Capítulo 38

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Desembarcamos em Cusco por volta das 18h50min.

— Caramba, cansei de passar tanto tempo sentada — digo e Will sorri para mim.

— Precisamos alugar um carro — diz ele indicando um balcão.

— Buenas noches — cumprimenta um rapaz no balcão.

— Necesitamos um coche — diz Will para o rapaz.

— Un momento, por favor — responde o rapaz.

Desde quando fala espanhol? — pergunto.

— Desde sempre — responde sorrindo.

— E porque eu não sabia?

— Porque nunca me perguntou quais línguas eu sei falar.

— Lo sentimos pero no tenemos coches para ser alquiladas em La actualidade. Habrá que esperar hasta mañana.

— Teremos de esperar até amanhã — diz Will.

Decidimos pegamos um táxi e seguimos para o centro.

Depois de quarenta minutos, chegamos a porta do que parecia ser um albergue.

— Avisarei que chegamos — digo e Will se aproxima do balcão.

— Iran?

Não, é David. Ele saiu e deixou o celular.

— Estou ligando para avisar que chegamos a Cusco.

— Espera um instante, ele acabou de chegar — espero alguns instantes — é Susan — ouço David dizer.

Susan?

— Oi Iran. Chegamos a Cusco há pouco tempo. Tentamos alugar um carro, mas não conseguimos, talvez por conta do horário. Teremos de esperar até amanhã.

Onde vocês estão?

— Estamos num albergue.

Albergue? — indaga curioso.

— Sim. Precisamos descansar. A viagem não foi das melhores.

E acha isso uma boa ideia?

— Como assim?

Você e Will dormindo no mesmo quarto...

— Não vamos dormir no mesmo quarto; ele ficará em um e eu em outro — olho para Will e vejo-o segurando apenas uma chave.

Ouço a respiração de Iran.

— Teve mais alguma notícia de Jackie?

Ele pediu que o hospital comunicasse a mãe dele.

— Mas ela não pode vê-lo assim.

Não pudemos intervir, ele deu endereço e telefone. Entraram em contato com ela. Ela deve chegar amanhã.

Droga.

Ela ligou pra cá e perguntou por você. Disse que você está viajando em uma entrevista de emprego e que não está sabendo o que aconteceu.

— O que disseram a ela sobre Jackie?

Quando ela ligou, eu disse que fora um sequestro. Confundiram-no com outra pessoa e que foi espancado pelos sequestradores.

— Não sei nem se é certo te agradecer, mas obrigada.

Não por isso.

Olho para Will e vejo-o me esperando.

— Preciso desligar.

Tenha cuidado — alerta Iran.

— Tudo bem. Amanhã ligo novamente para saber sobre a chegada da mãe de Jackie.

Tudo bem.

— Tchau.

Tchau.

Desligo o celular e aproximo-me de Will.

O homem nos indica a escada e nós subimos.

— É aqui — diz Will colocando a chave na fechadura e girando.

Ele abre a porta e indica que eu entre.

— Will, eu acho melhor...

Ele coloca minha bolsa em cima de uma cadeira e tira outra chave do bolso.

— Estarei no quarto ao lado. Nossos quartos têm uma conexão — indica uma porta — se precisar é só chamar.

— Tudo bem.

Will sorri e sai do quarto.

Aproximo-me da porta de conexão e giro a maçaneta — estava trancada.

Abro minha bolsa e pego escova de dente e uma roupa leve.

Tomo um banho rápido e deito-me na cama.

Vejo que meu celular está para descarregar. Procuro o carregador em minha bolsa, mas não acho.

Olho para a porta de conexão.

Pego minha chave e abro.

— Will — chamo antes de entrar — você está ai?

Entro e vejo a bolsa dele em cima da cama.

Aproximo-me e abro um bolso pequeno. Não teria problema, só estava atrás de um carregador.

Por sorte consigo achar um. O pego e fecho a bolsa.

Antes de sair, percebo que a porta do banheiro está entreaberta.

Uma enorme vontade de me aproximar toma conta de mim.

Silenciosamente aproximo-me e ouço o barulho de água.

Chego perto o suficiente dela a ponto de constatar que Will estava completamente nu.

De costas para mim, ele passa as mãos pelos cabelos. Percorro seu corpo com o olhar. Ele era simplesmente perfeito. Os músculos acentuados e definidos deixava qualquer garota louca.

Ele vira-se de frente pra mim e rapidamente eu me encolho. Sinto meu coração disparado.

— Precisa de alguma coisa? — pergunta.

Sinto meu coração gelar.

— Ah... Precisava de um carregador, mas já achei.

Ouço-o fechar o chuveiro.

Apresso o passo até a porta, mas sou interrompida por sua voz.

— Está fugindo do que?

Viro e pra minha sorte — eu acho — ele estava com uma toalha na parte de baixo.

— Nada, é só que, eu não sabia que estava no banho. Chamei e você não respondeu...

— Tudo bem — responde sorrindo.

Ele se aproxima de mim calmamente, e pra acabar com as minhas forças, ele vem com aquele sorriso matador.

Ele estica o braço próximo a mim e sinto meu coração disparar.

Ele puxa uma muda de roupa que estava na cadeira bem próxima a mim.

— Vou para meu quarto.

Will sorria maliciosamente. Num movimento rápido ele arrancar a toalha, fazendo-me virar de costas rapidamente.

— Boa noite — diz.

— Boa noite — digo seguindo rapidamente para meu quarto.

Passo e tranco a porta.

Jogo-me na cama e sinto como se meu coração fosse sair pela boca.

— Meu Deus... 

A Batalha CelestialOnde histórias criam vida. Descubra agora