Desembarcamos em Cusco por volta das 18h50min.
— Caramba, cansei de passar tanto tempo sentada — digo e Will sorri para mim.
— Precisamos alugar um carro — diz ele indicando um balcão.
— Buenas noches — cumprimenta um rapaz no balcão.
— Necesitamos um coche — diz Will para o rapaz.
— Un momento, por favor — responde o rapaz.
Desde quando fala espanhol? — pergunto.
— Desde sempre — responde sorrindo.
— E porque eu não sabia?
— Porque nunca me perguntou quais línguas eu sei falar.
— Lo sentimos pero no tenemos coches para ser alquiladas em La actualidade. Habrá que esperar hasta mañana.
— Teremos de esperar até amanhã — diz Will.
Decidimos pegamos um táxi e seguimos para o centro.
Depois de quarenta minutos, chegamos a porta do que parecia ser um albergue.
— Avisarei que chegamos — digo e Will se aproxima do balcão.
— Iran?
— Não, é David. Ele saiu e deixou o celular.
— Estou ligando para avisar que chegamos a Cusco.
— Espera um instante, ele acabou de chegar — espero alguns instantes — é Susan — ouço David dizer.
— Susan?
— Oi Iran. Chegamos a Cusco há pouco tempo. Tentamos alugar um carro, mas não conseguimos, talvez por conta do horário. Teremos de esperar até amanhã.
— Onde vocês estão?
— Estamos num albergue.
— Albergue? — indaga curioso.
— Sim. Precisamos descansar. A viagem não foi das melhores.
— E acha isso uma boa ideia?
— Como assim?
— Você e Will dormindo no mesmo quarto...
— Não vamos dormir no mesmo quarto; ele ficará em um e eu em outro — olho para Will e vejo-o segurando apenas uma chave.
Ouço a respiração de Iran.
— Teve mais alguma notícia de Jackie?
— Ele pediu que o hospital comunicasse a mãe dele.
— Mas ela não pode vê-lo assim.
— Não pudemos intervir, ele deu endereço e telefone. Entraram em contato com ela. Ela deve chegar amanhã.
Droga.
— Ela ligou pra cá e perguntou por você. Disse que você está viajando em uma entrevista de emprego e que não está sabendo o que aconteceu.
— O que disseram a ela sobre Jackie?
— Quando ela ligou, eu disse que fora um sequestro. Confundiram-no com outra pessoa e que foi espancado pelos sequestradores.
— Não sei nem se é certo te agradecer, mas obrigada.
— Não por isso.
Olho para Will e vejo-o me esperando.
— Preciso desligar.
— Tenha cuidado — alerta Iran.
— Tudo bem. Amanhã ligo novamente para saber sobre a chegada da mãe de Jackie.
— Tudo bem.
— Tchau.
— Tchau.
Desligo o celular e aproximo-me de Will.
O homem nos indica a escada e nós subimos.
— É aqui — diz Will colocando a chave na fechadura e girando.
Ele abre a porta e indica que eu entre.
— Will, eu acho melhor...
Ele coloca minha bolsa em cima de uma cadeira e tira outra chave do bolso.
— Estarei no quarto ao lado. Nossos quartos têm uma conexão — indica uma porta — se precisar é só chamar.
— Tudo bem.
Will sorri e sai do quarto.
Aproximo-me da porta de conexão e giro a maçaneta — estava trancada.
Abro minha bolsa e pego escova de dente e uma roupa leve.
Tomo um banho rápido e deito-me na cama.
Vejo que meu celular está para descarregar. Procuro o carregador em minha bolsa, mas não acho.
Olho para a porta de conexão.
Pego minha chave e abro.
— Will — chamo antes de entrar — você está ai?
Entro e vejo a bolsa dele em cima da cama.
Aproximo-me e abro um bolso pequeno. Não teria problema, só estava atrás de um carregador.
Por sorte consigo achar um. O pego e fecho a bolsa.
Antes de sair, percebo que a porta do banheiro está entreaberta.
Uma enorme vontade de me aproximar toma conta de mim.
Silenciosamente aproximo-me e ouço o barulho de água.
Chego perto o suficiente dela a ponto de constatar que Will estava completamente nu.
De costas para mim, ele passa as mãos pelos cabelos. Percorro seu corpo com o olhar. Ele era simplesmente perfeito. Os músculos acentuados e definidos deixava qualquer garota louca.
Ele vira-se de frente pra mim e rapidamente eu me encolho. Sinto meu coração disparado.
— Precisa de alguma coisa? — pergunta.
Sinto meu coração gelar.
— Ah... Precisava de um carregador, mas já achei.
Ouço-o fechar o chuveiro.
Apresso o passo até a porta, mas sou interrompida por sua voz.
— Está fugindo do que?
Viro e pra minha sorte — eu acho — ele estava com uma toalha na parte de baixo.
— Nada, é só que, eu não sabia que estava no banho. Chamei e você não respondeu...
— Tudo bem — responde sorrindo.
Ele se aproxima de mim calmamente, e pra acabar com as minhas forças, ele vem com aquele sorriso matador.
Ele estica o braço próximo a mim e sinto meu coração disparar.
Ele puxa uma muda de roupa que estava na cadeira bem próxima a mim.
— Vou para meu quarto.
Will sorria maliciosamente. Num movimento rápido ele arrancar a toalha, fazendo-me virar de costas rapidamente.
— Boa noite — diz.
— Boa noite — digo seguindo rapidamente para meu quarto.
Passo e tranco a porta.
Jogo-me na cama e sinto como se meu coração fosse sair pela boca.
— Meu Deus...
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A Batalha Celestial
AbenteuerÉ verdade que o passado ficou para trás, mas isso não quer dizer que ele não possa voltar á nos atormentar. Susan se ver com sua vida tranquila novamente, mas o que ela nem desconfia; é que enquanto ela vive tranquilamente ao lado de Jackie, seu in...