Durante a caminhada, Norman falou que tem um filho chamado Joe, e que é o orgulho da família por estar cursando Direito.
— Apenas o Joe de filho?
— Sim.
— Desculpa a pergunta, mas você é divorciado?
— Não. Não cheguei a casar com a mãe de Joe. Tínhamos ideais diferentes, poucas coisas em comum e o principal; não nos amávamos.
— Passaram muito tempo juntos?
— Não. Depois do nascimento do Joe, ela foi embora. Anos depois, ela me enviou uma carta dizendo que havia se casado com um homem muito rico e que se eu quisesse, podíamos nos encontrar. Ela dizia que estava infeliz e sentia minha falta.
— O que você fez?
— Rasguei a carta e deixei Joe pensar que a mãe dele havia morrido quando ele ainda era criança.
— Ele nunca descobriu a verdade?
— Não. E nunca irá. A mãe dele morreu há alguns meses num acidente de carro. Apenas eu e ela sabíamos que Joe era nosso filho. Meus pais nunca souberam que nós tivemos um filho. E os pais dela muito menos.
Observo-o por um momento, e vejo que Norman era um homem solitário.
Tinha apenas um filho e o mesmo nem morava com ele.
— E você? Me fala mais sobre sua vida, sobre seu noivo...
— Ah... Ele esta viajando para apresentar um projeto que será financiado pela empresa, se for aceito pelos sócios — foi a melhor mentira que veio a mente.
— Ele parece ser um bom rapaz... Vocês se dão bem?
— Sim.
— Não deve ser fácil ficar longe dele. Meu filho só me visita algumas vezes por ano e é terrível quando ele diz que tem de ir embora.
Tento conter as lágrimas.
Como eu queria que Jackie estivesse apenas viajando.
— Já tem data marcada para o casamento?
— Ainda não, mas quando ele voltar esse será o primeiro assunto que iremos tratar — tinha esperanças de que tudo iria voltar ao normal e de que Jackie e eu poderíamos nos acertar de uma vez por todas.
— Então, esses seus amigos são de onde?
— Roma.
— Vieram apenas pela diversão ou á negócios?
— As duas coisas.
Caminhamos um pouco em silêncio.
— Quer fazer trilha? Há uma trilha no bosque que dá pra ir com esses seus tênis.
— Pode ser.
Entramos no bosque e pegamos uma trilha não muito estreita que possibilitava que andássemos um do lado do outro.
— Não quero parecer intrometido, mas há uns dois dias, ouvi gritos vindos da sua casa... — Norman olha-me curioso — pensei em chamar a polícia, mas logo parou.
— Eram os rapazes brincando — tentei disfarçar, mas acho que não convenceu.
— Tem certeza? Parecia ser você pedindo socorro.
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A Batalha Celestial
AdventureÉ verdade que o passado ficou para trás, mas isso não quer dizer que ele não possa voltar á nos atormentar. Susan se ver com sua vida tranquila novamente, mas o que ela nem desconfia; é que enquanto ela vive tranquilamente ao lado de Jackie, seu in...