Capítulo dezenove.

479 33 9
                                    

Paul saiu cedo naquela manhã, ignorando Josh que tentou falar que Demetria havia passado a noite com Nick. Mas ele acabou levando Joe com ele, fazendo Demi ficar o dia inteiro sem comer nada dentro daquele pequeno quarto onde Josh havia a deixado novamente.

- Então, está sem falar comigo mesmo? –Paul perguntou depois de quase duas horas com Joe no carro e o moreno apenas continuou olhando pela janela- Está se comportando como uma criança. –ele murmurou e Joe bufou-

- Você é um filho da puta. –Joe murmurou e Paul suspirou-

- Sou seu pai. –ele lembrou-

- Não me importo. –Joe rebateu-

- E se importa com ela? –Paul perguntou- Se importa com aquela vadia que mataria você? Fiz aquilo por voc...

- Não fale que fez por mim, seu doente. Você fez porque é um filho da puta. –Joe exclamou e Paul balançou a cabeça-

- Ninguém se mete com os Jonas, filho. Eu não posso deixa-la sair ilesa. –ele deu de ombros-

- E precisa tortura-la? Não pode simplesmente matá-la? –Joe perguntou, ignorando o aperto que sentiu em seu peito só de imaginar Paul matando Demetria-

- Pretendo, Joe. Mas é engraçado vê-la sofrer. –ele riu e Joe respirou fundo-

Paul e Joe iam para um dos galpões com todas as drogas que Paul traficava. Paul precisava ir lá duas vezes por semana para ver se seus capangas faziam tudo o que lhes era mandado, e as vezes acabava levando Joe ou Nick. Os dois não gostavam de se envolver na sujeira do pai, mas não podiam evitar.

- Eu conheci o pai dela, sabia? –Paul murmurou acendendo um charuto, ainda dentro do carro que era dirigido por seu motorista, enquanto ele e Joe estavam no banco de trás- Patrick era um pai amoroso no meio de tanta podridão que havia feito. Foi o melhor assassino de aluguel que eu conheci. –ele sorriu debochado- Mas quando notou que não poderia criar sua filha e trabalhar ao mesmo tempo, ele colocou Demetria em um orfanato. –ele falou e Joe o olhou, interessado- Ela tinha aproximadamente dois anos. –deu de ombros-

- Ela nunca o conheceu mais tarde? –Joe perguntou e Paul sorriu pela atenção do filho no assunto-

- Quando ela tinha quinze anos, Patrick a sequestrou por uma semana, depois a devolveu para o orfanato. Ele queria mostrar seu mundo para sua filha, e mostrar sua herança. –ele falou debochado- Ensinou Demetria a atirar, a fez matar um cara do governo, e falou que depois que ela fizesse dezoito anos, ela se tornaria o que ele era.

- E a mãe dela? –Joe perguntou-

- Patrick a matou depois que Demetria nasceu. –deu de ombros e Joe arregalou os olhos- Estou falando, filho, Patrick era tão podre quanto eu.

- Como sabe de tudo isso? –Joe perguntou-

- Éramos amigos. –ele deu de ombros- Eu, Patrick e Matthew montamos a empresa que Matthew lidera hoje. Porém eu preferi o ramo das drogas. –dei de ombros-

- E o que aconteceu com Patrick? –Joe perguntou-

- Matthew o matou. Mas isso Demetria não sabe. –ele respondeu balançando a cabeça- Não é irônico? –ele sorriu debochado e pensativo- Lembro ainda de Demetria bebê, nos braços de Patrick enrolada em uma manta branca, quando ele foi matar a prostituta que deu a luz à Demetria.

- E o que tem de irônico nisso? –Joe perguntou e sentiu o carro estacionar e Paul sorriu para ele-

- Irônico que ontem eu a fodi. –ele falou e desceu do carro-

Joe fechou os olhos e balançou a cabeça, controlando sua vontade de pegar a arma em sua cintura e matar seu pai ali naquele momento. Ainda não podia fazer isso. Ainda não sabia se estava pronto. Por isso apenas respirou fundo, saiu do carro e foi ajudar seu pai no trabalho do dia.

Já na mansão, Demi estava sentada no canto do quarto sujo que ficava. Estava fraca pela fome, e sentia dor por todo seu corpo quando ouviu passos. Ela gemeu, imaginando que seria Josh, para busca-la para Paul, mas quando ouviu a porta ser aberta devagar, soube que não era Josh. Ela se levantou lentamente, fraca, e se pôs em pé, esperando. Ela viu a silhueta de alguém na porta, mas não sabia identificar quem era, por causa da escuridão.

- Demi? –ela ouviu e abriu a boca, sem saber como reagir, cogitando estar delirando- Demi, está ai? –ela voltou a ouvir e fechou os olhos, sentindo-os serem invadidos por lágrimas-

- Nate? –ela murmurou com a voz rouca e ouviu um suspiro aliviado-


Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora