Capítulo 21

81 11 2
                                    

Passara quase três horas desde que saímos de Mônaco.

— Está com fome? — Iran oferece um pacote de salgadinhos. Recuso.

Olho para o celular — 19hr48min.

Sentia meu coração apertado. Sentia saudades de Jackie. Queria saber se ele estava bem.

Sentia raiva de Will. Sentia remorso de ter aberto a porta para ele e ter deixado que ele invadisse novamente minha vida.

— Em que está pensando? — Iran interrompe meus pensamentos.

— Em Jackie.

Passam-se alguns segundos até ele continuar.

— Gosta muito dele?

— Muito. Ele é extremamente importante para mim. Depois da morte de meus pais e de minha avó, só me restou ele e Hank. Antes mesmo de tudo acontecer, ele sempre esteve ao meu lado. Sempre me apoiou me ajudou me amou... — nesse momento percebo o quanto Jackie sempre esteve presente, até mesmo quando dei um fora nele por conta de Will. Até mesmo quando o deixei chorando enquanto ele dizia me amar; e eu simplesmente batia a porta em sua cara, para correr para os braços de outro homem.

Iran olha-me rapidamente.

— Não sei o que será de mim se algo o acontecer...

— Nada vai acontecer á ele ou a você. Não pense no pior.

— Eu sei, mas o que garante que Ozius não irá machucá-lo ou fazer algo pior? Ele não tem nada a perder. Já eu...

— Benicio e eu faremos o possível e o impossível para salvá-lo. Confie em mim. Dou-lhe a minha palavra.

— Obrigada.

Recosto minha cabeça no banco.

— Depois pego o volante — digo — você precisa descansar.

Iran sorri.

Após algumas placas sinalizando que as estradas estavam em obra, Iran passou para o banco do passageiro e eu assumi o volante.

Segui em velocidade constante.

Não fazia ideia do quão maravilhoso era viajar a noite. Tão calmo e tão belo. A paisagem se torna ainda mais bela.

Aumentei a velocidade para 100 KM/h.

Sorria para a imensa escuridão. Sentia-me livre.

Reduzi quando me deparei com uma curva.

Tornei a aumentar a velocidade logo que retornei a linha reta da estrada.

Olhei para Iran que dormia calmamente.

Olho para a estrada e avisto um algo próximo demais para frear o carro e não atingi-lo.

Giro o volante o mais rápido possível.

O carro capota algumas vezes até parar.

Tusso um pouco e olho para Iran que permanece desacordado.

— Iran — tento soltar seu cinto, mas estando de cabeça para baixo ficava mais difícil.

Tento soltar o meu e consigo.

Arrasto-me para fora do carro e olho em direção ao ponto em que começamos a capotar. Vejo alguém em pé. Parecia olhar diretamente para nós.

A Batalha CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora