Capítulo onze.

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Eu ainda não entendia o porquê de ter ficado tão preocupado com Demetria quando vi seu rosto machucado. Não era eu que queria machucá-la? Eu só posso estar enlouquecendo com essa mulher! Vou terminar logo com essa bobagem, antes que seja tarde demais.

Estava deitado na cama de Demetria, com ela em meus braços enquanto eu mexia em seus cabelos. Tratei de parar de acariciar seus cabelos e notei que Demetria estava dormindo. Me levantei devagar para não acordá-la e vesti minha roupa. Estava acabando de abotoar a camisa quando notei que Demi estava acordando também. Ela, absurdamente manhosa, puxou o lençol para tapar seu corpo nu. Eu a observei, controlando um sorriso, por vê-la assim.

- Bom dia. –ela murmurou afundando a cabeça no travesseiro-

Era agora ou nunca.

- Bom dia, Demetria. –eu falei calmamente, como se tivesse a chamado de Dianna-

Ela sorriu calmamente e eu tive vontade de rir da cara dela. Alguns segundos depois ela abriu os olhos de novo e eu vi o terror passar por ele. Terminei de abotoar e camiseta e sorri para ela que me olhava, agora sentada na cama.

- Do que você me chamou? –ela perguntou com o rosto pálido-

Eu me ajoelhei na cama e engatinhei até ela. Ela me observou, com a expressão aterrorizada no rosto e eu só tive mais vontade de rir. Eu passei a mão por seu rosto, o acariciando.

- Chamei você de Demetria... –eu sussurrei e coloquei minha mão em sua nuca, pegando lentamente um punhado de seus cabelos- Não é esse o seu nome? –eu perguntei gentilmente e então eu puxei seu cabelo fazendo-a gemer e se curvar para trás por conta do puxão-

- Como você descobriu? –ela perguntou baixinho-

- Eu sabia que era você desde o momento em que eu fui sentar em sua mesa, Demetria. –eu disse como se fosse óbvio e puxei com mais força seu cabelo- Então você ia me matar, né? –eu perguntei debochado e Demetria gemeu de novo- Viu como o mundo gira, Dianna? –eu perguntei ainda debochado e Demetria tentou se soltar-

- Vai me matar, Joseph? –ela perguntou e eu puxei com mais força o cabelo dela-

- Deveria. –eu respondi- Mas eu não sei matar alguém. –eu disse e soltei seu cabelo a fazendo deitar- Porque diabos você não me matou? –eu perguntei agora sério, sentado na cama, de costas para ela-

- Eu não sei... –ela respondeu e eu virei o rosto para olhá-la. Ela estava séria, e tinha a mão na nuca, massageando onde eu havia puxado- Eu simplesmente não consegui.

- Grande profissional. –eu murmurei e ela me olhou-

- Você é um grande idiota, Jonas! –ela exclamou e eu ri debochado e surpreso por ela ter dito isso-

- Sou, é? –eu perguntei debochando e então, em uma fração de segundo, eu estava no chão-

Me levantei rapidamente e olhei para Demetria, que agora estava vestindo um short jeans. Eu caminhei até ela e lhe dei um tapa na cara a fazendo cair no chão.

Ela se levantou rapidamente e me empurrou, me fazendo cambalear, surpreso com a força dela. Eu a segurei pelos braços e a joguei na cama de novo. Ela não ficou muito tempo na cama, logo ela se levantou e saiu correndo até a porta do banheiro. Sorte que eu fui mais rápido e a puxei pelo cabelo, com força, a jogando na parede. Sem perder tempo eu lhe dei outro tapa, com mais força agora e ela apenas grunhiu, permanecendo de pé. Demetria cravou suas unhas em meu rosto, com força, e eu pude sentir suas unhas afiadas atravessando minha pele. Tirei suas mãos do meu rosto e a empurrei para o chão. Pude ver que ela se encolheu e notei que ela não queria mais apanhar. Por um segundo eu quis me agachar e ajudá-la a levantar, mas isso seria besteira, levando em conta de que fui eu quem a derrubou. Eu apenas peguei o resto das minhas coisas e caminhei para a porta.

- Não cruze mais o meu caminho, Demetria. –eu murmurei e sai da suíte-

Entrei no elevador e me vi no espelho que havia ali dentro. Sorri limpando as quatro linhas de sangue em cada bochecha e balancei a cabeça. Demetria não passava de uma vagabunda que tentou me enganar, ela é um monstro, mas eu não posso negar que ela mexeu comigo. Só de lembrar as coisas que passamos juntos, me dá um arrepio na espinha.

Assim que as portas do elevador se abriram, eu acabei-me pechando com um homem alto e loiro. Ele arregalou os olhos a me ver e eu franzi o cenho.

- Me desculpe. –ele sussurrou incrédulo e entrou no elevador-

Eu, já fora do elevador, me virei para olhá-lo. Parece loucura, mas eu acho que o conheço.

Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora