Capítulo dezesseis.

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Já era de madrugada quando Paul chamou Josh para retirar Demetria de seu quarto. A morena estava deitada na cama, encolhida, olhando para a parede branca ao seu lado. Seu corpo inteiro estava roxo, e ela já estava vestida novamente, mas sua roupa estava mais rasgada ainda, tapando muito pouco de seu corpo machucado.

- Carregue-a, Josh. A pobre vagabunda não consegue andar. –Paul debochou e Josh riu, pegando Demetria pelos braços-

Demi gemeu, sentindo-se fraca e humilhada. Sentia-se suja, e queria apenas acordar daquele pesadelo. Sentia raiva. Raiva de Paul, de Josh, de Matthew, de Joseph, de si mesma.

Quando estavam na metade do corredor, Paul fechou a porta do quarto com força e ao mesmo tempo, a porta do quarto de Nick abriu, e o rapaz saiu de lá, encontrando Josh e uma Demetria encolhida e ferida.

- Deixa-a na minha cama, Josh. –ele falou e Josh franziu o cenho-

- Seu pai não me informou que ela seria compartilhada. –Josh debochou e Nick riu maliciosamente-

- Meu pai não precisa saber. –ele falou maliciosamente e Josh riu, assentindo-

Demi quis chorar mais ainda, não entendendo nada do que estava acontecendo, mas segurou as lágrimas, sentindo seu corpo pousar na cama macia de Nicholas. Quando a porta foi fechada, ela se encolheu e abriu os olhos, vendo Nicholas passar as mãos pelo rosto. Ele se aproximou dela e se agachou, ficando na altura de seu rosto.

- Oi. –ele sussurrou, sem o tom malicioso e Demi franziu o cenho- Eu sou o Nick, e eu vou chamar o Joe, ok? –ele murmurou e se levantou, mas Demi arranjou forças para segurar seu pulso-

- Porque está fazendo isso? –ela perguntou com um fio de voz, rouca, sem forças para tentar sentar-

Nick suspirou e sentou na beirada da cama, observando com compaixão o estado de Demi. Ele pegou o edredom nos pés da cama e a cobriu, vendo Demi tremer.

- Porque você é importante para o meu irmão, Demetria. –ele falou e se levantou- Eu já volto. –ele falou e saiu do quarto-

Demi fechou os olhos com força, gemendo de dor, e só abriu os olhos novamente quando a porta voltou a se abrir. Joe entrou no quarto e arfou vendo uma Demi destruída na cama do irmão. Ela o olhou, com os olhos vermelhos e sem brilho. Sua boca sangrava, seu olho estava roxo e seu maxilar tinha marcas dos dedos de Paul. O corpo estava pior. Além de ter estuprado Demetria, Paul também a espancou, com chutes e socos fortes. Demi sentia que tinha alguma parte quebrada no corpo, mas era tanta dor que ela não conseguia identificar onde mais doía.

Joe se aproximou, enquanto Nick fechava a porta silenciosamente.

- Demi... –ele sussurrou, procurando palavras e Demi fechou os olhos- Ele vai pagar. –ele murmurou e ela assentiu, sentindo Joe passar a mão pelo seu cabelo-

- Dói muito. –ela sussurrou com a voz fraca e Joe fez uma careta de dó-

- Eu vou cuidar de você. –ele sussurrou-

Joe tirou o edredom de cima de Demi e sentiu-se empalidecer ao ver o corpo coberto apenas pelas roupas rasgadas, tomado por hematomas fortes e machucados que sangravam um pouco. As pernas de Demi estavam machucadas desde que foi arrastada até o quarto de Paul, e com a surra que levou, só piorou.

Joe a pegou nos braços, ouvindo Demi grunhir de dor e se encolher, soluçando no choro que segurava. Joe a ajeitou nos braços, sentindo o lábio inferior tremer de pavor com a situação e viu Nick abrir a porta.

- Obrigada. –Demi sussurrou a Nick antes de se levada para o quarto da frente, de Joe-

Demi logo sentiu-se pousar novamente em uma cama, e observou Joe andar de um lado para o outro em seu quarto. O quarto estava parcialmente iluminado, com apenas dois abajures acesos, e com a luz do banheiro.

- Joseph... –ela chamou e começou a tossir, sentindo a garganta arranhar de tão seca-

Joe correu até ela, pegando um copo d'água no criado mudo e levando até os lábios da mesma. Demi criou forças e sentou na cama, gemendo de dor.

- Seu pai vai descobrir que eu estou aqui. Você e seu irmão vão entrar em problemas. –ela murmurou, com a voz rouca, tomando mais um gole d'água-

Joe balançou a cabeça e Demi lhe entregou o copo agora vazio.

- Termine com isso, Joe. –ela pediu com a voz tremula- Me mate logo. –ela implorou, com o rosto tombando para frente, sem força-

Joe ergueu seu rosto, beijou sua testa e tirou seu cabelo da frente.

- Você precisa estar viva para mata-lo. –ele falou e ela o olhou, sem acreditar-

- É seu pai. –ela sussurrou e ele balançou a cabeça-

- É um monstro. –ele corrigiu-

Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora