- Tratou-se da Fase Um. - Disse ele recebendo olhares furiosos para onde quer que olhasse - e ainda nos encontramos perigosamente longe do resultado pretendido portanto vamos ter de subir a parada. Chegou o momento de iniciar a Fase Dois.
____________- Fase Dois. As Provas de Fogo. Começa oficialmente amanhã, às seis da madrugada. Vocês irão entrar nesta sala e, na parede atrás de mim, verão um Trans Plano. Aos vossos olhos o Trans Plano vai parecer uma parede de matéria tremeluzente. Todos vocês deverão atravessá-la no espaço de cinco minutos. Portanto, recapitulando: abre às seis da manhã e fecha cinco minutos depois. Entendido?
Todas na sala assentiram com a cabeça tendo-se ouvido alguns sins e grunhidos abafados.
- Ótimo. - o Homem-Rato pegou numa folha de papel e virou-a - Assim que atingirem a superfície sigam para norte cerca de 160 km. Alcancem o refúgio no espaço de duas semanas e terão completado a Fase Dois. Nessa altura, e somente nessa altura, estarão curados do Fulgor. São precisamente duas semanas, que começam a contar assim que atravessarem o Trans. Se falharem acabarão por morrer.
Joana olhou em volta. Muitas pareciam assustadas outras simplesmente concentradas em memorizar todas as palavras que saiam da boca do Homem Rato.
Ao ver que ninguém reagia o Homem sorriu.
- Ainda bem que nos entendemos. E não pensem que se escapam às Provas ao decidirem simplesmente não passar pelo Trans Plano. Quem ficar morre. Não queiram descobrir como.
O Homem ia a virar-se para sair quando se pareceu lembrar de algo.
- Mais uma coisa. - Disse ele levantando o dedo em sinal de aviso - Num certo momento encontraram o grupo A. E que fique claro que para chegarem ao refúgio precisam de matar o líder desse grupo.
Disse-o como se as estivesse a lembrar de não se esquecerem de por o pão na lista das compras o que tornava tudo ainda mais preocupante é sinistro.
Aquelas palavras pareceram tirar a voz a todas, exceto a Ana como é óbvio.
- Então mas como assim? Isto não faz sentido! - Disse ela com voz esganiçada.
Joana viu pelo canto do olho Vi a bater com o cotovelo em Ana.
Sem mais nenhuma palavra o Homem-Rato virou-se, a imagem tremeluziu, avançou em direção à parede e desapareceu deixando-as a todas em silêncio especadas.
- Vamos resolver já este assunto. Quem fica? - Ana disse com uma expressão aparentemente desinteressada.
Ninguém levantou a mão e Joana começou a sentir-se mais confiante.
- Ótimo. - começou por dizer Vi - Então sugiro que comecemos por traçar um plano.
Ninguém apresentou qualquer objeção. Mantiveram-se todas em silêncio como que hipnotizadas. Pelo que Vi continuou:
- Pelo que percebi da conversa dele, começa-mos debaixo de terra, provavelmente em túneis escuros. No caminho para cá vimos como eram as coisas lá fora, é deserto, sem água e sem proteção e não me parece que sobrevivamos muito tempo... Mesmo que levemos coisas daqui, que é o que vamos fazer, parece-me sensato permanecer nos túneis o mais que pudermos.
- Mas assim perdemos mais tempo! - guinchou uma rapariga a dois lugares Teresa.
- Acho que percebi o que ela quis dizer. - começou Harriet - E parece-me boa ideia. Ela quer dizer que se houver a oportunidade de continuar pelos túneis e não pela superfície a devemos aproveitar. É isso, não é?
- É.
- Concordo. - anuiu Joana prontamente mas na sua cabeção só havia lugar para uma coisa. Os amigos. Onde estariam eles? Teria o Homem Rato dado a mesma palestra ao grupo deles? Estariam em perigo? A última pergunta fez o coração de Joana dar um pulo. Não eles estão bem. Disse uma voz na sua cabeça. Precisava de se concentrar naquilo que as aguardava amanhã e não no paradeiro dos outros. Isso iria descobrir em breve, mas para isso seria necessário sobreviver até lá.
