Capítulo 7 - O labirinto subterrâneo [Parte 1]

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Depois de regressarem ao caminho original as quatro estavam bastante mais calmas e confiantes, embora essa sensação não tivesse durado mais que meia hora pois deram de caras com um beco sem saída.

- Oh pá... - deixou escapar Joana.

- E agora? - perguntou Susan.

- Dava para virar à esquerda à uns 5 minutos atrás... - Informou Vi.

Ana pensou durante uns segundos e depois soltou um suspiro.

- Parece que vai ter de ser...

Voltaram para trás e viraram para outro corredor tentando seguir paralelamente ao anterior mas não demorou até voltarem a dar com um beco sem saída.

- Se calhar os túneis não continuam daqui para a frente. - sugeriu Vi.

- Venham vamos tentar outro corredor.

O processo repetiu-se mais uma vez até que acabaram eventualmente por perder o norte.

- Estamos feitas... - disse Vi.

- Não, não estamos. - insistiu Ana pela milésima vez naqueles 5 minutos em que tinham estado perdidas num emaranhado de corredores muito mais curtos e baixos que os outros, cheios de bifurcações que nunca mais pareciam acabar.

- Vem comigo...

- O quê? - perguntou Joana virando-se para as outras.

- O quê o quê? - perguntou Vi.

- Não disseram nada? - perguntou Joana confusa.

- Não... - respondeu Ana desconfiada.

- Então mas não ouviram nada? - insistiu Joana.

- Ouvir o quê? O que ouviste? - Perguntou Susan aproximando-se dela com o cabelo loiro já todo caído do rabo de cavalo.

- Uma voz... - observou o túnel à sua frente. - Veio... bem... agora que penso nisso não sei de onde veio. Só... ouvi.

- Só espero que não sejam aqueles Crankos outra vez... - Disse Susan com medo.

- Vamos andando não devemos ficar muito tempo paradas. - declarou Vi e com isso continuaram a andar.

As outras poderiam não ter dado muita importância mas o assunto preocupava-a. De quem seria a voz? Haveria mesmo uma voz? Teria sido só imaginação por ter estado tanto tempo nos túneis? Estaria a enlouquecer? Teria apanhado o Fulgor?

Não sabia, mas forçou-se a esquecer o assunto até que 10 minutos depois ela voltou...

- Estou aqui....

Desta vez parecia um sussurro enquanto que da primeira tinha sido alto e bem perceptível.

Vinha do túnel à sua direita. Virou abruptamente querendo ao máximo descobrir o/a dono/a da voz, mas o corredor estava vazio.

Voltou-se para trás para não ver mais que um corredor vazio. As outras haviam desaparecido.

- Oh bolas... MALTA? - gritou desesperada. - MALTA?! - Joana não suportava a ideia de ficar sozinha naquele labirinto subterrâneo. Se havia coisa que odiava era estar debaixo de terra e o facto de estar sozinha só piorava a situação.

- JOANA? - ecoou a voz de Vi vinda da sua direita.

- VI! - Ouviu-se a da Susan vinda de algures atrás de si. - Onde estão?

- Não sei... - admitiu Joana.

- VI! JOANA! - Berrou Ana.

- ANA! - Gritaram as duas ao mesmo tempo.

Joana tentou seguir as vozes das amigas correndo de corredor em corredor sem parar.

- AQUI! - gritavam as três alternadamente enchendo os antes silenciosos túneis com o barulho de passos e gritos.

De repente as duas amigas calaram-se.

- MALTA? ANA! VI!? - Chamou Joana correndo o mais rápido que conseguia na direção de onde tinha ouvido as suas vozes pela última vez.

Os túneis ficaram mais altos e mais cumpridos à medida que corria.

Correu e correu quase caindo uma ou outra vez no completo desespero, procurava qualquer coisa, um som ou um vislumbre do caminho certo a seguir. Qualquer possibilidade ou impossibilidade lhe agradava.

Por fim numa curva viu-as as duas paradas.

- JOANA! - Gritaram em uníssono.

- Estávamos tão preocupadas! - disse Vi enquanto as duas corriam em direção a Joana.

- É melhor sairmos daqui. Fizemos muito barulho. Já não deve demorar muito até sermos encontradas... - apressou-se Ana a acrescentar.

Joana assentiu ainda a tentar recuperar o fôlego. Começaram a andar mas uma pensamento atingiu Joana:

- A Susan? - As outras duas viraram-se para ela confusas.

- Quem?

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