversar é tudo o que você acha que estão fazendo mas na cabeça dele, é só uma questão de tempo para te abusar de alguma forma.

- E como ele poderia me abusar? - cruzo os braços, com uma sobrancelha arqueada.

- Preciso dizer?

- Eu só acho que sei me defender muito bem. Não sou uma desmiolada como você pensa. Não sou do tipo que espera um príncipe encantado vir para me salvar. - fecho a cara.

- Quer saber? Já estou cansado de discutir com você por causa dele. - fala com a voz um pouco mais suave e tenta descruzar meus braços. - Você não vê que é justamente isso o que ele quer? Que a gente não se entenda?

Solto um longo suspiro e penso um pouco sobre isso. Talvez seja verdade. Não levo muita fé em Otávio. Ele é muito suspeito e tenho uma certeza desconfiança nele, apesar de termos nos dado bem essa manhã.

" Não importa... Eu conheço Rodrigo desde o Ensino Médio. Sem contar que, ele como irmão, sabe mais sobre Otávio do que eu, que tive contato apenas em curtos momentos desde então."

- Tá bom...- passo a mão na cabeça tentando afastar essa confusão de pensamentos - Podemos ir embora?

- Claro. - ele me dá um sorriso e consigo ver a nuvem que cobria seu rosto indo embora e dando lugar ao sol novamente.

Sigo Rodrigo pela rua e, disfarçadamente, me viro para ver se Otávio ainda estava lá. O mesmo me encarava com uma expressão misteriosa mas que considerei de um ar perigoso. Sinto Rodrigo segurar minha mão e vejo um alívio em seu rosto, o que me deixa curiosa em perguntar o que houve para ele ter ido ao meu encontrar com tanta efusividade. Decido me calar por agora, deixar a pergunta para mais tarde e me alerto sobre as reais intenções de Otávio.

- Onde vamos? - pergunto com um sorriso, acariciando a mão dele com o polegar, numa tentativa de amenizar aquele clima tenso.

- Agora vamos para o meu carro. - seu tom de voz muda e vejo que está voltando ao normal.

- E posso saber aonde o senhor vai me levar? - brinco e seguro minha mão livre em seu braço.

- Ah, isso é surpresa. - sussurra como se fosse segredo de estado, e isso me faz rir.

Minha Querida Jane - My Dear Jane Onde histórias criam vida. Descubra agora