Capítulo vinte e quatro.

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Demi entrou em estado de choque. Seu corpo tremia violentamente, enquanto ela encarava o corpo de Nate sem vida no chão. Paul guardou sua arma, e cruzou os braços, se deleitando da reação de Demi. Ela tinha o rosto sujo de sangue, e sua mão ainda segurava a mão de Nate. Ela parecia tentar falar, ou até mesmo respirar, mas não conseguiu.

Sua cabeça transbordava recordações dela e de Nate. Criados juntos, no mesmo orfanato, depois tirados de lá por Matthew, treinados juntos, vivendo juntos. Se lembrava de todas as vezes que Nate tentou abraça-la e ela recuou. Ele, sempre muito carinhoso, e ela sempre muito fria. Agora, tudo o que ela queria era dar um último abraço. Era sentir mais uma vez o coração de seu melhor amigo batendo.

Demi fechou os olhos com força, sentindo seu rosto molhar com lágrimas grossas. E então ela soluçou, se inclinando e deitando no peito de Nate, chorando compulsivamente.

- Ah, você chora. –ela ouviu Paul comentar, mas ignorou, se encolhendo no peito de Nate- Estava começando a pensar que você era um robô. –ele brincou e riu de leve-

- Atira em mim. –ela sussurrou sem olha-lo-

- O que, querida? –ele perguntou e Demi voltou a se sentar-

- Atira em mim! –ela gritou ainda entre o choro e Paul suspirou-

- Mas ainda há mais algumas coisas para você saber. –ele falou e se agachou, para ficar da altura de Demi que estava sentada no chão- Você sabia que o pai de Nate, é Matthew? –ele perguntou e viu Demi soluçar novamente, olhando Nate- Acho que nem Nate sabia disso. Matthew é burro, mas nem tanto. Ele não ia deixar alguma pista para o filho descobrir. –ele falou e Demi o olhou- Eu, seu pai e Matthew decidimos colocar nossos filhos no mesmo orfanato. Seu pai colocou você, Matthew colocou Nate, e eu ia colocar Nicholas, mas minha mulher quis criar meu filho bastardo, e eu deixei. –ele deu de ombros- Não é maluco isso? Se eu tivesse colocado Nicholas no orfanato, tudo poderia ter sido muito diferente. Até porque, Matthew ficou furioso comigo quando eu decidi ficar com meu filho. Por isso saí da empresa. Por isso Matthew tem tanta raiva de mim, e por isso ele mandou você para me matar.

- Porque está me dizendo isso? –ela perguntou em um fio de voz, ainda sem conseguir conte o choro, e ainda segurando a mão de Nate-

- Porque ninguém merece andar no escuro, querida. Até mesmo você, uma vagabunda sem valor. –ele falou e sorriu- Mas você andou no escuro por muito tempo, sem a verdade. A verdade muda tudo. É por isso que muitas vezes ela não é dita. –ele falou e Demi se encolheu- Agora, venha dar um passeio comigo. –ele falou estendendo a mão-

Demi balançou a cabeça e voltou a deitar no peito de Nate, abraçando-o pela cintura e fechando os olhos com força.

- Desculpa, Nate. –ela sussurrou e Paul se levantou, revirando os olhos- Desculpa por ter te enfiado nessa situação. Isso é tudo minha culpa. Desculpa. –ela chorava ainda mais alto- Eu te amo muito, Nate. Amo muito, muito, muito, muito. –ela falava, entre soluços- Me desculpa por tudo. Me perdoa, Nate. –ela implorava e Paul então agarrou em seus cabelos-

- Ok, querida, ele terá agora um enterro digno, eu prometo. Agora vamos embora. –ele disse e saiu arrastando Demi que ainda chorava-

Ela deu uma última olhada para o corpo de Nate, ainda chorando fortemente, sem acreditar que havia perdido seu melhor amigo. Apenas pensava no sonho de Nate, de ter uma família, e em como esse sonho nunca será realizado.

Paul a levou para fora novamente, e a jogou para Josh que a apanhou. Demi estava pálida, parecia que ia desmaiar a qualquer momento, não tinha força nas pernas e nem para levantar a cabeça. Sentia-se sem chão, sem alma.

- Amarre-a de novo. –ele mandou e Josh assentiu-

Demi estava fraca, desistindo de lutar ou o que quer que seja. Ela não sentiu a forma bruta que Josh a arrastou até o carro, ou a forma rude que ele apertou seus braços e suas pernas com fita adesiva novamente. Não sentiu também quando ele jogou Demetria em seu ombro e seguiu Paul para os fundos do galpão, onde havia uma caixa d'água. E nem mesmo Paul imaginava que Demetria não sabia nadar. Bom, ele logo descobriria.

Nota:


Oi, gente. Apenas queria pedir algo, rapidão: NÃO ME ODEIEM, por favor!!!!!! Sei que o Nate era muito amado, até porque eu o amava bastante, mas a ideia de mata-lo veio para mim quando eu comecei a escrever essa fanfic, anos atrás. Quem escreve sabe bem que quando uma ideia fixa na cabeça, é difícil tira-la. 

Nunca havia escrito uma fanfic tão sombria e obscura como essa, e espero estar fazendo um bom trabalho. Queria mostrar que também sou capaz de fazer histórias difíceis, onde nem tudo são rosas. E queria fazer uma fanfic onde os "Mocinhos" não sejam tão mocinhos assim. 

Enfim, não me odeiem. Logo eu vou poder dizer algo para vocês, e vocês vão entender que eu não sou uma assassina de personagens secundários. Eu só sou uma autora me esforçando para fazer algo bom fora da minha zona de conforto. E eu sei, Nate era um amor, e merecia um futuro na história, mas um dos motivos de fazer uma fanfic assim, é mostrar que nem todos têm um futuro. De uma hora para outra, de um segundo para outro, o futuro que você tanto planeja pode terminar. E sim, isso vai causar traumas e muita dor na Demi, e talvez ela não seja mais a mesma depois de ter perdido seu melhor amigo dessa forma, mas a vida é complicada, e, independente da situação, ninguém merece acabar desse jeito. Todos têm uma história.

Enfim, boa leitura, não me odeiem, votem e comentem bastante. Beijão <3

Behind Enemy Lines. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora