— Como conseguiu trazer o carro de volta pra cá? — pergunto enquanto me aproximo da Mercedes.
— A seguradora.
Will havia mudado muito. Primeiro o fato de ter uma casa decente, agora falando em seguradora de carro.
Entro no carro e passo o cinto.
Will permanecera calado durante boa parte da viagem.
— Vocês disseram que passei dez dias sumida... — Will olha-me rapidamente — como isso é possível?
— Você deve ter passado dias vagando inconsciente e acordou apenas quando caiu naquele lugar.
— Mas porque lá? E porque minha outra versão não estava lá?
Will para e pensa.
— Porque você foi antes da sua outra versão aparecer. Quanto a parar exatamente ali, não sei. Talvez a energia emitida por Ozius tenha acabado e ai você ficou por ali.
— Porque você não se lembrava de mim?
Will olha-me sem jeito.
— Sua versão daquela época era muito diferente das outras. A cada época você muda um pouco.
— Mas estou bastante parecida com aquele quadro — rebato.
— Sim, mas seu espírito sente a necessidade de se renovar para se proteger. Naquela época você era bem mais morena, cabelos muito longos e encaracolados.
Vejo um brilho em seu olhar.
— Onde foi parar aquela sua versão? Inocente, doce...
Ele ri.
— Essa parte de mim sempre esteve aqui. Você que nunca percebeu. Sempre preferiu olhar para meu pior lado.
Sinto-me incomodada com suas palavras, mas analisando cada situação pelo qual passamos, ele tinha razão.
— Chegamos.
Ao descer do carro, sinto um embrulho no estômago.
Entramos e paramos na recepção para receber um crachá de visitantes.
Andamos alguns corredores até encontrar Glenn.
— Oi Susan. Fico feliz por saber que está bem... — cumprimenta Glenn.
— Obrigada...
Passo por ele a abro a porta. Will vem logo atrás de mim.
— Quero ficar sozinha... — barro Will.
Ele olha-me por alguns instantes.
— Claro... — assente.
Entro e fecho a porta.
A primeira coisa que noto são os vários fios ligados ao corpo de Jackie.
Aproximo-me um pouco mais e percebo a gravidade da situação. Sua cabeça estava quase toda enfaixada. Em sua boca tinha um tubo de respiração. Sua pele estava vermelha como se tivesse sido aquecida.
Pego sua mão e aperto firmemente.
— Jackie... — sussurro — sou eu meu amor...
Sinto lágrimas caírem. Lágrimas de tristeza, de decepção por ter deixado que isso acontecesse a ele. Sentia uma enorme culpa em meu coração, pois se eu não tivesse caído na armadilha de Norman e não tivesse ido a sua casa, Ozius não teria tentado me levar com ele, e consequentemente não teria sumido, e muito menos causado desespero em Will, que fora atrás de mim no covil de Ozius e acabou por atingir Jackie.
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A Batalha Celestial
AventuraÉ verdade que o passado ficou para trás, mas isso não quer dizer que ele não possa voltar á nos atormentar. Susan se ver com sua vida tranquila novamente, mas o que ela nem desconfia; é que enquanto ela vive tranquilamente ao lado de Jackie, seu in...