Provas de confiança

Capítulo 27 - O início do "fim"

Joana POV

A Vi encontra-se apenas uns metros mais à frente a falar com Minho. Eu e a Ana aceleramos na direção deles.

Nuvens cobriam o céu e conseguia-se ver relâmpagos ao longe. É uma visão linda mas ao mesmo tempo aterradora. E se rebentar uma tempestade connosco aqui?

- Oi, tudo bem? - Disse sentando-me no chão ao lado da Vi.

- Oi...

- Que se passa? - Perguntei.

- Nada. - Disse Minho levantando-se e afastando-se. Observei-o de sobrolho franzido. Mas que raio... olhei para a Vi que nem a encolher os ombros se limitou. Ana também não reagiu. - Vi? Que raio disseste aquele chanco para ele ficar assim?

Vi encolheu os ombros.

- Acho que estou a ficar pírulas.

- Não digas isso por favor. - Disse lembrando-me do discurso de Brenda.

Vi levantou-se e limpou a areia das calças. - Vou falar com a Harriet ver se ela tem água.

E com isto afastou-se também.

- Estranho...

O horizonte, agora laranja escuro, faz-me lembrar uma pintura. Mas onde é que eu já vi pinturas? Terei ido a um museu com os meus pais? Terei visto apenas fotografias? Será que neste preciso local já esteve um museu? A possibilidade de estar nas ruínas de um antigo museu de história natural faz-me sorrir. Os esqueletos dos dinossauros foram finalmente devolvidos à terra... a não ser que tenham sido destruídos de vez. Se calhar foram roubados. Mas quem roubaria? E mesmo que o fizesse não levaria só um. Mas também andar a roubar ossos à parva para quê? Vender?
Ei, queres um osso de um pterodactyl?
Ya passa aí mano.
Só que não.
Estou com fome. Mas alguém nos vem buscar ou não? Tenho saudades da pizza, do chocolate... de bolo. De viver.

- JOANA!

- Ham?

- Não é hora para crises existenciais. Embora ainda haja tempo para uma. - Disse Ana consultando o relógio.

Consultei o meu próprio relógio. Faltam 50 minutos para o fim do prazo.

- Trouxe água! - Disse Vi abanando a garrafa na mão.

Só agora me apercebi da sede que tenho. Estendi a mão e ela passou-me a garrafa. Garrafa que encontrámos nos túneis. Só de pensar na confusão que foi quando nos perdemos... havia algo de errado... há algo de errado só não sei bem...

- CUIDADO! - gritou Ana mas era tarde de mais. A garrafa estava entornada.

Vi levou as mãos à cara. Ana soltou um grunhido animalesco. Minho que ia a passar fez um olhar desiludido embora eu soubesse que lhe apetecia soltar uma gargalhada sarcástica e mandar um comentário depressivo.

- Joana pá... a mioleira já não é o que era, pois não?

- Desculpem. Foi sem/

- Como líder do grupo declaro que estás de castigo.

- O quê? - Disse incrédula. O chanco só pode estar a gozar. - A tua mioleira é que já não é o que era, estás parvo?

- Vai te sentar ao pé do pau e pensa no que fizeste. - disse ele semi-serrando os olhos e apontando de leve para o "Refúgio". Olhei de soslaio para o pau e depois para Minho.

- Estás passado?

- Ah! Shiu. Pau. Já. Senta. Reflete. - levantei-me e sentei-me ao lado do estupido pau. - Linda Menina. - terminou o "líder".