Teresa parecia tensa ao lado dela mas mais uma vez Joana decidiu ignorar o comportamento da amiga.
Em apenas 15 minutos (o que era considerado por Vi um tempo recorde) conseguiram organizar-se devidamente. Iriam guardar a comida em lençóis com os quais se poderiam cobrir do sol quando atingissem a superfície. Levariam água em sacos de comida já vazios e tentariam improvisar armas para se protegerem das pessoas infetadas pois não sabiam se as iriam encontrar.
Passados cinco minutos chegaram à conclusão de que não tinham materiais com que trabalhar. Depois de 10 tentativas de arrancar a perna de uma das mesas da cantina as esperanças desvaneceram-se e agarraram-se com toda a força à ideia de que iriam encontrar armas no caminho.
Há noite, estava todas elas reunidas na cantina quando o comportamento de Teresa se tornou demasiado óbvio e Joana não resistiu mais.
- Teresa o que é que se passa?
A rapariga suspirou mas não respondeu logo. Baixou o olhar para o chão e só depois olhou para a amiga.
- É o Thomas... - estas três palavras fizeram Joana sentir-se estúpida ao pensar que seria algo de preocupante.
- Tens saudades? Eu também tenho mas não há nada que possamos fazer... Pelo menos por enquan/
- Não é isso... - Interrompeu ela.
- Então? Deuses o que é que tu sabes que eu não sei...? - Perguntou Joana num misto de intriga e divertimento.
A rapariga voltou a suspirar.
- Eu preciso de falar com ele... Achas que...? Quer dizer se houver oportunidade...?
- Desembucha! - incentivou Joana.
- ... de o ver? - Terminou ela. - Podias falar com elas? - Pediu Teresa apontando para trás de si para uma mesa onde Vi, Ana e Harriet se encontravam emersas em planos para o dia seguinte com Ana a dar pontapés discretos na perna da mesa como última tentativa.
- Se surgir oportunidade... Para falar com ele... Preciso de falar com ele... Tenho quase a certeza de que é ele o líder.
Joana refletiu antes de responder.
- Se surgir a oportunidade não vejo porque não. - um sorriso tímido aflorou no rosto da amiga o que fez com que Joana sorrisse também.
- Obrigada.
- Ahhh Não tem problema vamos mas é dormir.
Seguiram as duas em direção ao dormitório aconchegando-se no meio dos lençóis que, agora que estavam bem alimentadas e mais bem dispostas, pareciam ser os mais confortáveis do mundo.
Mesmo com todo o cansaço e a necessidade de dormir Joana viu-se com dificuldade. Ouviu as outras raparigas entrarem ainda no meio de conversas que demoravam a cessar.
Mal fechou os olhos viu Newt e abriu-os de imediato. Fechou-os outra vez e viu Chuck, mas não os abriu com a mesma rapidez. Aproveitou a última olhadela a todos os pormenores do amigo e abriu os olhos, fechou-os uma última vez e quase desejou ver Newt. Tá calada Joana. Ordenou-se a si própria antes de cair num sono profundo assombrado por pesadelos.
Estou de volta! Desculpem a espera! Foi tempo a mais mas estou de volta!
Já agora deviam ir ver as histórias da minha amiga IronyOfFate
Espero que ainda estejam interessados na história. Mais uma vez as minhas desculpas pela demora...
Até ao próximo capítulo! :)
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Provas de confiança
FanfictionLivro 2 Sequela de "No lugar errado" Maze Runner Fanfiction "Não há nada pior do que o labirinto..." Pensou Joana. Mal ela sabia que o pior ainda estava para vir. Pois na terra queimada as coisas vão mudar... Já não se sabe em quem se pode confiar...