Capítulo 41

65 10 1
                                    

Passamos o resto do dia revisando o plano para pegarmos Ozius.

No fim da tarde, sentia-me afadigada. Eram muitos olhares sobre mim, principalmente pelo fato de eu servir como isca.

— Entendeu Susan? — Era a terceira vez que Will perguntava — caso o plano saia fora de controle, devemos abortar.

— Entendi.

— Os demais já sabem o que fazer, Ozius não estará sozinho, então Florença e Luanda devem ficar acompanhadas por um dos meninos — instruía Benicio.

Todos consentiam.

— Zayda ficará a postos para pegá-lo — diz Iran — Benicio agirá logo depois que ela o pegar.

— E caso ele não venha até nós? — Pergunta uma moça jovem de cabelos compridos e rosto oval que devia ter no máximo 18 anos.

— Não há essa possibilidade — Responde Will — temos o que ele mais quer — Will olha-me rapidamente e percebe minha expressão de desconforto diante de suas palavras — ele quer Susan e ele virá atrás dela a qualquer custo.

Sabia que tinha de enfrentar Ozius, mas minha mente ainda estava presa a Jackie.

— Vocês podem me dar licença? — Todos olham para mim.

— Você está bem? — Indaga Hank preocupado.

— Estou cansada...

Benicio consente e eu volto para meu quarto.

Observo o armário aberto e vejo as roupas de Jackie. Não suportaria ter qualquer lembrança sua, doía demais. Amava Jackie, mas como um irmão, mas não conseguia entender o motivo de não aceitar que ele jamais voltaria a me dizer que me amava, que jamais tornaria a me abraçar novamente.

— Susan — ouço Hank me chamar.

Desço e sinto meu coração bater acelerado.

— Jackie?

Aproximo-me da porta.

— Desculpe incomodar, mas é que minha mãe disse que ainda ficaram algumas coisas minhas aqui...

— Sim. Tem muitas roupas suas aqui — permaneço alguns segundos observando a expressão envergonhada de Jackie.

— Entra — Diz Hank tirando-me do transe.

— Vou lá em cima arrumar e já trago — digo.

Subo e jogo as roupas numa caixa.

Vejo em cima da cômoda um relógio e algumas gravatas.

Olho atentamente para ver se não estava esquecendo alguma coisa.

— Está tudo aí — Digo entregando-lhe a caixa.

— Obrigado.

Olho para Hank e vejo a tristeza em seu olhar.

— Bem, já vou indo. Perdemos o voou mais cedo, pois precisava pegar o restante de minhas coisas.

— Então é isso?

— Desculpa, isso o que?

— Você vai embora fingindo que não lembra de mim?

Jackie parecia desconfortável.

— Do Hank você se lembrou...

— Não faço ideia de quem seja Hank.

— Susan... — Hank pega em meu braço.

— Não, eu não aceito. Corri riscos por você, quase morri por você. Quer dizer que foi tudo em vão?

A Batalha CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora