Rodrigo- Ah, qual é cara! - exclamou Leandro.- Bôra beber!
- Não tô muito a fim não galera. - respondi. Tudo o que eu queria era deitar na cama e apagar. Estava exausto.
- Deixa de ser careta Rodrigo! - reclamou Pedro. - Você só sabe ficar capturando emoções da vida e transpassando para tela sem ao menos vivê-las. - me recriminou.
Bufei de irritação. Meus amigos ainda me sacaneavam por optar em pintar meus quadros a sair para a farra libertina deles.
- Falou bonito Pedro! - Leandro deu um soco no braço dele. - Agora para de viadice e vamos Rodrigo. - falou me empurrando para fora do meu apartamento . - Anda, anda , anda.
- Tá bom. - me rendi, os dois sorrindo vitoriosos e orgulhosos com seu poder de persuasão. Estava mais para insistência desenfreada.
"São meus amigos mas às vezes são chatos pra caralho", revirei os olhos.
- Sei que se eu não aceitasse, vocês iriam choramingar e me encher o saco a noite toda até topar. - apertei o botão para chamar o elevador.
- Lógico! - responderam em uníssono.
Descemos e entramos no carro de Leandro, eu atrás e Pedro no carona.
Durante o trajeto a conversa fluía descontraidamente e não tardou a entrarem no papo de mulheres.
- Aí - Pedro chamou a atenção. - Flávio me mandou uma mensagem dizendo que está chovendo gatinhas de primeira por lá. - disse energizado.
- Vamos apostar quem pega mais? - sugeriu Leandro.- Mas tem que ser gata! Não vale qualquer uma.- estipulou.
- Tô dentro. Vou sair no lucro mesmo. - Pedro deu de ombros.
Fiquei em silêncio, o que, obviamente, fez os dois olharem para mim esperando uma resposta.
- Eu passo.
- Tô falando que essa porra é viado...- falou Leandro rindo.
- Vem cá - começou Pedro com um olhar intrigado. - Quando você faz desenhos anatômicos, em especial quando seu modelo é uma mulher nua, você não fica de PD*, não?
Com uma pergunta tão ridícula como essa, não resisti e comecei a rir.
- Puta que pariu, você é muito escroto! - falei. - Seu pervertido.
- Tomaremos sua mudança de alvo da perversão como prova de que o pervertido aqui é você. Afinal, quem não responde consente.
- É quem cala consente anta! - ri dando um tapa na cabeça dele.
- Tudo a mesma merda. - se desculpou.
- Vocês veem sacanagem em tudo. - sacudi a cabeça, os dois rindo.
Depois de alguns minutos chegamos à taberna e fomos até a mesa onde Flávio nos esperava, que por sinal já estava flertando com uma garçonete.
- Mas já? - exclamamos.
- Rapidinho você , hein? - disseram os outros dois.
Ao ouvir aquilo, a garçonete se sentiu incomodada, se retirando fazendo uma expressão estranha.
- Porra! Qual é! - esbravejou Flávio. - Quê isso? Vocês são empata foda agora? - disse jogando os braços pra cima indignado.
Apenas rimos da cara dele e sentamos em seguida.
Ficamos conversando até os rapazes começarem o jogo de "quem pega mais".
- Que tal deixarmos isso mais interessante. - ensaiou Flávio. - Se alguém levar alguma pra casa, o restante terá que fazer um racha e pagar a conta na próxima.
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Minha Querida Jane - My Dear Jane
RomanceHelena é uma mulher apaixonada por livros, em especial por clássicos. Conduzida pelo amor à leitura, ela resolve fazer faculdade de Literatura, indo contra todos os planos que sua mãe a havia reservado. Sua admiração pela escritora Jane Austen...