Capítulo 2

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Jackie saiu cedo de casa. Tinha um projeto para ser entregue na capital. Acabei passando a manhã toda em casa.

Peguei algumas folhas e fiz alguns rabiscos. Nos últimos meses tinha descoberto um talento aparentemente nato. Observando a pequena, mas bela paisagem do quintal. O lápis percorre todo o papel, enquanto surge a forma da enorme macieira.

Olho para o relógio de pulso — 15h30min — decido ir comprar os ingrediente necessários para fazer o prato favorito de Hank. Ele merecia, havia quase seis meses que não o via.

Saio e tranco a porta da frente. Como Jackie levara o carro, o jeito era ir a pé.

O supermercado ficava a cerca de 5 quarteirões de casa.

Durante o caminho percebi o quanto aquela cidade era bonita. Muito arborizada, cheia de famílias, com seus cachorros enormes que passeiam educadamente pelo parque, enquanto as esposas fofocam no banco e suas crianças brincam na grama.

Passo em frente à biblioteca, que apesar de ser de uma cidade considerada um tanto que pequena, era grande e cheia de conteúdo.

Apressando o passo, logo chego ao supermercado.

Pego algumas frutas e verduras para fazer uma salada. Desde o dia em que Hank começou a namorar Melissa, uma garota que ele conhecera aqui quando nos mudamos, ele ficara fascinado por comida saudável, e tudo porque Melissa era vegetariana.

Segui para a sessão de frios e peguei um peixe grande.

Fui para a sessão de doces e escolhi o preferido dele; de banana.

Ao pegar a lata de doce e virar-me para seguir para o caixa, vejo um homem parado olhando fixamente para no final do corredor. Seu olhar era fixo e familiar. Senti um frio percorrer meu corpo. Um medo iminente daquele desconhecido.

Paro por um momento e o observo. Ele começa a vir em minha direção lentamente. Minha única reação era andar para trás. Comecei a me movimentar lentamente, mas o homem apressou o passo em minha direção. Virei para correr, mas acabei esbarrando em alguém.

— Opa! — diz o homem enquanto me segura pelos cotovelos.

— Desculpa — olho para onde o homem estava, mas não o vejo.

— Está tudo bem? — pergunta enquanto me ajuda a levantar.

— Estou, obrigada.

Ajeito-me e apanho a cesta que havia deixado cair no chão.

— Espera. Eu conheço você! — olho para o homem alto, de cabelos loiros e olhos azuis penetrantes.

— O que? — retruco receosa.

— Você é a moça que se mudou há quase dois anos para onde moro. Você e seu marido.

Olhei-o atentamente. Tentava lembrar, de onde o conhecia.

— Talvez você não se lembre de mim — disse ajudando-me a recolher as coisas — assim que você e seu marido se mudaram, eu estava chegando de viagem. Moro do outro lado da rua. Você não me vê muito, porque estou sempre viajando. Sou historiador.

— Realmente, não me lembro de você...

Recolhi minhas coisas e segui para o caixa.

Sai do supermercado tentando entender o que de fato havia acontecido.

Antes de chegar ao meio do quarteirão, meu celular toca.

A Batalha CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora