Capítulo vinte e um.

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Demi acordou com o barulho da porta. Conseguiu dormir por meia hora, depois de horas acordada, preocupada com o que poderia estar acontecendo com Nate.

Ela se sentou no chão, gemendo de dor nas costas e olhou para porta, onde Joseph estava parado, encostado na mesma, com os braços cruzados e a expressão séria e fechada.

- Oi. –ela sussurrou e se levantou, respirando fundo ao sentir as fisgadas que suas costas davam-

- Oi. –ele respondeu com a mandíbula apertada, passando a mão pelo rosto, na barba rala- Meu pai levou seu amigo. –ele falou e Demi o olhou-

- Para onde? –ela perguntou apoiando suas mãos nas costas da cadeira-

- Não sei. –ele deu de ombros e passou a língua nos lábios- Ele é aquele cara que ligou para você no hotel, né? Semanas atrás... –ele lembrou e Demi franziu o cenho-

- Sim. –ela falou e ele assentiu, ainda sem mudar a expressão- Qual o problema? –ela perguntou confusa e ele balançou a cabeça-

- Problema nenhum. Não me importo com quem você transava além de mim. –ele deu de ombros novamente e voltou a cruzar os braços-

Demi abriu a boca para falar algo, mas a fechou novamente, com as sobrancelhas arqueadas e a expressão confusa. Joe parecia à beira de um ataque de ciúmes, e Demi não sabia se conseguiria lidar com aquilo agora. Não com Nate nas mãos podres de Paul, não com ela toda machucada.

- É o que? –ela soltou e ele bufou-

- Não vou discutir com você. –ele falou e passou a mão nos cabelos-

- Que bom que não vai. Porque com quem eu transava, era problema meu. –Demi soltou e Joe respirou fundo-

- Então admite que transava com ele? –ele perguntou e ela respirou fundo, se sentando na cadeira e apoiando os braços na mesa-

- Nunca transei com ele, Joseph. –ela falou seca, e ele ergueu uma sobrancelha em desdém- E isso não é da sua conta. –ela falou e ele bufou-

- É da minha conta quando seu amiguinho de foda vem bancar o herói na minha casa, Demetria! –ele gritou e ela fechou os olhos, sentindo sua paciência se esvair-

- Nunca transei com ele! –ela gritou e ele riu, sarcástico-

- Ok, e o que o Super Homem veio fazer aqui? –ele perguntou debochado, balançando a cabeça- Você o chamou? –ele perguntou e ela riu incrédula e furiosa-

- Como eu o chamaria, Joseph? –ela perguntou e ele respirou fundo- Eu nem sei onde eu estou, ok? Não faço a mínima ideia de que parte de Londres essa casa fica. –ela falou e ele suspirou- E é óbvio que você não acredita em mim. Quem acreditaria na mulher que quis mata-lo, né? –ela debochou e passou a mão pelo rosto-

- Eu salvei você ontem, não salvei? Pare de fazer drama. Eu não sou o inimigo nessa porra! –ele gritou e ela fechou os olhos com força- Vocês trabalhavam juntos? –ele perguntou tentando manter a calma e ela assentiu- E nunca tiveram nada? –ele perguntou agora confuso e ela respirou fundo-

- Eu já falei que não! –ela gritou o fuzilando com os olhos-

- Pare de gritar! –ele gritou- Eu tenho todo o direito de saber, Demetria!

- Porque? –ela perguntou se levantando e ignorando a dor em seu corpo- Acho que eu sou sua? Só porque me ajudou, acha que tem algum direito sobre mim? –ela provocou e ele respirou- Não tem, Joseph. Não sou sua, nunca fui. –ela falou e sorriu debochada- E não se apegue muito, querido. Depois que seu pai cansar do brinquedinho erótico dele, que eu virei, ele vai me matar. –ela deu de ombros e Joe já respirava as arfadas-

- Cale a boca, Demi. –ele sussurrou se desencostando na porta-

- Não calo! –ela gritou vermelha de raiva- E não grite comigo! Não grite comigo para depois falar que seu pai é um monstro! Você fica igual a ele quando grita comigo!

E então ele avançou até ela, empurrando-a para a parede com a mão fechada em seu pescoço. Demi não pareceu surpresa, mas fechou os olhos, sentido o ar diminuir de seus pulmões por causa do aperto em seu pescoço.

- Eu mandei calar a boca. –ele sussurrou, também vermelho de raiva-

- Ele já fez isso com a sua mãe? –ela perguntou e sentiu o aperto ainda mais forte-

- Não vá por aí, Demetria. –ele sussurrou baixo- Não fale da minha mãe. Não quando eu estou quase estrangulando você. –ele falou e ela apertou seu pulso-

- Joe... –ela tentou falar, mas ele não soltou o pescoço-

- Você não conhece limites? –ele perguntou tirando a mão dela de seu pulso e a prendendo em cima da cabeça dela pressionada na parede-

- Me bata. –ela falou com a voz fraca e ele franziu o cenho-

- O que? –ele perguntou soltando um pouco seu pescoço-

- Me bata. –ela repetiu com mais convicção- Está furioso comigo, então me bata. –ela falou e ele soltou o pescoço dela- Eu lhe comparei com seu pai. Eu toquei no nome da sua mãe. Me bata. –ela falou friamente e ele deu um passo para trás- Me bata, Joseph! –ela gritou e sentiu seu corpo voar no chão com a força do tapa que Joe lhe acertou-

Ela fechou os olhos, passando a mão no rosto e sentindo o gosto do sangue invadir sua boca. Ergueu seu olhar e fitou Joseph que tinha as mãos na cintura e encarava o teto. Parecia torturado. Demi levantou, cambaleando, respirou fundo duas vezes e avançou para cima dele, lhe acertando socos rápidos e fortes. Assim que Joe conseguiu se esquivar, ele a segurou pelos braços e a jogou para o quanto do quarto, atirando-a no chão com força. Demi então parou, arfando, sentindo todo seu corpo doer, e viu Joe sair do quarto, batendo a porta com força.

Ela fechou os olhos, passou a mão na boca e limpou o sangue que escorria, sorrindo por entre o ódio.

~

*Apenas deixando claro que NÃO sou a favor da violência contra mulher, e que isso é só ficção*


Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora