Os 3 demoraram poucos minutos a atravessar a planície. Minho havia-se afastado do grupo e mantinha-se pregado ao chão de braços cruzados e olhos fixos em Aris, Thomas e Teresa.
- Estava a ver que vocês lesmas nunca mais apareciam! - gritou com um sorriso afetado.
Thomas parou para recuperar o fôlego antes de responder:
- Admira-me não estarem engalfinhados com as raparigas depois do que elas nos fizeram. Pelo menos o que me fizeram a mim.
Minho olhou para o grupo misto atrás dele e voltou o olhar para Thomas:
- Bem, em primeiro lugar, elas têm armas melhores, para não falar nos arcos e flechas. Além do mais, uma tipa chamada Harriet explicou-nos tudo. Nós é que devíamos estar surpreendidos por ainda estares com eles. - Ele lançou um olhar ameaçador a Teresa e depois a Aris. - Nunca confiei em nenhum destes traidores da traca.
- Eles estão do mesmo lado que nós. Acredita em mim.
Minho deu uma gargalhada de desdém o que chamou à atenção de Joana que, metros mais à frente, se encontrava perdida nos seus pensamentos.
- Calculava que dissesses algo do género. Deixa-me adivinhar: é uma história muito comprida?
- Sim muito comprida mesmo. - respondeu Thomas que decidiu não elaborar mais a sua resposta - Porque é que pararam aqui? Para onde é que estão todos a olhar?
Minho fez um gesto de passagem com a mão chegando-se para o lado:
- Vai lá ver. - em seguida gritou para os dois grupos - Abram alas!
Olharam todos para trás e foram-se afastando lentamente para os lados deixando os recém chegados apreciarem o bendito "Refúgio".
Após uns momentos de silêncio Thomas olhou para o relógio e falou alarmado:
- Ainda temos mais de uma hora. O nosso refúgio é um pau espetado no chão?
- Se pensarmos bem, não foi assim tão mau - respondeu Minho - Mais de metade de nós conseguiu chegar até aqui. No grupo das raparigas, mais do que isso até.
Uma onda de tristeza apoderou-se de Joana que baixou a cabeça, sem reparar, fitando o chão. Um lençol de lágrimas desfocou-lhe a vista e o calor de uma mão no ombro deu-lhe conforto. Não chorou. Por pouco.
Que porcaria. Pensou. E era mesmo.- O Fulgor já te apanhou a mioleira?! - disse Thomas consumido pela raiva- Sim, é verdade, chegámos cá. Sãos e salvos. Só que chegamos a um pau.
Ana disfarçou uma gargalhada com tosse mas Minho nem se deu a esse trabalho rindo alto e bom som:
- Ó meu, não nos mandavam para aqui para nada. Conseguimos cumprir o tempo estipulado por eles. Agora só temos de esperar que chegue a hora exata, para vermos o que acontece.
- É exatamente isso que me preocupa.
Joana já não queria ouvir mais, por isso afastou-se. Sentia-se desconfortável ali parada com o sol a queimar-lhe a pele, a paisagem de tons alaranjados já lhe fazia doer a cabeça por cima dos olhos e para piorar ainda a situação o seu ombro tinha voltado a doer ao mais pequeno movimento. Precisava de se distrair, uma grande vontade de andar até ao horizonte pela planície fora apoderou-se dela ou até voltar à sombra das montanhas mas o súbito aparecimento de vento fê-la arrefecer as ideas.
Vi continuava imersa na conversa de Minho e Ana, que tinha já antecipado a decisão da amiga, sugeria irem à procura de Brenda:
- Preocupa-me ela ter estado tão calada este tempo todo...
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Provas de confiança
FanfictionLivro 2 Sequela de "No lugar errado" Maze Runner Fanfiction "Não há nada pior do que o labirinto..." Pensou Joana. Mal ela sabia que o pior ainda estava para vir. Pois na terra queimada as coisas vão mudar... Já não se sabe em quem se pode confiar...